Na manhã seguinte, Olivia acordou com uma sensação de inquietude. Sabia que tinha uma consulta importante marcada para aquele dia, e a expectativa dos resultados dos exames a deixava ansiosa. Ela se levantou lentamente, sentindo o peso da noite anterior ainda sobre seus ombros. Preparou um café rápido, mas o apetite estava ausente. Mesmo assim, forçou-se a comer algo, sabendo que precisava de energia para enfrentar o que estava por vir.
Depois de se arrumar, Olivia saiu de casa e se dirigiu ao consultório médico. Durante o trajeto, tentou se distrair com as paisagens da cidade, mas seus pensamentos continuavam voltando aos exames que havia feito. Ela se perguntou várias vezes se deveria ter compartilhado suas preocupações com alguém, mas a sua natureza reservada e o desejo de não preocupar os outros a impediram de fazê-lo.
Ao chegar ao consultório, Olivia entrou e deu seu nome à recepcionista, que lhe pediu para aguardar na sala de espera. Ela se sentou e tentou se concentrar em uma revista, mas as palavras dançavam na página, incapazes de manter sua atenção. Cada minuto que passava parecia um século, até que, finalmente, seu nome foi chamado.
Levantou-se e caminhou até a porta do consultório, onde o doutor a aguardava com um sorriso acolhedor, mas discreto. Eles trocaram cumprimentos formais antes de Olivia se sentar diante da mesa, onde o médico já tinha os resultados dos exames à sua frente.
O doutor abriu o envelope com os resultados e, por um momento, o silêncio no consultório era ensurdecedor. Olivia tentou ler a expressão dele, mas o médico mantinha uma máscara de profissionalismo. Quando ele finalmente levantou o olhar, havia uma tristeza velada em seus olhos, algo que fez o coração de Olivia acelerar.
— Olivia, quero que saiba que tudo o que vou dizer agora é com o maior cuidado e respeito pela sua saúde e bem-estar — começou o doutor, a voz calma, mas carregada de seriedade. — Os resultados dos seus exames mostram que você tem um tumor, e ele está em estágio dois. Precisamos fazer uma biópsia para determinar se ele é benigno ou maligno.
As palavras caíram sobre Olivia como um peso esmagador. Câncer. A palavra ecoava em sua mente, girando e distorcendo-se enquanto ela tentava processar o que estava ouvindo. Tudo ao seu redor parecia ficar em segundo plano, como se o mundo ao seu redor tivesse parado e deixado apenas aquela revelação chocante.
Ela permaneceu em silêncio, incapaz de articular qualquer resposta. O doutor continuou falando, explicando os próximos passos, como seria a biópsia, os possíveis tratamentos dependendo dos resultados, e as opções que estariam à disposição. Mas as palavras se tornaram um zumbido distante nos ouvidos de Olivia, que só conseguia focar na ideia de que sua vida, a vida que ela sempre controlou com tanta firmeza, estava agora à mercê de algo tão cruel e implacável.
Quando o doutor terminou de falar, ele a observou com uma expressão de compreensão, dando-lhe o tempo necessário para absorver tudo. Olivia finalmente conseguiu balançar a cabeça em concordância, embora suas mãos tremessem ligeiramente. Agradeceu ao doutor, suas palavras saindo quase de forma automática, enquanto sua mente ainda lutava para aceitar a gravidade da situação.
Ao sair do consultório, Olivia sentiu como se estivesse andando em um sonho, ou melhor, em um pesadelo. O mundo ao seu redor continuava a girar, pessoas passavam por ela, ocupadas com suas próprias vidas, alheias ao turbilhão que se desenrolava dentro dela. Ela entrou no carro e, sem pensar, dirigiu até sua casa. As ruas familiares passaram como um borrão, e quando finalmente chegou ao seu destino, ela mal conseguia se lembrar de como havia chegado lá.
Dentro de casa, Olivia deixou sua bolsa cair no chão, como se o peso de segurar qualquer coisa fosse demais para suportar naquele momento. Ela se sentou no sofá, olhando para o nada, enquanto as lágrimas, que até então estavam presas, começaram a rolar silenciosamente pelo seu rosto.
A ideia de câncer a apavorava, não pela dor física que poderia vir, mas pelo impacto que isso teria em sua vida, no seu trabalho, nos seus amigos e naqueles que ela tanto se preocupava. E se fosse maligno? E se o tratamento falhasse? A dúvida e o medo começaram a tomar conta de sua mente, e pela primeira vez em muito tempo, Olivia sentiu-se completamente impotente.
Ela pensou em ligar para alguém, talvez Amanda ou Elliot, mas a ideia de dizer aquelas palavras em voz alta, de admitir que estava doente, parecia insuportável. Então, ao invés disso, Olivia simplesmente deixou o silêncio preencher o espaço ao seu redor, enquanto tentava, em vão, encontrar alguma maneira de lidar com a tempestade que se formava dentro dela.
Horas se passaram e, em algum momento, Olivia adormeceu no sofá, exausta pela montanha-russa emocional. Quando acordou, o dia já havia se transformado em noite, e a escuridão fora da janela parecia refletir a escuridão que ela sentia em seu coração.
Mas Olivia sabia que precisava se levantar, que precisava fazer algo. Ficar parada, deixando o medo e a incerteza tomarem conta, não era uma opção. Ela era forte, sempre foi, e mesmo que o futuro fosse incerto, sabia que tinha que encarar isso de frente.
Determinada, Olivia se levantou do sofá, limpou o rosto e se dirigiu ao banheiro. Lavou o rosto, como se quisesse apagar as marcas das lágrimas e da tristeza. Depois, pegou seu celular e, depois de um momento de hesitação, ligou para o doutor, confirmando que faria a biópsia o mais rápido possível.
Assim que desligou, Olivia se permitiu um momento de respiro. Sabia que o caminho à frente seria difícil, talvez o mais difícil que já enfrentou, mas estava pronta para lutar, como sempre esteve. Mesmo que a batalha fosse contra algo que ela não pudesse ver ou tocar, sabia que não estava sozinha. Tinha amigos, colegas, e mesmo que ainda não estivesse pronta para contar a eles, sabia que, quando chegasse o momento, poderia contar com o apoio deles.
Olivia foi para a cozinha e preparou um chá, tentando acalmar a mente. Ela precisava de um plano, precisava de clareza para lidar com o que estava por vir. Sentou-se à mesa com a xícara em mãos, tentando pensar nos próximos passos. A incerteza ainda pairava sobre ela, mas agora, havia uma centelha de determinação, uma chama que ela sabia que precisaria alimentar se quisesse enfrentar essa nova fase da sua vida.
Enquanto bebia seu chá, Olivia se permitiu um momento de introspecção. Pensou em tudo que havia enfrentado até aquele ponto, em todas as lutas e desafios, e soube que, independentemente do resultado, ela continuaria a lutar. Afinal, era isso que sempre fez: lutar, sobreviver e proteger aqueles que amava.
Amanhã seria um novo dia, e com ele viriam novas decisões, novas batalhas. Mas, por hoje, Olivia sabia que precisava descansar, recuperar suas forças. Sabia que o caminho à frente seria árduo, mas estava disposta a enfrentá-lo, um passo de cada vez. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas estava determinada a enfrentá-lo com a mesma coragem que sempre demonstrou.
Nota da Autora
Fiquei com o coração pequenininho, que a Liv fique bem logo. ❤️🩹
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Ruptura Silenciosa
FanficSinopse Aos 28 anos, a Capitã Olivia Benson fez história ao se tornar a primeira mulher a alcançar o posto de capitã na polícia, liderando uma equipe de elite composta por Elliot, Amanda, Fin, Carisi e Ana. Respeitada por sua competência e determin...