capítulo 2

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O Desafio da Mente

Olivia se levantou na manhã seguinte determinada a deixar de lado as emoções turbulentas que haviam perturbado sua paz na noite anterior. O trabalho, com suas demandas incessantes e a necessidade constante de foco e disciplina, seria sua âncora. A única maneira de seguir em frente era se concentrar no que ela sabia fazer melhor: liderar sua equipe e resolver casos complexos.

Ao chegar à delegacia, Olivia sentiu a familiaridade do ambiente a envolver, como uma armadura invisível que a protegia dos pensamentos indesejados. Ela entrou em seu escritório, ligou o computador e começou a revisar as informações que haviam sido coletadas durante a noite sobre o caso do sequestro. Era um caso complicado, cheio de pistas que pareciam não levar a lugar algum, e o tempo estava contra eles. A cada minuto que passava, as chances de encontrar a vítima com vida diminuíam.

Fin chegou logo depois, trazendo novas informações que ele havia conseguido com um informante. Ele entrou com sua típica confiança, mas parou ao perceber a intensidade no olhar de Olivia.

"Capitã, consegui mais alguns dados sobre o local onde a vítima pode estar sendo mantida", disse ele, entregando um relatório. "Parece que o sequestrador tem um histórico de violência, mas é meticuloso. Não deixa rastros fáceis de seguir."

"Bom trabalho, Fin", respondeu Olivia, pegando o relatório e estudando-o imediatamente. "Vamos ter que ser rápidos e precisos nesse. Não podemos nos dar ao luxo de perder tempo com suposições."

Fin assentiu, reconhecendo o tom urgente na voz da Capitã. "A equipe está pronta para agir. É só dar o sinal."

Olivia passou o resto da manhã em reuniões, coordenando operações, e revisando todos os detalhes. Seu foco estava afiado, e ela conseguia manter seus pensamentos sob controle, mergulhando no trabalho como um refúgio contra a tempestade emocional que ameaçava borbulhar na superfície.

À tarde, Ana veio ao seu escritório para discutir a análise que havia feito sobre a rota possível do sequestrador. Olivia sentiu o mesmo conflito interno surgir, mas, desta vez, estava mais preparada. Ela manteve o tom profissional, focando apenas nos fatos.

"Boa análise, Ana", disse Olivia, após ler o relatório. "Isso nos dá uma vantagem. Se conseguirmos cercar essas áreas, temos uma chance real de encontrar a vítima."

Ana, sempre profissional, assentiu. "Já estou organizando as equipes para investigar cada ponto. Temos que agir rápido."

"Eu sei", respondeu Olivia. "Continue assim. Vamos trazê-la de volta."

Quando Ana saiu, Olivia respirou fundo. O desafio de manter suas emoções sob controle era real, mas ela estava determinada a não deixar que isso interferisse em seu trabalho. A vida da vítima estava em suas mãos, e ela não permitiria que nada a distraísse.

Durante as próximas horas, Olivia coordenou a operação com precisão. Ela estava em constante contato com as equipes em campo, recebendo atualizações e ajustando o plano conforme as novas informações chegavam. Cada decisão que tomava era baseada em dados frios e racionais, deixando pouco espaço para distrações.

Finalmente, no final da tarde, veio a notícia que todos esperavam. Uma das equipes de campo havia encontrado a localização da vítima. Eles estavam prestes a invadir o local, mas precisavam da aprovação final de Olivia.

"Capitã, estamos prontos para entrar", disse Elliot pelo rádio, sua voz calma, mas carregada de expectativa.

Olivia pegou o rádio, seu coração batendo forte, mas sua mente permanecendo clara. "Entrem com cautela. Quero todos em segurança, inclusive a vítima. Não podemos errar."

Ela ouviu o som de botas correndo no chão, portas sendo abertas à força, e então o silêncio tenso que sempre acompanhava momentos como aquele. Segundos depois, a voz de Elliot voltou, desta vez com uma nota de alívio.

"Vítima resgatada. Está viva. Enviaremos uma ambulância para o local."

Olivia fechou os olhos por um breve momento, permitindo-se sentir a onda de alívio que percorreu seu corpo. Eles haviam conseguido. A missão havia sido um sucesso.

"Bom trabalho, equipe", respondeu ela, com uma voz firme, mas carregada de gratidão. "Todos voltem em segurança."

Quando desligou o rádio, Olivia se recostou na cadeira e olhou para o teto por um momento. O dia havia sido longo e cheio de desafios, mas ela havia mantido seu foco, afastado suas emoções e liderado sua equipe para mais uma vitória. No entanto, mesmo com a sensação de dever cumprido, ela sabia que a batalha interna estava longe de terminar.

O relógio marcava o fim do expediente, mas Olivia sabia que ainda tinha trabalho a fazer. Como capitã, as responsabilidades nunca terminavam quando o dia acabava. Ela passou as próximas horas revisando relatórios, preparando as estratégias para os próximos casos, e certificando-se de que tudo estava em ordem.

Quando finalmente saiu da delegacia, a noite já havia caído. As ruas estavam silenciosas, e o ar fresco da noite ajudava a clarear sua mente. No entanto, ao caminhar em direção ao seu carro, Olivia não pôde evitar que seus pensamentos voltassem para Ana. As interações do dia haviam sido profissionais, mas a tensão estava lá, invisível, mas palpável.

Dentro do carro, Olivia se permitiu alguns minutos para processar tudo. Ela sabia que precisava manter a linha entre o pessoal e o profissional, mas essa linha estava ficando cada vez mais tênue. Precisava encontrar uma maneira de lidar com isso antes que começasse a afetar não apenas seu trabalho, mas também a dinâmica de sua equipe.

Mas, por enquanto, ela tinha conseguido. Tinha conseguido focar no trabalho, cumprir seu dever e manter a situação sob controle. E isso, para Olivia, já era uma vitória.

Ela deu partida no carro e dirigiu para casa, deixando a escuridão da noite envolvê-la. Amanhã seria um novo dia, e ela estaria pronta para enfrentar o que viesse – com o foco e a determinação que sempre a haviam definido.

Ruptura SilenciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora