LEVI WITHE, um garoto de personalidade forte que mudou-se com sua família para Orlando, passando dez anos longe de sua cidade natal, Miami. Quando tinha apenas quinze anos de idade, recebeu a notícia que seu irmão havia morrido num acidente de carro...
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— Você não está entendendo, Levi! Se Nicolas realmente estiver lá eu preciso ir vê-lo, preciso estar lá com ele.- Mia insiste.
— Não Mia, é você quem não está entendendo! - Começo. — Não posso deixar você ir.- Digo por fim.
— Eu preciso ir, Levi! - A garota eleva seu tom de voz, mas não ao ponto de gritar.
— E eu não posso deixar você ir.- Digo, pausadamente, suspirando logo em seguida. — Ir até lá pode ser perigoso.- Falo.
A garota então, gargalha.
— Não entendi o motivo da gargalhada.- Digo, sério.
— Você realmente ainda enxerga uma criança em mim, não é mesmo, Levi? - A garota mostra sua indignação através de suas palavras.
— Na verdade, sim. Eu realmente ainda enxergo uma criança em você, Mia. Inclusive, está agindo como uma neste exato momento.
— É uma pena, pois não sou mais uma. Aceite isso e pare de me tratar como se eu tivesse apenas quatro anos de idade.- Diz, nervosa.
— É uma pena, pois enquanto for menor de idade continuará sendo apenas uma criança.
— Uma criança para certas coisas, mas para outras você esquece disso não é mesmo? - Mia sorri, sarcástica.
— Não vamos tocar neste assunto, Mia.
— Mas por que não? Você não consegue aceitar que está errado uma única vez na sua vida, Levizinho? - É irônica.
Suspiro fundo, tentando manter a calma.
— Você não me via como uma criança enquanto me tocava na noite anterior, não é? Até porque, você sabe que isso seria errado.- Mia ironiza mais uma vez.
— Cale a porra da boca, Munson! - Sinto a raiva começar a se fazer presente, fazendo com que eu fechasse minhas mãos num soco.
— Você me via com outros olhos enquanto tocava meu corpo que queimava como fogo, pedindo um pouco mais de seus toques. Por que não pode olhar para mim da mesma forma em relação a outros assuntos a não ser apenas para sexo? - Indaga.
— Pare com isso, Mia! - Exijo.
— Por que não consegue me enxergar como a mulher que você enxergou aquela noite deitada em sua cama? - Continua. — Por que ainda insiste em deixar-me para trás? Por que não pode simplesmente confiar em mim e compartilhar o que sente, compartilhar comigo tudo o que quero saber? Por que, Levi?
— Por que eu me importo com você, porra! - Vocifero. — Eu nunca perdoaria-me caso acontecesse alguma coisa com você. E sabe por quê? Por que eu te amo, Mia! E não só como aquela menininha que conheci há dez anos atrás, lhe amo como a mulher que se tornou. Eu dependo de você para continuar vivendo, ver você morrer seria a minha morte. Não posso perdê-la novamente. Não posso conviver com a dor da perda da garota que mais amei e ao mesmo tempo mais odiei justamente por ama-la tanto. Não posso simplesmente entregar-te de bandeja para seja lá quem for que está tramando tudo isso, por isso, se for preciso que eu morra eu o farei apenas para deixá-la segura. - Digo por fim.
Observo lágrimas escorrerem lentamente dos olhos escuros de Mia, que logo corre para o andar de cima.
Ouço o barulho da porta de seu quarto batendo, me dando a certeza de que novamente a mesma trancou-se em seu quarto, o que de certa forma me deixa aliviado, já que sei que Mia só sairá daquele cômodo após horas.
Suspiro fundo, sentando-me no sofá e alcançando meu celular que estava na mesa do centro da sala, ao lado dos papéis que ainda encontram-se lá.
Preciso informar Kaleb para que ele e os outros fiquem prontos, invadiremos esta igreja essa madrugada enquanto Mia dorme e quando a mesma acordar no dia seguinte, seu irmão estará aqui para trazer segurança a ela novamente.
Tudo o que disse a Mia fora verdade; não posso correr o risco de perdê-la mais uma vez após longos e torturantes dez anos longe da mesma, por mais egoísta que esta decisão que estou tomando possa ser.
