No Palácio Rubi, Athanasia ensaiava mais uma vez os passos de dança, seus movimentos fluindo com graça e precisão.
Cada giro, cada deslizar dos pés pelo chão era impecável, refletindo o tempo e esforço dedicados ao aprendizado.
Graças a Catheryne, uma professora de dança fora até seu palácio.
A amiga insistia em lhe proporcionar pequenos luxos sempre que podia, enchendo sua vida com presentes inesperados e gestos de carinho.
Não que Athanasia não gostasse disso-pelo contrário, cada presente lhe aquecia o coração-mas a sensação de estar em dívida com Catheryne sempre a acompanhava.
Desde que se conheceram, sua vida havia melhorado drasticamente.
Os servos que antes a tratavam com desprezo passaram a agir com mais respeito.
Claro, não por vontade própria, mas porque Catheryne os fazia se comportar.
Além disso, a amiga já lhe dera vestidos novos, peças belíssimas que substituíam as roupas de moda ultrapassada que ocupavam seu closet.
Trazia livros e mais livros sempre que podia, abrindo para Athanasia um mundo novo, cheio de histórias e conhecimentos que antes pareciam inalcançáveis.
Mas, por mais que tentasse retribuir de alguma forma, havia uma barreira intransponível entre elas.
Seu pai nunca permitia que ela pisasse no palácio onde ele vivia com Catheryne.
O simples pensamento fez com que Athanasia mordesse o lábio com força, a frustração corroendo-a por dentro.
Por que ela ainda tentava?
Por que ainda não desistira?
Suspirou, finalizando o passo com um giro gracioso.
Ela faria 14 anos em breve.
No fundo, esperava alguma coisa dele.
Um parabéns, um presente, qualquer demonstração de reconhecimento.
Era vergonhoso admitir para si mesma, mas ainda sonhava com isso.
Ainda esperava algo de Claude.
Ela estava acostumada a ver apenas suas costas, a viver à margem de sua existência.
Mas ele nunca olhava para ela.
Nunca.
Decidida a tomar um ar fresco e aliviar a tensão que a acompanhava, Athanasia saiu pela porta principal do palácio e começou a caminhar pelos jardins.
A brisa suave acariciava seu rosto, e o cheiro das flores que floresciam ao redor trazia uma leve sensação de tranquilidade.
Essa sensação lhe distanciava do nervosismo e a pressão que sentia constantemente sobre seu debute.
Em algum momento, provavelmente acabaria se aproximando do Palácio Esmeralda, mas, por enquanto, preferiu apenas caminhar sem rumo, como se cada passo a distanciasse um pouco mais da sua realidade sufocante.
Antes de sair, informou sua saída a Lily, e calçou um par de sapatilhas confortáveis, ideais para caminhar sem se preocupar com os cortes e desconfortos dos sapatos mais formais.
Ela pensava em Ryne.
Queria vê-la, mas sabia que isso era impossível no momento.
Estava ocupada demais, e tudo o que podiam fazer era trocar cartas, que eram deixadas aqui e ali pelos funcionários.
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𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗
FanfictionCatheryne, uma garotinha albina, cresceu no orfanato Casa da Lareira, onde apenas Tália a tratava com gentileza. Descoberta como uma transcendental, foi levada para a presença do imperador Claude de Alger Obelia, tornando-se a segunda princesa do im...
