Sophia
Ajudei a Agatha mentir pra mãe, falamos pra ela que fomos ao shopping esquecemos e o celular em casa, por isso não ouvimos tocar.
Estou no parque perto de casa, resolvi da uma volta, sempre faço isso quando estou triste com alguma coisa, e eu estou pensando na professora Ana, eu amava as aulas dela, vou sentir muita falta dela, mas o que se pode fazer? Infelizmente nada, estava na hora dela ir, e amanhã vou me despedir da minha querida professora, e isso me deixa muito triste.
O parque está vazio, já está anoitecendo, devo ser louca por estar sozinha uma hora dessa no parque, mas pra mim já é normal, essa cidade nunca foi perigosa, pelo menos eu acho que ainda não.
Estou andando já a 30 minutos, está na hora de parar um pouco, fui até um pequeno balanço, me sentei, e me balancei, fechei meus olhos e comecei a cantar uma música que gosto muito
" Trouble - Coldplay " .- Gosto muito dessa música, ficou linda com voz. _ alguém falou perto de mim.
Abri os olhos assustada, não posso acreditar, não é possível, é o garoto da sorveteria, ele está me encarando com um sorriso no rosto, não vou falar nada, vou apenas encarar ele.
- Lembra de mim? _ele perguntou ainda sorrindo.
- Como iria me esquecer, é o atrevido da sorveteira. _ falei seria.
- Não sou atrevido, só me apresentei a você e a sua amiga. _ ele falou, mas agora sem o sorriso.
- E isso não é ser atrevido? _ perguntei.
- E sim, não vamos mais falar sobre isso. _ ele voltou a sorrir. O que você faz sozinha no parque?
- Gosto de vir aqui pra pensar um pouco. _ falei.
- Atrapalho você? _ Ian perguntou sério.
- Não, estou precisando de companhia, mesmo que seja a sua. _ ele fez uma careta.
- No que você pensa? _ ele perguntou se sentado no balanço ao lado do meu.
- Na verdade eu venho aqui mais quando estou triste, hoje recebi uma notícia que me deixou triste, minha professora de história faleceu. _ falei com um tom de voz triste.
- Você gostava dela?
- Sim, adorava as aulas que ela dava.
Ian ficou quieto, olhou pra uma árvore enorme que está na nossa frente, a expressão dele mudou, ele parece estar triste.
- Falei alguma coisa errada? _ perguntei preocupada.
- Não, só lembrei dos meus pais, eles morreram a pouco tempo, sofreram um acidente de carro. _ Ian falou triste.
Meu coração congelou, nunca que eu ia imaginar algo assim, Ian agora está de cabeça baixa, não sei o que dizer, não quero dizer besteira, vou elas olhar pra ele.
- Sinto muito a falta deles, meus pais foram incríveis pra mim, o tipo de pais perfeitos, e dói só de pensar que nunca mais vou poder vê -los, toca -los. _ Ian fez uma pausa e respirou fundo. - Depois que eu os perdi, sinto que falta uma metade em minha, desculpa por eu estar falando isso pra você, mas é que isso doi, e eu precisava dividir com alguém. _ ele olhou nos meus olhos.
- Não você pode ficar a vontade para falar o que quiser para mim, só que eu nem sei o que te dizer, e me sinto mal por isso. _ falei.
Ian olhou para mim e tentou sorrir.
- Só de você ter me ouvido ajudou bastante. _ sorrir.
- Por que você veio morar aqui?_ perguntei.
- Bom, depois que meus pais faleceram não tinha ninguém com que eu pudesse ficar, somente minha tia que mora aqui a tanto tempo, ela me convidou para morar com ela, até que eu fique maior de idade e resolva o que farei da minha vida. _ ele falou mais confiante.
- Entendi, está gostando da cidade?_ perguntei.
Acho que estou me intrometendo muito na vida dele.
- Sim, estou gostando principalmente dos moradores dela. _ Ian sorriu.
Não queria ter tratado ele mal no primeiro dia que o vi na sorveteira, ele parece ser legal, e não merecia ter passado pelo o que passou, acho que fiz um novo amigo.
- Tenho que ir pra casa agora, amanhã preciso ir ao velório. _ falei.
- Posso te acompanhar até sua casa?_ Ian perguntou animado.
O que eu falo agora?
- Pode. _ falei sem pensar.
# # #
Fomos do parque até minha casa conversando e rimos bastante, apesar do Ian ser um atrevido, tem coisas nele que eu gosto, ele é um garoto simples, divertido, o primeiro garoto que vejo sinceridade no olhar, gostei que ele se abriu comigo, falou o que estava sentido, o que é difícil de encontra hoje em dia, o fato e que nós nos damos bem.
Parei na frente da minha casa, Ian olhou pra mim e sorriu.
- Então é aqui que você mora?_ ele perguntou sério.
- Sim é aqui. _ falei.
- Pena que chegou tão rápido, então acho que devo me despedir. _ ele sorriu.
- É. _ sorrir.
- Tchau Sophia.
Ian veio em minha direção e beijou suavemente minha bochecha, segurou minhas mãos e olhou em meus olhos .
- De tudo que aconteceu dês do dia que perdi meus pais e me mudei para essa cidade ter conhecido você foi a melhor de todas. _ ele falou sorrindo.
Não disse nada, só fiquei olhando pra ele, Ian soltou minhas mãos e saiu.
- Quando te vejo de novo? _ perguntei gritando.
- A gente se bate uma hora dessas. _ ele falou sorrindo.
Vi o Ian desaparecer entre as casas, assim que ele sumiu voltei a lembrar da morte da professora Ana, parece que o Ian me fazia esquecer dos sentimentos ruins, o que é bom , eu gostei da companhia do Ian, apesar dele ser atrevido, quero ver ele novamente, espero que seja em breve.
Peguei meu celular na bolsa, tenho uma mensagem da Agatha.
" Sophia que horas você vai até o cemitério ?"
Acho que a Agatha não viveria sem mim, e com certaza eu também não viveria sem ela.
" O horário que for melhor pra você !"
Respondi ela.
" As 10:00 horas eu passo ai "
" Certo, preciso te contar uma coisa"
" Da pra falar do que se trata ? "
Ela deve está agoniada.
" Melhor deixar pra amanhã , sua curiosa"
" Não Sophia não faz isso comigo , por favor me fala ?"
" So amanhã Agatha, é nem tente me ligar que eu não falarei "
"Mas só me diz uma coisa. É coisa boa ou ruim ?"
" Boa "
" Já que não vai me falar, vou ficar louca imaginando várias coisas"
" Você é uma louca Agatha "
" Agora vou tomar um banho e ir dormir, vamos ter um longo dia amanhã, preciso descansar, e espero que você faça o mesmo"
" Farei sim Agatha , Boa Noite "
" Boa Noite "
Depois de terminar a conversa com Agatha fiz exatamente o que ela mandou, e durante meu sono sonhei com o Ian, nada demais, apenas sonhei que ele era meu amigo, um amigo que eu podia confiar e dividir tudo que sentia, sinto que é bom ser amiga dele, tanto no sonho quanto na realidade ...
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O Professor - Livro 1
Romance"Eu encontrei amor onde não deveria encontrar, bem em minha frente..." _ Amber Run