Capítulo 45 - Entrega e Cuidado

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O sol da tarde ainda estava forte quando Clara e Luísa chegaram em casa, depois de um longo período de recuperação e desafios. A brisa morna passava suavemente pelos cabelos de Clara enquanto ela descia da moto de Luísa, mas, antes que pudesse tocar o chão, Luísa já a puxava para seus braços.

— Eu te disse que hoje seria especial — Luísa sussurrou, com um sorriso que irradiava carinho e um toque de malícia.Clara, ainda surpresa pela atitude repentina de Luísa, riu baixinho, agarrando-se ao pescoço da sua amada.

— Você é terrível — disse Clara, com um olhar apaixonado, enquanto Luísa a carregava em direção à porta de casa.

Com passos firmes, Luísa empurrou a porta com o pé e entrou na casa, o ambiente familiar agora parecendo ainda mais aconchegante. Colocou Clara no chão, mas antes que ela pudesse dizer algo, Luísa a puxou para um beijo profundo. O calor dos lábios de Luísa contra os dela trouxe um conforto que Clara não sabia que precisava até aquele momento.Os dedos de Luísa passearam pelo corpo de Clara, tocando sua pele com uma suavidade que fazia Clara estremecer. 

Cada toque era meticuloso, cheio de desejo e carinho, mas havia algo mais naquele gesto. Era como se Luísa estivesse prometendo cuidar dela para sempre.Sem dizer uma palavra, Luísa guiou Clara em direção ao banheiro. O silêncio entre elas era preenchido apenas pelo som das respirações entrecortadas e o suave eco dos passos pelo piso de madeira.Ao chegar no banheiro, Luísa parou por um momento, observando Clara com olhos que brilhavam de paixão, mas também de respeito.

 Ela sabia que Clara ainda estava se recuperando, e cada movimento era planejado com um misto de desejo e cuidado.

— Deixe-me cuidar de você — Luísa murmurou, sua voz baixa, quase um sussurro, como se o momento fosse sagrado demais para ser quebrado por palavras.

Clara assentiu, sem conseguir tirar os olhos de Luísa. Havia algo no jeito como ela se movia, no jeito como ela a tocava, que fazia Clara se sentir protegida e desejada ao mesmo tempo.Com gestos suaves e lentos, Luísa começou a tirar a roupa de Clara, peça por peça. Cada movimento era feito com uma delicadeza que refletia o respeito que ela tinha por sua amada. 

O tecido deslizou pela pele de Clara, revelando sua silhueta ainda marcada pelas cicatrizes, mas, aos olhos de Luísa, Clara nunca havia sido tão linda.Depois de despir Clara, Luísa se ajoelhou diante dela, seus olhos fixos nos de Clara, e beijou suavemente a pele exposta de sua barriga, subindo lentamente com os lábios, enquanto suas mãos exploravam cada curva com uma ternura que parecia ilimitada. Clara fechou os olhos, entregando-se completamente àquele momento.O som da água sendo ligada na banheira fez Clara abrir os olhos, observando Luísa enquanto ela preparava tudo para que o momento fosse perfeito.

 Assim que a banheira estava cheia, Luísa pegou Clara no colo novamente e a colocou dentro da água quente. A sensação do calor envolvendo seu corpo foi um alívio imediato, como se toda a tensão acumulada nos últimos dias estivesse sendo lavada para longe.Luísa não tirava os olhos de Clara enquanto se sentava ao lado da banheira, passando uma esponja pelo corpo dela com movimentos suaves, quase hipnóticos. Era como se cada toque fosse uma declaração de amor silenciosa, uma forma de dizer "estou aqui, e sempre estarei".

Depois de algum tempo, quando a água começou a esfriar, Luísa levantou Clara com cuidado e a envolveu em uma toalha macia, secando-a com o mesmo carinho com que havia feito tudo até aquele momento. Seus dedos traçavam padrões invisíveis sobre a pele de Clara, como se estivessem desenhando promessas de um futuro juntas.Ao final, quando ambas estavam deitadas na cama, Luísa puxou Clara para perto de si, beijando-a novamente, desta vez com mais intensidade.

 O beijo foi profundo e carregado de sentimentos que elas não precisavam colocar em palavras. As mãos de Luísa se perderam no cabelo de Clara, e o calor entre elas crescia, alimentado pela conexão que compartilhavam.

— Eu esperei tanto por isso — murmurou Luísa contra os lábios de Clara, com a voz baixa e rouca.

Clara sorriu, ainda sem dizer nada, apenas entrelaçando os dedos no cabelo de Luísa e puxando-a para mais perto. Cada toque, cada carícia, cada beijo era repleto de uma paixão delicada, mas intensa, algo que só elas entendiam.Com o tempo, a respiração de ambas foi ficando mais tranquila, e elas ficaram deitadas ali, abraçadas, enquanto o silêncio confortável preenchia o ambiente. O cheiro da pele de Luísa era calmante para Clara, que suspirava de alívio por finalmente estar ali, longe de qualquer dor, qualquer medo.Luísa a segurava com firmeza, como se quisesse protegê-la de qualquer coisa que pudesse vir a machucá-la novamente.

 E, naquele momento, Clara sabia que, ao lado de Luísa, estava segura. Elas tinham enfrentado o pior e saíram ainda mais fortes.

— Eu te amo — Clara sussurrou baixinho, antes de fechar os olhos e se deixar levar pelo cansaço.

— Eu também te amo — Luísa respondeu, beijando o topo da cabeça de Clara e a apertando ainda mais em seus braços.

E assim, no calor uma da outra, elas adormeceram, sabendo que o que tinham era raro, forte, e que nada as separaria.

À Prova de Fogo ( ROMANCE LESBICO )Onde histórias criam vida. Descubra agora