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A atmosfera na mansão Alpheus estava carregada de tensão.

O escritório do duque, adornado com detalhes dourados e cortinas de veludo vermelho, parecia menor do que o normal com a presença dos quatro ali reunidos.

Roger Alpheus estava sentado na ponta da mesa, os dedos tamborilando impacientes sobre a madeira polida.

A Condessa Rozália matinha o rosto impassível, mas sua mente estava fervilhando com as novas informações.

Do outro lado, Donnovan Kiev e Anastacius estavam relaxados demais para o gosto de Roger.

Era irritante como falavam com tanta confiança sobre a mudança repentina de planos.

- Então vamos recapitular. - Roger quebrou o silêncio, cruzando os braços. - Jennette que tem o sangue imperial, os olhos de jóia, tudo o que sempre desejamos para torná-la a herdeira ideal. Mas agora... querem descartar esse plano por causa daquela garota?

Ele cuspiu a última palavra, claramente descontente.

- Não estamos descartando nada, duque. - Anastacius disse com um sorriso discreto. - Mas devemos reconhecer que a situação mudou.

- Mudou? - A voz de Rozália veio suave, mas afiada como uma lâmina. - Uma órfã surge do nada e, em questão de dias, se torna a herdeira de Obelia? O imperador sequer hesitou.

- Ele não vê Catheryne como uma filha, isso é evidente. - Donnovan interveio, segurando sua taça de vinho com elegância. - Para ele, ela é um capricho. Algo que ele mantém sob rédeas curtas.

- Rédeas que podemos tomar para nós. - Anastacius acrescentou, seus olhos brilhando com expectativa.

Roger bufou, seus dedos apertando a mesa.

- Você está sugerindo que controlemos Catheryne. Como, exatamente?

O sorriso de Donnovan se alargou.

- Com isso.

Ele deslizou um pequeno estojo de veludo sobre a mesa. Roger o abriu com cautela, revelando um objeto delicado, mas imponente: a Balança de Aura.

- O artefato que irá manter os poderes daquela garota sob controle. - Donnovan explicou. - Enquanto estiver sob posse de alguém, Catheryne jamais poderá desobedecê-lo.

A expressão de Roger se tornou indecifrável.

- E quem teria esse controle?

- Kiev, é claro. - Anastacius respondeu.

Rozália cerrou os dentes.

- Então querem que Jennette continue sendo apenas uma peça de exposição enquanto essa garota se torna a imperatriz sob nossa coleira?

- Por enquanto. - Donnovan girou a taça em suas mãos. - Jennette ainda será uma princesa. Ela ainda será revelada no momento certo, como a filha legítima do imperador. Mas enquanto Catheryne for mantida sob controle, ela será a prioridade.

- Claude está testando os limites dela. - Anastacius acrescentou. - Ele sabe que não pode controla-la completamente, mas também não quer quebrá-la. Ele não a trata como uma prisioneira... mas se soubesse que quatro pessoas conspiram contra ele, talvez agisse diferente.

Rozália riu.

- Então a ideia é criar um monstro... e mantê-lo na coleira?

Donnovan sorriu.

- Criar algo para se temer. Esse é o plano.

Roger massageou as têmporas. Ele não gostava dessa reviravolta. Seu desejo sempre fora ver Jennette no trono, ao lado de seu filho. Mas agora... ele teria que reformular tudo.

𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora