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- Vocês são O quêêêê?????? - Athanasia finalmente quebrou o silêncio, sua voz subindo algumas oitavas de puro choque.

O silêncio tomou conta do quarto por alguns instantes.

Athanasia ainda estava assimilando a ideia de que Félix e Catheryne eram parentes, enquanto Catheryne parecia perdida em pensamentos, brincando com a borda da pequena xícara de chá de brinquedo.

Do outro lado da porta entreaberta, Félix tentava inutilmente esconder seu embaraço. Seu rosto estava vermelho como o cabelo, e ele sentia uma mistura de constrangimento e orgulho.

Nunca imaginou que, um dia, teria uma sobrinha. Muito menos que essa sobrinha seria alguém como Catheryne: independente, elegante, inteligente, um pouquinho rabugenta, mas que, de alguma forma, agora parecia irradiar felicidade com essa descoberta.

A pequena loira segurava sua xícara de chá de brinquedo com força, os olhos arregalados de surpresa. O líquido dentro tremia perigosamente, quase derramando sobre a toalha de renda da mesinha.

Catheryne não conseguiu conter uma risada. A reação da princesa era hilária. Félix, no entanto, do outro lado da porta, só ficou ainda mais vermelho, resmungando baixinho.

- Pois é, pelo visto, Félix é meu tio. - Catheryne explicou, divertida, sorrindo largamente. Sua felicidade era quase surreal, e, de alguma forma, pequenas florzinhas imaginárias pareciam surgir ao seu redor, destacando ainda mais seu brilho momentâneo.

Athanasia piscou algumas vezes, tentando digerir aquilo.

- Eu sempre soube que vocês possuíam uma conexão que ia além de mero profissionalismo. - A princesa concluiu, cruzando os braços e assentindo para si mesma, como se fosse um gênio por ter percebido aquilo antes de todo mundo.

Catheryne arqueou uma sobrancelha e soltou uma risadinha. Do outro lado da porta, um riso abafado escapou de Félix, que logo se conteve, ainda um pouco envergonhado.

Athanasia inclinou a cabeça, curiosa.

- Então... E agora?

Catheryne piscou.

- O quê?

- Vocês vão passar mais tempo juntos?

A albina apoiou o queixo na mão, pensativa.

- Bom, nós já ficamos um bom tempo juntos.

- E quanto às coisas de família?

- Eh?

- Vocês sabem... - Athanasia gesticulou com as mãos, como se fosse óbvio. - Viajar, comerem juntos, lerem, ESTUDAREM juntos!

Catheryne bufou, rindo.

- Nós não nascemos colados um no outro, Athy.

- Mas seria engraçado se tivessem.

- Não seria.

Athanasia riu baixinho, mas logo voltou a sua expressão pensativa.

- Vocês vão fazer isso, então? Tipo... Um dia?

A aura ao redor de Catheryne pareceu escurecer um pouco.

- Sim... Quando o imperador permitir.

O silêncio desconfortável que se seguiu foi sufocante.

A própria Athanasia encolheu um pouco os ombros, desviando o olhar para seus joelhos dobrados sobre a almofada.

Não era como se ela tivesse experiência nesse tipo de situação para poder exigir algo deles.

𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora