Os corredores do palácio eram vastos e adornados com tapeçarias que contavam histórias de glórias passadas.
Catheryne caminhava logo atrás de Claude, lutando para manter o ritmo dos passos dele.
Cada batida de seus sapatos ecoava no mármore frio, misturando-se ao som abafado de conversas distantes e ao murmúrio dos empregados que passavam.
Eles a olhavam de soslaio, curiosos.
A reunião com os nobres era iminente, mas algo mais pesado ocupava seus pensamentos.
"Eu realmente deveria perguntar?"
A dúvida martelava em sua mente.
Durante a noite, ela não conseguira dormir.
Sua mente havia sido invadida pela lembrança daquela menina, tão jovem e delicada, com olhos que pareciam um reflexo direto dos de Claude.
"Quem era ela?"
A pergunta ecoava em seus pensamentos, crescendo a cada instante como um peso insuportável.
Finalmente, reunindo toda a coragem que tinha, Catheryne decidiu perguntar. Sua voz era baixa, quase um sussurro.
- Quem era aquela menina?
Claude continuou andando, inabalável, sem sequer olhar para trás.
Por um instante, Catheryne pensou que ele talvez não a tivesse ouvido.
Mas então ele respondeu, curto e direto:
- O quê?
Ela engoliu em seco, sentindo o coração acelerar no peito.
A formalidade em sua voz era evidente, mas a curiosidade e a tensão traíam sua compostura.
- A menina cujos olhos são iguais aos seus... Majestade.
Por um breve momento, os passos dele desaceleraram, e Catheryne quase tropeçou ao tentar acompanhar.
O silêncio que se seguiu foi tão pesado que parecia sufocar.
- Somente a filha de uma meretriz - respondeu ele, frio como sempre.
A resposta deveria tê-la silenciado, mas a dúvida que corroía sua mente não permitiu.
As palavras escaparam antes que ela pudesse se conter:
- Sua filha?
O desconforto que se instaurou era quase palpável.
Os passos de Claude tornaram-se mais lentos, e o eco deles reverberava pelo corredor vazio.
Ele não respondeu de imediato, mas o silêncio dizia mais do que qualquer palavra.
Quando ele finalmente falou, sua voz era cortante, como uma lâmina afiada:
- Não. Apenas alguém que teve a sorte de herdar meu sangue.
Catheryne sentiu o ar pesar novamente.
Seus dedos apertaram levemente a barra do vestido, enquanto ela olhava para o chão, tentando organizar seus pensamentos.
Mas, mais uma vez, suas palavras vieram sem permissão, carregadas por uma ousadia que ela mal sabia que possuía.
- Então é sua filha...
Claude parou abruptamente, e ela quase esbarrou nele.
Ele virou levemente a cabeça, lançando-lhe um olhar por sobre o ombro.
O tom de sua voz, ainda que baixo, carregava um peso ameaçador.
- Catheryne.
Ela congelou.
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𝚃𝚑𝚎 𝙾𝚖𝚗𝚒𝚙𝚘𝚝𝚎𝚗𝚝 𝙿𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜 𝚁𝚒𝚜𝚎𝚜 𝙰𝚐𝚊𝚒𝚗
FanfictionCatheryne, uma garotinha albina, cresceu no orfanato Casa da Lareira, onde apenas Tália a tratava com gentileza. Descoberta como uma transcendental, foi levada para a presença do imperador Claude de Alger Obelia, tornando-se a segunda princesa do im...
