Certo dia, Olivia estava na delegacia, imersa em uma pilha de relatórios que precisavam ser revisados. Apesar do tratamento e do cansaço que muitas vezes a acompanhava, ela fazia questão de continuar trabalhando, ainda que em meio período. Para Olivia, o trabalho era uma espécie de âncora, algo que a mantinha conectada à vida normal, mesmo com a tempestade interna causada pela doença.
No entanto, naquela tarde, enquanto revisava um caso complicado, algo começou a mudar em seu corpo. Ela sentiu uma onda de calor intensa, como se o ar da sala de repente tivesse se tornado pesado. Pequenas gotas de suor começaram a surgir em sua testa, e sua visão ficou um pouco embaçada. Sua primeira reação foi ignorar. "É só o cansaço", pensou. Respirou fundo, tentando recuperar o controle de seu corpo, mas a sensação persistiu.
Olivia passou a mão na testa, percebendo que estava suando frio. O coração começou a bater um pouco mais rápido, e ela sentiu uma leve tontura ao se levantar da cadeira. "Talvez seja melhor eu sentar de novo", pensou, tentando disfarçar para que ninguém notasse.
Ela sabia que podia ser um efeito colateral dos remédios. Ou talvez fosse apenas o cansaço acumulado das últimas sessões de quimioterapia. Mesmo assim, não queria preocupar ninguém. Ana estava em casa, de folga, e Olivia sabia o quanto ela estava cansada depois de uma semana longa de trabalho. Ana merecia aquele descanso, e Olivia se recusava a atrapalhá-la.
Entretanto, enquanto ela lutava para permanecer firme, uma nova onda de fraqueza percorreu seu corpo. As palavras no monitor começaram a parecer distantes e confusas. Sua mão tremeu ao pegar o telefone, e foi nesse momento que percebeu que precisava de ajuda. Ela não podia ignorar o que estava sentindo.
Olivia hesitou por um momento antes de discar o número de Fin. Ele sempre foi como um irmão para ela, alguém em quem ela confiava completamente. Se havia alguém que a entenderia sem fazer perguntas demais ou criar alarde, era ele.
— Fin — Olivia disse com a voz mais firme que conseguiu quando ele atendeu. — Você pode vir até a minha sala por um momento?
Do outro lado da linha, Fin percebeu imediatamente que algo estava errado. Ele conhecia Olivia bem o suficiente para saber quando ela estava tentando esconder algo. Sem hesitar, ele respondeu:
— Estou indo agora.
Em poucos minutos, Fin apareceu na porta da sala de Olivia. Ele entrou sem bater, com a expressão preocupada ao ver sua amiga pálida e claramente desconfortável. Olivia tentou sorrir, mas seu rosto não conseguiu esconder a fraqueza que sentia.
— O que está acontecendo, Liv? — Fin perguntou, aproximando-se rapidamente dela.
Olivia tentou manter a calma. Ela respirou fundo antes de responder.
— Não quero te preocupar, mas acho que não estou me sentindo muito bem. Pode ser um efeito colateral dos remédios... ou apenas o cansaço. Não tenho certeza. Mas está um pouco difícil de me concentrar.
Fin franziu o cenho e se abaixou ao lado dela, colocando uma mão no ombro de Olivia.
— Liv, você sabe que não precisa tentar ser forte o tempo todo. Se não está se sentindo bem, a gente vai dar um jeito. Você quer que eu te leve ao hospital?
Olivia balançou a cabeça, recusando a ideia imediatamente.
— Não, hospital não. Só me ajuda a sair daqui, talvez em uma praça. Preciso de um ar fresco.
Fin não estava completamente convencido, mas ele sabia que pressionar Olivia não era o melhor caminho. Ele a conhecia bem o suficiente para entender que ela só pediria ajuda se estivesse realmente se sentindo mal.
— Tudo bem — ele disse, mantendo o tom calmo. — Mas vamos fazer isso do jeito certo. Eu vou te levar para a praça,mas vou ficar com você.Nada de tentar resolver as coisas sozinha, certo?
Olivia deu um leve aceno, grata por não precisar discutir. Fin era um amigo que sabia como lidar com sua teimosia sem questioná-la ou julgá-la. Ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar, e, com um pouco de esforço, ela conseguiu ficar de pé.
— Vou pegar suas coisas — Fin disse, já se dirigindo para a mesa dela.
Olivia observou enquanto ele pegava sua bolsa e o casaco, sem fazer nenhuma pergunta desnecessária. Ele era um verdadeiro irmão para ela, e naquele momento, ela se sentiu profundamente agradecida por tê-lo ao seu lado.
Enquanto saíam da delegacia, Fin manteve um olhar protetor, pronto para ampará-la a qualquer momento. Olivia tentava manter a compostura, mas sua cabeça ainda girava um pouco. Ao chegarem ao carro, ele a ajudou a entrar no banco do passageiro e rapidamente tomou o volante.
Durante o caminho até a praça, o silêncio entre eles era confortável, mas carregado de preocupação. Fin sabia que Olivia não era o tipo de pessoa que admitia fraqueza com facilidade, e o fato de ela ter pedido ajuda era um sinal claro de que as coisas não estavam bem.
Ao chegarem na praça, procuraram um lugar calmo, Fin a ajudou a se sentar, certificando-se de que ela estava confortável e longe do sol.
— Vou pegar um pouco de água para você — ele disse, já se dirigindo à barraquinha.
Olivia fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Sentia-se exausta, mais do que estava disposta a admitir. Quando Fin voltou com uma garrafa de água, ela o aceitou com gratidão.
— Obrigada, Fin — ela disse, sua voz suave.
Ele sentou-se ao lado dela no gramado, observando-a com uma expressão séria.
— Liv, eu sei que você quer proteger todo mundo, mas você precisa cuidar de si mesma também. Não adianta nada tentar ser forte se você não der tempo ao seu corpo para se recuperar.
Olivia assentiu lentamente. Ela sabia que Fin estava certo, mas era difícil para ela admitir que precisava de descanso, que seu corpo tinha limites.
— Eu sei... é só que eu não quero atrapalhar ninguém — ela respondeu, com um suspiro.
Fin balançou a cabeça, incrédulo.
— Atrapalhar? Liv, você é a pessoa mais importante para muita gente. Não tem essa de atrapalhar. Nós estamos aqui para você, não importa o que aconteça. Entendido?
Olivia sorriu, mesmo que estivesse exausta. O apoio de Fin significava muito para ela.
— Entendido. Eu posso te pedir uma coisa?—ela respondeu, finalmente aceitando que, às vezes, precisava de ajuda.
—Claro Liv.— ele responde — Então me leva pra cortar o meu cabelo? Pois, estou perdendo meus cabelos e eu prefiro cortar do que os vê-los cair a cada passada de mão.
—Oh meu amor é claro, você quer ir hoje? pergunta Fin
— Não,pode ser amanhã, hoje eu estou cansada. Responde Liv e Fin concordaEles ficam ali conversando mais um pouco depois Fin leva Olivia para casa, enquanto Fin se certificava de que ela estava confortável e de que não precisava de mais nada, Olivia sentiu uma onda de alívio. Ela sabia que poderia confiar nele e nos outros amigos que sempre estiveram ao seu lado. Mesmo nos dias mais difíceis, ela não estava sozinha, e isso era o que importava.
E, embora naquele dia ela tivesse tentado evitar preocupar Ana, Olivia sabia que a ligação delas se fortalecia cada vez mais a cada desafio que enfrentavam juntas. Ana estava se tornando a rocha em sua vida, alguém com quem ela sabia que poderia contar para qualquer coisa.
Antes de Fin ir embora, Olivia sorriu para ele, sentindo-se grata por seu irmão de alma estar sempre ali para apoiá-la.
— Fin... obrigada por tudo. Eu realmente não sei o que faria sem você.
Ele sorriu de volta, dando-lhe um leve tapa no ombro.
— Você faria o que sempre faz, Liv. Você lutaria. Mas não precisa fazer isso sozinha. Eu estou aqui. Sempre e não se esqueça amanhã às oito eu passo aqui pra irmos dar um tapa no visual kkkk.
E com essas palavras, Fin deixou Olivia para descansar, certo de que, independentemente do que o futuro trouxesse, sua amiga mais forte ainda tinha muita luta pela frente — e, com sua rede de apoio, ela venceria cada uma delas.
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Ruptura Silenciosa
FanfictionSinopse Aos 28 anos, a Capitã Olivia Benson fez história ao se tornar a primeira mulher a alcançar o posto de capitã na polícia, liderando uma equipe de elite composta por Elliot, Amanda, Fin, Carisi e Ana. Respeitada por sua competência e determin...