Catheryne caminhava pela longa e silenciosa galeria do palácio, seus passos ecoando suavemente no corredor.
As luzes das lâmpadas de azeite ainda estavam acesas, iluminando os tapestries de cores desbotadas que decoravam as paredes.
A noite estava avançada, e a maioria dos criados já tinha se retirado para os quartos.
O jantar da princesa e do imperador ainda não estava pronto, e isso significava que os corredores ainda estavam vivos com uma tranquilidade única.
Era nesse momento que ela costumava se perder em seus pensamentos, ou, em raros casos, se intrometer um pouco mais em discussões que se desenrolavam entre as portas fechadas.
Com as mãos ocupadas carregando dois pesados livros que Claude havia emprestado para ela, um hábito que eles haviam adquirido ao longo dos anos de convivência, Catheryne não teve escolha senão aproximar-se discretamente do escritório do imperador.
A porta estava entreaberta, e ela podia ouvir as vozes do outro lado, tão claras quanto se estivessem ao seu lado.
- De novo com essa história? - A voz de Claude era firme, mas ao mesmo tempo, cansada. Ela podia quase visualizar os ombros tensos do imperador, a frieza habitual em sua postura, ainda que ele estivesse em uma conversa íntima.
- Sim, mas quanto mais pesquiso, mais provas de que ela é minha parente surgem no caminho. - A resposta veio com um toque de exasperação. Félix. Ele estava com Claude. Isso não era novidade. Eles conversavam frequentemente sobre assuntos misteriosos, e Catheryne, sempre curiosa, sabia que essas discussões eram mais complexas do que qualquer um imaginava. - A conexão com os Vera não é atoa, majestade.
Ela se inclinou um pouco mais perto da porta, tentando ouvir melhor.
Vera... O nome parecia familiar, mas ela não conseguia lembrar de onde o havia ouvido antes.
A família Vera... Quem eram mesmo?
Uma sensação incômoda se formava em sua mente, como se estivesse à beira de uma descoberta importante.
- E de que forma isso adiciona algo na sua vida? - O tom de Claude era mais incisivo agora, uma nota de impaciência.
Félix pareceu dar um passo para frente, o som de seu peso deslocando-se no chão ecoando de leve.
- Queria poder passar mais tempo com ela.
Isso fez o coração de Catheryne bater um pouco mais rápido.
Passar mais tempo com quem? Ela estava começando a se perder na conversa, a palavra "ela" parecia estar relacionada a algo muito mais próximo e pessoal do que qualquer um poderia imaginar.
- Não entendo como isso muda alguma coisa na sua relação. Laços sanguíneos? Que piada. - A resposta de Claude foi fria, mas algo em seu tom indicava uma certa curiosidade disfarçada. Ela podia imaginar a expressão dele, os braços cruzados com a sobrancelha arqueada, típico de Claude quando se sentia desinteressado. No entanto, aquilo a fazia se perguntar: quem ele queria dizer com "ela"? Quem era essa pessoa com quem Félix queria tanto passar mais tempo? - E você já não passa tempo suficiente? Você já é o guarda pessoal dela há anos.
Aquela frase soou como um eco distante na mente de Catheryne.
Guarda pessoal?
Isso queria dizer que.... eles estavam falando dela? De si? Sua mente começava a girar, e uma tensão crescente se formava em seu peito.
Félix parecia não se deixar abalar. Ele continuou, a voz mais suave, como se estivesse tentando explicar algo que ainda não fazia sentido.
- Isso não é abrangente. Se ela for mesmo minha sobrinha, então eu gostaria de passar mais tempo com ela.
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𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗
FanfictionCatheryne, uma garotinha albina, cresceu no orfanato Casa da Lareira, onde apenas Tália a tratava com gentileza. Descoberta como uma transcendental, foi levada para a presença do imperador Claude de Alger Obelia, tornando-se a segunda princesa do im...
