Capítulo 23: Encontro de Emoções

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A manhã seguinte foi marcada pelo calor suave da luz que filtrava pelas cortinas do quarto de Luísa. Clara acordou devagar, ainda envolvida pelo abraço acolhedor de Luísa. O cheiro de café fresco começou a invadir o quarto, misturando-se ao aroma da noite anterior. Luísa estava já de pé, vestida com uma camiseta simples e calças de moletom, e Clara podia ouvir o som de panelas sendo movimentadas na cozinha.Clara se espreguiçou, sentindo uma sensação de tranquilidade e segurança que não experimentava há algum tempo. Ela se levantou com cuidado, e caminhou até a janela para abrir as cortinas. O sol brilhava intensamente, iluminando o apartamento de forma agradável. O céu estava limpo, prometendo um dia bonito.Quando Clara chegou à cozinha, Luísa estava de costas para ela, mexendo algo no fogão. Clara observou por um momento, encantada com a visão de Luísa em seu ambiente natural. Finalmente, Luísa se virou e sorriu ao vê-la.


– Bom dia – Luísa disse, com um sorriso caloroso.


– Bom dia – respondeu Clara, devolvendo o sorriso e se aproximando da mesa onde Luísa havia preparado um café da manhã simples, mas convidativo. Havia torradas, frutas frescas e café.


– Preparei algo para nós. Espero que goste – Luísa comentou, gesticulando para que Clara se sentasse.


– Está ótimo – Clara respondeu, enquanto se acomodava na cadeira. – E obrigada por tudo ontem. Eu realmente precisava disso.


Luísa fez um gesto de desdém. – Não precisa agradecer. Estou aqui para isso. E além disso, fico feliz que tenha conseguido resolver as coisas no hospital. Isso é um grande passo.


Enquanto comiam, Clara contou mais sobre a reunião com Dr. Almeida, detalhando cada aspecto da conversa e como havia se sentido ao final. Luísa ouvia atentamente, com um olhar compreensivo e encorajador. A conversa fluiu naturalmente, misturando tópicos sobre trabalho e assuntos mais leves, como os planos para o fim de semana e as novidades do bairro.Depois do café da manhã, Luísa sugeriu que elas saíssem para dar uma volta. Clara aceitou de bom grado. As duas saíram para um passeio pela cidade, aproveitando o clima agradável. Caminharam lado a lado, conversando e rindo. O contato físico era reconfortante, e Clara sentia que cada passo a ajudava a se sentir mais equilibrada.


Passaram por um mercado local, onde Luísa comprou alguns produtos frescos, e em seguida, foram a uma pequena praça, onde se sentaram em um banco e observaram as crianças brincando e os casais passeando. A sensação de normalidade e simplicidade era relaxante.


– Eu realmente perdi essa parte da vida – Clara comentou, olhando para o movimento ao redor.


 – Fico pensando em como tudo parecia mais simples antes de tudo isso.

Luísa virou-se para ela, com um olhar pensativo.


 – Às vezes, é preciso passar por momentos difíceis para realmente valorizar as coisas simples. E, às vezes, esses momentos nos fazem ver o que realmente é importante para nós.

Clara concordou com um aceno. 


– Verdade. E ter você ao meu lado tem feito toda a diferença. Não sei o que teria feito sem seu apoio.

O dia passou tranquilamente, e, à noite, Luísa preparou um jantar caseiro que ambas saborearam com prazer. A refeição foi acompanhada por uma conversa leve e animada, e, depois de comerem, se dirigiram ao sofá para relaxar.


Enquanto assistiam a um filme, Clara sentiu a presença de Luísa ao seu lado, o calor do corpo dela contra o seu, e começou a refletir sobre o que significava aquela relação para ela. O carinho e a compreensão que Luísa oferecia eram incomparáveis, e Clara se viu mais certa do que nunca sobre a importância dela em sua vida.


Quando o filme terminou, Luísa apagou a televisão e se virou para Clara. – Está se sentindo melhor?


Clara sorriu, tocando o rosto de Luísa com ternura. – Sim, muito melhor. E só tenho a agradecer por estar aqui.


Luísa inclinou-se para frente e deu um beijo suave nos lábios de Clara, que respondeu com um carinho igual. O beijo foi lento e cheio de significado, cada movimento carregando a promessa de um futuro mais brilhante.


Depois, Luísa se levantou e puxou Clara para dançar, sem música, apenas com o som de suas respirações e o ritmo do coração. Elas giraram pelo cômodo, rindo e se olhando com uma intensidade que parecia dizer mais do que palavras poderiam expressar.


Quando a noite caiu completamente e o cansaço começou a fazer efeito, as duas foram para a cama, onde se aconchegaram sob as cobertas. Clara estava prestes a adormecer quando Luísa sussurrou ao seu ouvido:


– Estou aqui, sempre que precisar. Vamos enfrentar tudo isso juntas.


Com essas palavras reconfortantes, Clara se entregou ao sono, sentindo-se mais em paz do que havia se sentido em muito tempo. A presença de Luísa ao seu lado era o abrigo que ela havia buscado, e, ao fechar os olhos, ela sabia que o futuro estava cheio de novas possibilidades.

À Prova de Fogo ( ROMANCE LESBICO )Onde histórias criam vida. Descubra agora