Catheryne, uma garotinha albina, cresceu no orfanato Casa da Lareira, onde apenas Tália a tratava com gentileza.
Descoberta como uma transcendental, foi levada para a presença do imperador Claude de Alger Obelia, tornando-se a segunda princesa do im...
Catheryne ajeitou os cabelos brancos que insistiam em escapar do penteado, enquanto seus olhos rubros vagavam pelas paisagens do palácio.
Havia algo pesado no ar, uma sensação de cansaço que ela carregava consigo.
Entre os protestos nas ruas, os desafios da igreja e a constante sombra de Claude, seu corpo pedia descanso, mas sua mente se recusava a ceder.
O aniversário dela se aproximava.
Não era algo que lhe causasse animação.
Nunca fora uma data comemorada com grandes celebrações.
Contudo, Kiev insistira em organizar algo na igreja, argumentando que seria uma forma de fortalecer os laços com o povo e os fiéis.
Uma missa seria seguida de uma ceia compartilhada.
Catheryne suspirou.
A atenção que os fiéis pareciam dedicar a ela era algo que a intrigava.
Mesmo quando foi selada, a igreja nunca cortou os laços com sua figura.
Pelo contrário, parecia haver um cuidado implícito em mantê-la presente, mesmo que de forma simbólica.
Ela não era ingênua.
Sabia que isso tinha relação com o que era: uma transcendental.
Esse fato era um segredo para uma parte da nobreza e do proletariado, mas na igreja, era uma verdade bem estabelecida.
"Por que eles nunca romperam comigo?", ela se perguntava, fitando o céu nublado.
O peso de sua condição era algo que a acompanhava desde sempre.
Não apenas o selamento e as limitações impostas, mas também o desconhecido.
Ser uma transcendental era uma bênção e um fardo, mas o que significava, de fato?
Quais eram os limites de seu poder?
Catheryne sentia-se como uma peça de um tabuleiro cujas regras desconhecia.
Ela ansiava por respostas, mas elas pareciam sempre distantes.
Mais do que tudo, ela desejava encontrar alguém como ela, outro transcendental, alguém que pudesse compreendê-la de verdade.
Esse pensamento a acompanhou enquanto ela caminhava pelos corredores do palácio, os ecos de seus passos ressoando contra as paredes.
O som a fazia sentir-se pequena diante de tudo que a cercava, mas também determinada.
Um dia, ela encontraria respostas. Até lá, continuaria a desempenhar seu papel, mesmo que ele não fosse claro para si mesma. Afinal, ser uma transcendental não era apenas sobre o que ela era, mas também sobre o que ainda poderia se tornar.
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