what the hell did I do?

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Quando amanheceu, eu abri meu olhos lentamente, agradecendo por não sentir dor de cabeça, mas prevendo que Billie sentiria, eu me levantei com cuidado para não acordar a garota. Abri a última gaveta do criado-mudo e peguei uma cartela de remédios para dor de cabeça, eu os deixei ao lado da cabeceira, junto com a garrafa d'água que já estava ali.

Eu sai do quarto deixando-a ali dormindo. Desci as escadas, seguindo em direção a cozinha.

Fiquei um tempo ali preparando café para Billie e para mim.
Coloquei a mesa tudo que eu sabia que a garota gostava; Pão, queijo, presunto, ovos mexidos, frutas como, kiwi, morango e melancia. Suco, chocolate e café, embora Billie não fosse a maior fã de café. O que era estranho, eu facilmente a imaginaria tomando café todos os dias.

Tampei o que havia deixado sob a mesa e em seguida deixei a cozinha, indo em direção ao quintal, mas uma vez eu precisava alimentar os cachorros, e ainda pensava sobre como contaria a Billie.
Shark parecia tão apegado ao seu novo amigo, eles corriam juntos por todo o quintal.

— Shaaark. - Eu procurei pelo cachorro. — Vem comer. - Gritei e em seguida assobiei, logo vendo os dois correrem em minha direção. Os cachorros se sentaram para esperar e então eu coloquei suas tijelas no chão. — Bem, podem comer. - Dei de ombros me afastando, vendo os dois atacarem suas comidas.
Me virei de costas voltando para dentro de casa.

Eu subi as escadas em direção ao quarto. Abri a porta lentamente vendo a garota ainda dormir. Caminhei até a cama, me sentando na ponta.

— Ei, Billie? Meu amor? - Eu sussurrei acariciando o rosto da garota que apenas resmungou como resposta. — Levanta. - Tirei o cabelo de seu rosto.

— Nãão... Por favor. - Ela choramingou com sua voz rouca, levando sua mão até a cabeça. Me estiquei por cima dela pegando o remédio e a água do outro lado.

— Aqui, toma um remédio. - Tirei dois comprimidos e entreguei a garota, que nem se quer abriu os olhos. Ela os pegou da minha mão enfiando na boca, em seguida pegou a garrafa de água dando um longo gole.
— Quer descer pra tomar café ou prefere comer aqui? - Eu ainda usava um tom baixo, quase em sussurro, respeitando a dor de cabeça da garota.

— Eu consigo descer, só me dê mais cinco minutos. - Sua fala era arrastada e baixa.
Eu apenas assenti, mesmo que ela estivesse de olhos fechados, e me levantei deixando-a ali. — Nãão, fica aqui. - Senti a mão quente da garota tocar a minha, Billie me puxou, mas a garota mal tinha força. Eu apenas voltei e me sentei no mesmo lugar de antes.

— Você precisa levantar e ir tomar café, pra depois eu tentar arrumar o que você fez. - Billie rapidamente abriu os olhos e se sentou na cama.

— Que porra eu fiz? - A garota me encarava assustada, enquanto eu abafava minha risada com as mãos.

— Não foi nada demais, amor. Vamos lá, depois a gente resolve isso. - Sorri para a garota que assentiu ainda desconfiada.

Billie se levantou meio tonta, eu me levantei logo em seguida parando ao lado dela, mas Billie apenas balançou a cabeça negando ajuda.

Com um pouco de dificuldade, Billie conseguiu, lentamente, caminhar até a cozinha. Eu acompanhei a garota com pequenos passos.

— Minha cabeça ta explodindo com toda essa claridade. - Billie resmungou levando a mão até a cabeça e fechando os olhos por alguns segundos, assim que os abriu novamente, ela se sentou.

— Não se lembra de muitas coisas de ontem? - Eu perguntei me sentando ao lado dela.

— Não muito, me lembro de você sendo chata e me mandando parar de beber, que você, surpreendentemente conhece o Kurt Cobain. - Fiz careta para a garota que deu uma risada. — E... Acho que me lembro de ter dançado backstreet boys?! - Eu afirmei com a cabeça.

— E só? - Perguntei sem encarar a garota, enquanto eu destampava tudo.
Billie apenas murmurou um "uhum", eu dei risada sem que a garota notasse.

Nós preparamos nossos pratos, enquanto comíamos conversávamos sobre algumas coisas da casa e das crianças.

— Acho que já me sinto um pouco melhor, mas eu tô com um puta medo de vomitar. - Billie usou sua mão para esfregar os olhos de forma preocupada.

— Eu acho que esse seria o menor dos seus problemas... - Cocei minha nuca, Billie imediatamente me encarou séria. — Eu vou dar um resumão. - A garota assentiu e eu respirei fundo. — Temos um novo cachorro e você cortou seu cabelo. - Eu disse de uma só vez, desviando o olhar para a mesa.

— TEMOS O QUE? EU O QUE? Meu Deus! - Ela levou suas mãos até a cabeça alisando o cabelo. — Eu trouxe o cachorro? - Eu neguei com a cabeça. — E você me deixou cortar o cabelo sozinha? - Eu a encarei com expressão entediada.

— Claro, eu achei que era uma ótima ideia deixar uma bêbada cortar o cabelo sozinha. - Abri um falso sorriso. — Óbvio que você fez sem eu ver, né?! - Revirei os olhos.
Billie me encarava em choque. Ela apoiou seu rosto em sua mão pensando por alguns segundos.

A garota se levantou rápido da cadeira e saiu da mesa quase que correndo. Eu apenas a segui na mesma velocidade. Billie correu para o banheiro e se olhou no espelho.

— Meu Deus! Puta merda. - A garota se encarava no espelho boquiaberta.

— Olha, em minha defesa, eu ia ajeitar, mas você me disse que não estava desajeitado. - Eu dei de ombros e então ela se virou para mim. — Na verdade, você foi uma criança bem birrenta. Primeiro me disse que era para eu te dar banho, e depois que me jogou debaixo do chuveiro, me disse que eu não poderia ficar pelada na sua frente porque você tinha esposa. - Billie deu risada, enquanto eu cruzei meus braços. — Dai me disse que ela se chamava Isabelly e perguntou se eu me chamava Isabelly, mas quando eu disse que sim, você me disse que eu não era ela, porque ela se chamava "meu amor" - Billie deu um tapinha em sua testa negando com a cabeça e rindo. — Ai eu fui tomar banho, sozinha, mas você resolveu entrar no banheiro choramingando dizendo que morreria de solidão por minha culpa. - Eu ri ao me lembrar, mas Billie parecia envergonhada. — E ai você perguntou se eu estava indo deitar na cama porque queria transar com você, mas você me disse que não queria. - Eu dei de ombros.

— O QUE? Isso é mentira. - Ela cruzou os braços boquiaberta me fazendo rir.

— Calma. - Fiz sinal com a mão. — Ai depois, você choramingou porque disse que eu te abandonava quando você dormia, depois me fez contar em que momento eu percebi que estava apaixonada por você e, por fim, me pediu em casamento, pela terceira vez. - Eu dei risada.

— Isabelly, eu não vou beber. Nunca mais na minha vida. - Ela se virou novamente para o espelho se encarando.

— Mesmo? Que pena. Ainda tinha uma garrafa de vinho, mais algumas cervejas e final de semana livre. - Eu dei de ombros me virando. — As crianças só voltam no domingo. - Caminhei em direção a cozinha.

Logo senti os braços de Billie rodearem minha cintura, me puxando para mais perto do seu corpo.

— Só um pouquinho não faz mal, né?! - Ela falou contra meu pescoço, deixando alguns beijos no local em seguida.

— Eu te odeio, Eilish. - Eu balancei a cabeça em negação, ouvindo a risada da garota em seguida.
— Vem, vamos lá fora pra você conhecer o amigo do Shark. - Peguei a mão da garota puxando-a em direção a porta, mas ainda sentindo seu corpo grudado ao meu.

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to pensando em fazer um delas no dia de halloween, mas n sei

You complicate the easy. ( Billie Eilish - G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora