As sirenes ficaram para trás, e o peso do caos do dia começou a desaparecer enquanto Clara e Luísa caminhavam até a moto. Desta vez, Clara se ofereceu para dirigir. Luísa hesitou por um segundo, mas depois entregou as chaves, percebendo que, mesmo exausta, Clara queria estar no controle naquele momento.
Clara montou na moto, e Luísa subiu atrás dela, envolvendo seus braços ao redor da cintura de Clara. Sentir o corpo de Luísa pressionado contra o seu fez o coração de Clara acelerar novamente, como se o cansaço fosse substituído por uma nova energia.
– Pronta? – perguntou Clara, olhando por cima do ombro.
– Sempre – respondeu Luísa com um sorriso suave, inclinando-se mais contra ela.
O motor rugiu quando Clara acelerou, e as ruas vazias passaram rapidamente por elas enquanto seguiam em direção ao apartamento de Luísa. O vento fresco da madrugada passava por seus rostos, e Clara sentia-se viva, apesar de todo o cansaço. O calor de Luísa, combinado com a sensação de liberdade na estrada, era uma mistura intoxicante.
Quando finalmente chegaram ao prédio de Luísa, Clara desligou o motor, mas não se moveu imediatamente. Ela respirou fundo, tentando acalmar o coração acelerado. Luísa desceu da moto primeiro e, de pé ao lado de Clara, estendeu a mão.
– Vamos, doutora. Acho que merecemos um descanso.
Clara riu suavemente, pegando a mão de Luísa e descendo da moto. Elas caminharam até o apartamento, e assim que a porta se fechou atrás delas, Luísa não perdeu tempo. Ela se aproximou rapidamente de Clara, segurando seu rosto com as duas mãos e pressionando seus lábios contra os dela.
O beijo foi feroz, carregado de urgência, como se tudo o que havia acontecido nas últimas horas estivesse sendo liberado naquele momento. Clara, surpresa pela intensidade, tentou interromper.
– Luísa... – começou Clara, tentando falar entre os beijos, mas a boca de Luísa a silenciava de novo e de novo.
– O que você está fazendo? – Clara perguntou, ofegante, enquanto Luísa a empurrava gentilmente contra a parede.
– Beijando você – respondeu Luísa em um sussurro rouco, sem parar por um segundo.
Clara tentou falar novamente, mas Luísa apenas riu e a beijou mais profundamente, suas mãos começando a explorar o corpo de Clara com uma familiaridade apaixonada. Clara sentiu sua pele aquecer sob o toque de Luísa, e cada tentativa de falar se desvanecia em meio ao desejo crescente.
– Luísa... isso é perigoso... – Clara conseguiu murmurar enquanto Luísa começava a desabotoar sua camisa, seus dedos ágeis, quase impacientes.
– Perigoso é o que sinto quando estou longe de você – respondeu Luísa, beijando o pescoço de Clara, mordiscando suavemente sua pele enquanto suas mãos deslizavam por suas costas.
O desejo que elas haviam segurado durante o dia agora explodia como um incêndio incontrolável. Clara, mesmo querendo se manter lúcida, não conseguia mais resistir ao que sentia. A cada toque de Luísa, sua vontade de parar se dissipava. Quando Luísa a puxou pela cintura, Clara cedeu completamente, respondendo aos beijos com a mesma intensidade.Luísa, sem dizer uma palavra, pegou Clara pela mão e a conduziu em direção ao banheiro. O quarto estava ao lado, mas Luísa queria algo mais intenso, algo que apagasse qualquer resquício de medo ou preocupação.
Quando chegaram ao banheiro, Luísa girou Clara de frente para ela e a empurrou suavemente contra a pia. O olhar de Luísa era intenso, faminto, e Clara não conseguia desviar os olhos. Luísa começou a abrir a camisa de Clara com mais calma agora, seus dedos deslizando sobre a pele nua enquanto seus olhos seguiam cada movimento.
– Eu preciso de você... aqui... agora... – sussurrou Luísa, enquanto suas mãos desciam pelas laterais do corpo de Clara, até encontrarem o botão de sua calça.
Clara respirava pesadamente, o ar entre elas carregado de tensão. As velas que haviam acendido mais cedo lançavam uma luz suave sobre o ambiente, refletindo nos azulejos brancos do banheiro. Clara mordeu o lábio inferior, tentando controlar as ondas de prazer que a tomavam a cada toque de Luísa.
– Luísa... – começou ela, mas novamente sua voz foi silenciada pelos lábios quentes de Luísa. Desta vez, Clara não tentou mais interromper. Ela se entregou completamente, suas mãos deslizando pelos cabelos de Luísa, puxando-a para mais perto enquanto seus corpos se fundiam em uma dança de paixão.
Luísa ligou o chuveiro, deixando a água quente cair sobre ambas enquanto seus beijos continuavam, cada vez mais intensos. A água escorria por seus corpos, misturando-se ao calor do momento, apagando qualquer pensamento que não fosse sobre o desejo insaciável que sentiam uma pela outra.
O banheiro se encheu com o vapor quente da água, e as paredes reverberavam com os sons suaves de respiração ofegante e sussurros. Clara e Luísa, completamente encharcadas, continuaram a explorar cada pedaço de pele, cada centímetro de seus corpos, enquanto o mundo ao redor desaparecia.
Luísa pressionou Clara contra a parede do chuveiro, e a sensação da água quente misturada ao frio do azulejo em suas costas a fez arfar. Mas o que realmente a deixava sem ar era a forma como Luísa a beijava, com paixão, mas também com uma ternura que Clara nunca havia sentido antes.
Quando finalmente se separaram, ambas ofegantes e com os corpos colados, Luísa sorriu, sua testa encostada na de Clara.
– Isso... é o que eu estava esperando o dia todo – disse Luísa com um sorriso travesso, e Clara apenas riu, seu corpo tremendo levemente de cansaço e prazer.
– Vamos nos secar... antes que a água esfrie – sugeriu Clara, mas sua voz era suave, como se a energia estivesse lentamente se esgotando.
Luísa concordou, mas não sem dar mais um beijo rápido em Clara, como se não conseguisse se afastar completamente. Quando saíram do chuveiro, envoltas em toalhas, elas se olharam e riram suavemente, sem precisar dizer uma palavra.
O restante da noite foi mais tranquilo, mas igualmente íntimo. Deitaram-se na cama, ainda molhadas, e se aconchegaram nos braços uma da outra. Os corações que haviam corrido em ritmo frenético agora batiam em sintonia, suaves e reconfortantes.Clara suspirou, o cansaço finalmente vencendo-a. Sentia-se segura, aquecida, amada. E com Luísa ao seu lado... E isto era o que importava.
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À Prova de Fogo ( ROMANCE LESBICO )
RomanceClara: Uma médica recém-formada de 26 anos, que acabou de começar sua residência em um hospital público de uma grande cidade. Clara é dedicada, metódica e tem um coração enorme, mas a pressão da medicina e a constante luta para equilibrar vida pesso...