⏳1.6⏳

36 7 7
                                    

Ela caminhava pelos corredores do palácio com a cabeça baixa, os passos lentos e pesados refletindo o peso da nova vida que lhe fora imposta.

Félix, que a acompanhava, observava-a de vez em quando, checando se estava tudo bem. Sua preocupação era visível, mas ele sabia que o palácio ainda era um labirinto estranho e desconcertante para ela.

De repente, Catheryne parou bruscamente, e Félix notou imediatamente a mudança. Seus passos leves e hesitantes cessaram, e ela ficou imóvel.

A cor vermelha estava tomando conta de seu rosto, como se estivesse à beira de chorar ou de forçar um vômito. A expressão dela estava travada, a garganta apertada, lutando para encontrar palavras que não saíam.

Ela estava tremendo, seu corpo estava quente e agitado, apesar do frio cortante do inverno. Félix se agachou rapidamente e começou a abanar a garota, tentando confortá-la.

– Está tudo bem... – ele murmurou, a voz suave e encorajadora, tentando acalmá-la.

Catheryne pressionou suas mãozinhas contra os olhos, como se pudesse esconder o choro que já estava escapando em soluços incontroláveis.

– Eu quero ir pra casa... – ela disse entre lágrimas.

Félix não sabia o que fazer. Aquele era agora o lar dela, o lugar que deveria ser um refúgio, mas parecia estar se tornando um pesadelo.

Quando foram investigar a moradia dela, as preocupações sobre seus pais haviam se transformado em uma preocupação com a adoção.

Os papéis haviam sido assinados rapidamente, e em um piscar de olhos, a guarda dela estava nas mãos do imperador.

Ele sabia que Claude era uma presença imponente e intimidante. Para uma criança, a ideia de lidar com o imperador era como enfrentar um lobo feroz na floresta à noite.

A força e a autoridade de Claude eram palpáveis, e essa realidade se manifestava de forma clara nela.

Mesmo com o pouco tempo que ela havia passado com Claude dentro daquela sala, o pavor em seus olhos era evidente.

A pressão da presença do imperador havia criado um ambiente claustrofóbico para ela, uma sensação opressiva que a fazia sentir-se ainda mais pequena e vulnerável.

O palácio, com sua grandiosidade e formalidade, se tornava um labirinto de frieza e exigências que a jovem não conseguia processar de forma tranquila.

A atmosfera pesada e a sensação de estar constantemente sob julgamento eram demais para Catheryne.

Ela estava longe de sua casa, longe do que conhecia, e a realidade brutal da nova vida que a aguardava parecia esmagadora. Félix podia ver claramente como a situação a afetava, e o medo nos olhos dela o fazia sentir uma dor em seu peito.

Ele sabia que era difícil para ela, e mesmo que tentasse confortá-la, o choque e a ansiedade eram sentimentos que não podiam ser facilmente dissipados.

O ruivo sabia que, naquele momento, o melhor que podia fazer era oferecer um pouco de consolo e segurança.

Com um cuidado delicado, ele se aproximou de Catheryne e a envolveu em um abraço reconfortante. Sentindo o corpo pequeno e trêmulo dela contra o seu, ele a carregou com cuidado pelos corredores do palácio.

Ela estava em seus braços, seu rosto enterrado em seu peito, buscando alguma forma de alívio da dor e da ansiedade que a consumiam. Félix caminhava com passos firmes, tentando transmitir um pouco de estabilidade e calma à jovem.

Finalmente, chegaram ao quarto onde as criadas do palácio estavam prontas para cuidar dela.

Quando Félix a entregou aos cuidados delas, um alívio visível passou por seu rosto. As criadas, com suas expressões de preocupação, assumiram a responsabilidade de acalmá-la.

𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora