capítulo 27

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Olivia estava cercada por sua equipe, todos com expressões de preocupação visível. Amanda olhou para ela com olhos questionadores, esperando uma resposta que aliviasse a tensão.

“O comandante só queria discutir algumas coisas comigo, nada demais,” Olivia respondeu, tentando parecer despreocupada. Mas sua voz traiu um leve tremor, que não passou despercebido.

“Liv, você está bem?” Carisi perguntou, com um tom de voz que indicava que ele sabia que algo mais estava acontecendo.

“Estou, Carisi. Só preciso de um minuto para me recompor,” ela respondeu, tentando afastar a preocupação deles. No entanto, sua mão ainda segurava firmemente a borda da mesa, como se sua vida dependesse disso.

Fin, que conhecia Olivia melhor do que qualquer um ali, não estava convencido. “Você sabe que pode falar com a gente, não é? Somos uma equipe, Liv. Se algo está errado, precisamos saber.”

Olivia olhou para Fin, sentindo um peso no peito. Ela sabia que deveria contar a eles o que o comandante veio fazer aqui. “Bom, Fin. O Comandante veio aqui porque o ele e o alto escalão não estão contentes com as minhas atitudes.”

“Tudo bem, e o que temos que mudar desse vez.” Amanda disse, com um tom de voz brincalhona mas firme.

Olivia assentiu e sorriu. “Vocês nada,o problema é comigo kkk”

Ela se virou e caminhou até a janela do escritório, olhando para fora enquanto tentava organizar seus pensamentos. O que o comandante havia dito ecoava em sua mente, mas mais do que isso, a conversa que ela sabia que precisava ter com sua equipe a estava consumindo.

Finalmente, ela respirou fundo e voltou-se para eles. “Vocês podem me dar um pouco de espaço? Eu preciso de um momento sozinha.”

Embora curiosos, todos concordaram. Amanda foi a última a sair, lançando um olhar de encorajamento para Olivia antes de fechar a porta suavemente.

Sozinha, Olivia deixou-se desabar na cadeira. A pressão da situação estava começando a afetá-la mais do que ela esperava. As dores de cabeça, a tontura, o sangramento nasal, isso tava demais pra ela.

Ela sabia que precisava ser forte, mas pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se verdadeiramente vulnerável. O peso de carregar esse diagnóstico, de tentar proteger sua equipe e sua própria sanidade, estava se tornando esmagador.

No final do dia Olivia se despediu da equipe e foi pra seu carro,ao entrar nele olhouo celular e tinha uma mensagem da Ana ela prontamente abriu e começou a ouvir,ela sorriu ao ouvir a mensagem de Myrella. A voz doce da menina tinha o poder de derreter qualquer tensão que Olivia pudesse estar sentindo. A simplicidade e o afeto naquelas palavras eram exatamente o que ela precisava naquele momento.
"Oi titia Liv, tô morrendo de saudades, queria te ver,mamãe esqueceu o celular dela em casa ai eu peguei pra conversar com a senhora." Áudio da Myrella

Ela pressionou o botão de gravação em seu celular e respondeu com carinho. “Oi, pequena! A titia também está com muita saudade de você. Vou falar com a sua mãe para ver se posso passar aí e te pegar para você passar a noite lá em casa, tá bom? Um beijo.”

Após enviar o áudio, Olivia suspirou, sentindo-se um pouco mais leve. Ela se recostou no banco do carro por um momento, deixando-se relaxar antes de ligar na delegacia. A ideia de passar a noite com Myrella, uma menina tão cheia de vida e alegria, parecia o antídoto perfeito para o dia pesado que ela havia tido.

Olivia discou o ramal de Ana na delegacia, e após alguns segundos, Ana atendeu. “Detetive Serafim,em que posso ajudar?”

“Oi, Ana é a Liv. Escuta, acabei de receber uma mensagem de voz da Myrella do seu celular. Parece que ela está com saudades e quer me ver. Ela disse que você esqueceu o celular em casa, então, se não for um problema, eu estava pensando em passar lá para pegá-la. O que você acha?”

Ruptura SilenciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora