As horas se passaram desde a confissão de sentimentos no jardim, e Olivia e Ana estavam em um estado de calmaria e felicidade que ambas não experimentavam há muito tempo. O sol havia desaparecido completamente no horizonte, e a noite trazia consigo uma brisa fresca, acompanhada pelo suave som dos grilos e do movimento distante da cidade. Elas permaneceram ali, sentadas no jardim, compartilhando o calor do momento, enquanto seguravam firmemente as mãos uma da outra, sentindo que agora, finalmente, tinham dado o primeiro passo para algo que era inevitável.
Ana sentia-se renovada. Seu coração, que por tanto tempo estava fechado, devido às cicatrizes do passado, agora batia com uma nova esperança. As palavras que trocara com Olivia tinham derrubado as últimas barreiras que ela havia construído em torno de si mesma. Durante anos, Ana carregou o peso de uma vida solitária, e mesmo com a chegada de Myrela, a sensação de incompletude permanecia. Mas agora, olhando para Olivia, ela sabia que não estava mais sozinha.
— Eu estava pensando... — Ana disse, quebrando o silêncio que se instalara entre elas. — Você não se sente um pouco assustadora essa ideia de termos uma família?
Olivia riu, um riso leve e tranquilo que fez Ana sorrir também.
— Honestamente? Sim — respondeu Olivia, apertando a mão de Ana com mais firmeza. — É assustador, mas ao mesmo tempo, eu nunca quis tanto algo na minha vida. Sabe, quando eu era mais jovem, sempre imaginei que algum dia eu formaria minha própria família, mas a vida sempre me puxava em outra direção. O trabalho, as lutas, os desafios... Eu nunca pensei que isso realmente aconteceria.
Ana assentiu, compreendendo cada palavra. Ela também havia imaginado algo diferente para sua vida, mas, ao mesmo tempo, sentia-se grata por onde estava agora. Estar ao lado de Olivia, especialmente naquele momento em que ela precisava de apoio, lhe dava um propósito renovado.
— Eu sei que não vai ser fácil — Ana continuou, sua voz ganhando um tom mais sério. — Passar por isso... com a sua doença, e tudo mais. Eu já passei por algo parecido, e sei o quanto pode ser devastador, tanto física quanto emocionalmente.
Olivia olhou para ela, surpresa. Embora soubesse que Ana havia enfrentado muitas coisas na vida, essa era incomum ela se abrir.
— Eu já te contei, eu tive câncer há alguns anos — Ana disse, desviando os olhos por um momento, como se revisitar essa parte de sua história fosse algo doloroso. — Foi um período muito difícil. Eu estava completamente sozinha. Eu ainda não tinha a Myrela, não tinha ninguém para me apoiar. Era só eu... e os médicos. Não foi fácil, Liv. E eu sei que não vai ser fácil para você também,mas você tem a mim,a Myrela e todo o esquadrão.
A confissão de Ana trouxe uma nova dimensão ao que Olivia estava enfrentando. Ela sabia que estava cercada de amigos, de pessoas que a amavam, mas agora entendia que Ana sabia exatamente o que ela estava expressava, em um nível profundo e pessoal.
— Você é uma guerreira, meu amor.— Olivia disse, suavemente.
— Eu não gosto muito de falar sobre isso — Ana respondeu, ainda com os olhos fixos no chão. — Acho que me fez mais forte, de certa forma, mas também me tornou mais fechada. Foi depois de tudo ladeira abaixo até a nossa pequena chegar . Eu queria dar a ela uma vida cheia de amor, algo que eu não tinha. E agora... agora vejo que talvez essa vida que eu queria para nós duas estava pacata até você chegar e agora minha família está quase completa:Eu,você, Myrela e falta um cachorro e mais um baby.
Olivia sorriu, emocionada com a sinceridade de Ana. Sentia-se mais conectada a ela do que nunca. Elas já haviam compartilhado muito juntas, mas esse momento era especial, pois mostrava o quanto elas realmente se entendiam, mesmo nas partes mais difíceis de suas vidas.
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Ruptura Silenciosa
FanfictionSinopse Aos 28 anos, a Capitã Olivia Benson fez história ao se tornar a primeira mulher a alcançar o posto de capitã na polícia, liderando uma equipe de elite composta por Elliot, Amanda, Fin, Carisi e Ana. Respeitada por sua competência e determin...