late to apologize

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Nós duas descemos fazendo o mínimo de barulho possível.
Como sempre, Serena havia saído para alguma balada.

Eu estava sentada em cima da bancada, enquanto Billie estava parada frente a mim.
Ela havia me preparando um de seus sanduíches, que eu particularmente adorava, e um copo de suco.

– Não vai comer nada? - Perguntei antes de dar outra mordida no sanduíche.
Meu cabelo molhado estava grudado em minha bochecha, mas Billie o tirou.

– Acho que já comi demais. - A garota disse sorrindo o que me fez rir, mas senti minhas bochechas queimarem em seguida.

– Pensei que pudesse comer mais. - Eu sorri. – Não o lanche. - Desta vez foi a garota quem deu risada, enquanto eu apenas dei de ombros dando mais algumas mordidas em meu sanduíche.

– Você precisa descansar Isabelly. Não poderíamos se quer estar fazendo isso, você sabe que tem uma gravidez de risco e o médico aconselhou a não fazermos nada. - Revirei meus olhos bufando em seguida.

Nós continuamos ali até que eu terminasse de comer. Quando acabei, Billie foi levar meu prato e o copo até pia, enquanto eu tentei descer da bancada, mas acabei escorregando e quase caindo.
Eu dei risada mas a garota me encarou séria.

– Ah Billie, por favor, né?! Não foi nada. - Ela se aproximou me olhando indignada.

– Era só esperar alguns segundos, eu ia descer você de lá. Se machucou? - Eu neguei com a cabeça e ela olhou por todo o meu corpo para se certificar de que eu não havia me machucado.

– Eu não sou uma criança, eu consigo sozinha, eu só escorreguei porque apoiei minha mão onde estava molhado. - Disse simples dando de ombros.

Nós duas voltamos para o quarto e nos deitamos junto a Aidan.
Billie estava em uma ponta e eu na outra, deixando o garotinho no meio. A garota passou seu braço por Aidan e deixou sua mão em minhas costas, assim praticamente abraçando nós dois.
Meus olhos pesaram e logo eu adormeci.

Quando foi por volta das 4:30 da manhã, me levantei para ir ao banheiro e notei que nem Billie, nem Aidan estavam na cama. Senti o desespero tomar conta de mim, sonolenta e preocupada eu sai do quarto.

– Billie? Billie? - Eu chamava pela garota rodando pelo andar de cima. Olhei em alguns dos quartos e nada.
Desci as escadas e então olhei pela sala, e nada. Pela cozinha e todo o resto do andar de baixo, nada deles.

As chaves dos carros estavam todas ali, então Billie não havia saído de carro.
Voltei para cima e fui até o quarto novamente, o celular e a carteira da garota estavam em cima do criado-mudo.

Novamente sai do quarto procurando, ja agoniada, eu não sentia mais sono.
Eu ouvia a respiração pesada bem conhecida por mim, eu sabia que era de Billie, então sorrateiramente eu segui o som, que coincidentemente, ou não, vinha do quarto de Serena.
Abri a porta devagar e então notei, Billie, o garoto no meio e Serena. Eles estavam ali como uma família.
Senti meu estômago se embrulhar, meus olhos se encherem de lágrimas, um nó se formar em minha garganta. Eu apenas fechei a porta sem fazer barulho e voltei para o meu quarto.

Me sentei na cama tentando processar o que havia acabado de ver. Como ela pode? Droga, Isabelly! Como você pode cair na dela mais uma vez?
Peguei as coisas de Billie que estavam ao lado da cama, me levantei e abri a porta deixando-as na mesa que estava no corredor lá fora. Novamente voltei para o quarto trancando a porta.
Durante o resto da madrugada, eu me virava de um lado para o outro sem conseguir dormir.

Eu faria qualquer coisa para acender um cigarro agora, mas eu não prejudicaria a saúde do meu filho apenas porque a outra mãe dele é uma otaria.

Horas se passaram até que eu conseguisse dormir, ou cochilar, já que as 7:00 ouvi um barulho na porta, suponho que Billie querendo entrar, mas apenas não dei importância.
Voltei a dormir até acordar por conta própria. O relógio marcava exatamente 9:46.

Eu me levantei e destranquei a porta, sai do quarto e segui até o andar de baixo, torcendo para não encontrar Billie, mas parece que Deus não estava ao meu favor.

– Belly? Meu amor, como você está? - A garota que estava sentada no sofá se levantou vindo até mim, mas eu apenas ignorei a garota seguindo para a cozinha.
– Ei? 'Tá tudo bem? - Virei para garota, que me encarava confusa, apenas balancei a cabeça em concordância e fui preparar algo para comer. – Então fala alguma coisa. - Ela insistiu sentando-se na cadeira.

– O que quer que eu fale? Hum? - Me virei para a garota. – Já disse que estou bem. - Meu tom impaciente com certeza entregou o quão brava eu estava, mas eu tinha meus motivos.
Transamos e depois ela só foi dormir com Serena como se não tivéssemos feito nada. Como se não fossemos nada.

– Eu a conheço bem. Me fala o que houve. - Bufei, apenas joguei a faca e pão, que tinha nas mãos, em cima da pia.

– Perdi a fome. - Sai da cozinha apenas ignorando a garota.
Voltei para o quarto e mais uma vez eu tranquei a porta.

Meu celular vibrava com mensagens de Billie.

Billie: Deixe eu me explicar.
Billie: Você entendeu errado.
Billie: Pare de me ignorar, por favor, vamos conversar.

Mais algumas outras mensagens, mas assim como as anteriores, eu apenas ignorei.

Passei o resto da manhã no quarto, mas eu precisava sair.
Embora não estivesse com fome, eu precisava comer algo. Não por mim, mas pelo bebê que eu carregava.
Respirei fundo tentando juntar toda minha paciência antes de finalmente sair do quarto.

Assim que destranquei e abri a porta, encontrei Billie, que praticamente caiu deitada no quarto. Acontece que a garota estava escorada na porta, sem esperar que eu abrisse, ela se desequilibrou.
Mais uma vez eu a ignorei e passei por ela como se ela não estivesse ali.

Diferente de mais cedo, eu desci e Billie não veio atrás de mim. Agradeci mentalmente por isso.

Desta vez eu pude comer em paz, apenas eu. Sozinha.
Quando me levantei para lavar meu prato, ouvi alguém entrar na cozinha, o que me fez bufar tendo quase certeza que era Billie, mas não virei para me certificar, e também, não foi preciso.

– Oi, flor! Como está? - A voz de Serena se fez presente pelo cômodo. Respirei fundo e me virei.

– Oi, Serena! Me sinto ótima. - Formei um falso sorriso em meu rosto.
Aidan que estava ao lado dela correu em minha direção e abraçou minhas pernas. – Oi, meu anjo! Se sente melhor? - Me abaixei ficando na altura do menino, que assentiu em concordância.

– Ele melhorou muito depois que Billie dormiu com a gente, acho que ele precisava das mães juntas. Sabe?! As mães de verdade. - Segurei a risada fazendo apenas um barulhinho, a garota notou e revirou os olhos se sentando na cadeira. – O que fez para a gente comer? - Ela cruzou as pernas.

– Pra gente? Nada. Pra mim, eu dei meu jeito. - Falei sem desviar meu olhar de Aidan. Deixei um beijinho na testa do garoto e sai de lá, passando por Serena que parecia me fuzilar com os olhos.

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agora teremos billie se humilhando.
um bj e não esqueçam de votar

You complicate the easy. ( Billie Eilish - G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora