⌛1.25⌛

37 4 28
                                        

Catheryne lembrava-se claramente daquele dia.

Ela e Félix, sem muito o que fazer, decidiram caminhar pelo palácio e, sem perceber, seus passos os levaram até o escritório do imperador.

Claude, como sempre, estava imerso em seu trabalho, concentrado nos documentos à sua frente.

Mas algo estava diferente.

Assim que a albina entrou no cômodo, seus olhos logo notaram a ausência do peculiar vaso que sempre esteve na mesa central do escritório.

Um vaso esquisito, com desenhos de flores igualmente estranhos, que sempre continha rosas frescas.

A curiosidade a fez questionar.

- O vaso desapareceu?

Claude sequer ergueu os olhos dos papéis.

- Me cansei dele. Nem lembro quem colocou ali.

Ele então folheou outra página e acrescentou, sem emoção alguma:

- Mandei uma criada tirá-lo da minha vista.

Catheryne arqueou uma sobrancelha.

Não era como se ele se importasse tanto com a decoração a ponto de notar algo assim.

Mas, no fim, talvez fosse apenas mais uma das manias dele.

Ela deixou passar até que seus olhos captaram um detalhe curioso sobre a mesa do imperador.

Uma flor branca, meio amassada, repousava ali entre os documentos.

O coração da garota apertou.

Aquelas flores...

Elas não eram cultivadas em qualquer parte do palácio. Na verdade, elas só cresciam nos jardins do Palácio Rubi.

Os olhos da jovem estreitaram-se.

- Vossa Majestade... onde conseguiu isso?

Claude seguiu o olhar dela até a flor sobre sua mesa.

Ele não respondeu de imediato.

Depois de um longo segundo, apenas disse, desinteressado:

- Uma coisa me entregou isso pelo caminho.

Ele apoiou o punho contra o rosto, voltando ao que fazia, como se o assunto já tivesse sido encerrado.

Mas Catheryne soube.

Ela soube que aquela "coisa" era Athanasia.

Ela soube que sua amiga, mais uma vez, se aproximou do pai e saiu de mãos vazias.

Ela soube que, provavelmente, Athanasia sorriu para ele.

𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora