O sol banhava os jardins do Palácio Rubi com sua luz dourada, refletindo nas águas cristalinas da fonte onde Catheryne estava sentada.
A brisa suave fazia as flores dançarem, enquanto o som dos pássaros ao longe misturava-se com os passos leves de Athanasia sobre o cascalho do caminho.
Catheryne se equilibrava na beirada da fonte, brincando com uma pequena pedra que girava entre seus dedos.
- Como é o meu pai? - A voz de Athanasia quebrou o silêncio, tímida, mas repleta de expectativa.
Catheryne parou por um momento, a pedra escorregando de sua mão.
Virou-se lentamente, encontrando os olhos azuis de Athanasia, cheios de curiosidade, mas também de uma ansiedade quase palpável.
Desde o dia em que Athanasia o encontrara no jardim, durante a festa, a loira parecia cada vez mais interessada em saber mais sobre Claude.
No início, suas perguntas eram simples e objetivas, sobre o trabalho dele ou sua liderança.
Mas, ultimamente, elas tomavam um tom mais pessoal, mais íntimo.
Catheryne engoliu em seco, desviando o olhar para o céu por um instante antes de responder.
- Hm. - murmurou, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha e soltando um suspiro pesado. - Ele é sério. Pode ser bem assustador... não tem reações tão empolgantes para as coisas.
Athanasia inclinou a cabeça, prestando atenção em cada palavra.
- E ele não gosta de doces. - acrescentou Catheryne, com um leve sorriso para aliviar a tensão.
- Não gosta?! - Athanasia arregalou os olhos, quase como se aquilo fosse um pecado.
Catheryne riu baixinho, balançando a cabeça.
- Não, eu já o ouvi dizer isso. Um dia, até ofereci um biscoito, mas ele recusou. Disse que preferia algo mais... forte.
Athanasia franziu a testa, visivelmente surpresa com a revelação.
- Vocês comem juntos? - perguntou com um tom mais hesitante, como se estivesse pisando em terreno desconhecido.
A pergunta fez Catheryne parar por um instante.
Era evidente que aquele tipo de questionamento não vinha de uma simples curiosidade.
Athanasia estava buscando algo, talvez uma conexão, talvez um entendimento sobre a pessoa que ela chamava de pai.
- De vez em quando. - respondeu Catheryne com cautela, escolhendo bem suas palavras. - Mas geralmente é para discutir assuntos importantes. Não é nada... íntimo.
Athanasia abaixou a cabeça, olhando para a superfície tranquila da fonte.
Sua expressão era um misto de reflexão e tristeza, como se tentasse juntar as peças de um quebra-cabeça complicado demais para sua idade.
Catheryne, sentindo o peso no ar, jogou a pedra que segurava para longe, ouvindo o pequeno ploc quando ela aterrissou entre os arbustos.
Ela olhou para Athanasia, sentindo um peso crescente em seu peito.
A loira parecia tão frágil naquele momento, os ombros curvados, os olhos fixos no reflexo na água da fonte.
Era estranho vê-la assim, tão diferente da garotinha animada que correra ao seu encontro mais cedo, segurando a barra de seu vestido como se o mundo dependesse disso.
- Athy... - Catheryne começou, mas hesitou.
Ela sabia que aquelas perguntas carregavam mais do que simples curiosidade infantil.
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𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗
FanficCatheryne, uma garotinha albina, cresceu no orfanato Casa da Lareira, onde apenas Tália a tratava com gentileza. Descoberta como uma transcendental, foi levada para a presença do imperador Claude de Alger Obelia, tornando-se a segunda princesa do im...
