SIXTY THREE.- THE DIARIES.

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                                    𝔇𝔦𝔞 𝔰𝔢𝔤𝔲𝔦𝔫𝔱𝔢

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                                    𝔇𝔦𝔞 𝔰𝔢𝔤𝔲𝔦𝔫𝔱𝔢...
                                          🧛🏻‍♀️.

Jogo-me no grande sofá, assistindo ao desenho que passa-se na grande televisão que há na sala.

As cenas parecem passar lentamente, distraindo-me totalmente das próximas imagens.

Hoje é a primeira vez em que Levi fica em casa, sem ao menos colocar o pé para fora do lugar. O que, honestamente, pode ser considerado estranho, já que são raras as vezes que ele fica em sua própria casa.

Entretanto, ainda posso sentir sua inquietação. 

Ouço um barulho vindo da cozinha, logo despertando-me de meus devaneios.

Olho para trás, tendo a visão de Levi vindo em minha direção.

O garoto para no meio do caminho, desviando seus passos e logo subindo as escadas para o andar de cima, assim evitando ficar no mesmo ambiente que eu.

Suspiro fundo, imaginando o motivo pelo qual o mesmo fez isso.

Olho novamente para a tela, escutando os sons que o desenho animado emite, distantes.

Sinto um aperto em meu peito por saber que, de certa forma, a verdadeira culpada de tudo isso fui eu.

Mas então, sou surpreendida ao escutar passos pesados descendo as escadas novamente.

Olho em sua direção, novamente encontrando Levi, que agora segura dois livros em sua mão.

O garoto se senta ao meu lado, observando-me.

E então, Withe estende suas mãos em minha direção, parecendo querer entregar-me os objetos.

— O que seria isso? - Dirijo palavras ao garoto, após um mês sem ao menos encarar seus olhos normalmente.

— São diários.- O mesmo responde, hesitante.

— Tudo bem, e por que está me dando eles? - Indago, confusa.

— Quero que os leia.- Diz, simples.

— Foi você quem escreveu? 

Levi então, desvia seu olhar do meu, encarando agora um ponto fixo na parede.

O garoto ao meu lado apenas balança sua cabeça, surpreendendo-me com sua resposta.

— Não sabia que gostava de escrever.

— Há muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim, pequena vampira. Mas, garanto que quando ler os diários, saberá de tudo o que nunca tive coragem de lhe contar.- Confesso que um alívio percorreu minhas veias ao escutar o apelido de infância sair de sua boca novamente.

— Devo me preocupar?

Seus olhos encaram os meus e no mesmo instante um sorriso perverso pinta seus lábios de uma forma assustadora e arrogante.

— Depende do seu ponto de vista. Tem duas maneiras de interpretar estes diários, ou você passará a me odiar mais do que já odeia, ou tentará matar-me enquanto eu estiver dormindo, mesmo sabendo que isso seria praticamente impossível.- Fala, sorridente.

— Não sabia que dormia. Digo, tem passado tanto tempo fora que achei que não tivesse tempo de dormir, já que tem estado bem mais ocupado com coisas, aparentemente, mais importantes, como bebidas e suas vadias.- Retruco, irônica, ignorando totalmente o que o garoto havia me dito em relação aos diários e a forma de como iria interpreta-los.

— Fica preocupada quando vê que não estou aqui para assustá-la como de costume, vampirinha? - Pergunta, sarcástico.

— E por que me preocuparia? - Ironizo.

— Porque se importa comigo.- Responde, convencido.

Gargalho.

— Deixei de me preocupar com você a partir do momento que percebi o grande idiota que você se tornou.

— Sua intenção era me magoar? Desculpa, não conseguiu. Acho que tem que treinar mais seus xingamentos; talvez um dia eu volte para meu quarto correndo e me afogue em lágrimas ao escutar um xingamento tão terrível sair de seus lábios, ao ponto de deixar-me com uma imensa vontade de acabar com minha própria vida como um pedido de desculpas por ter nascido e ter feito de sua vida um verdadeiro inferno.- Levi fala, sem pausas enquanto sorri.

Idiota!

O silêncio nos atinge de forma abrupta, mas não demora muito para que um de nós o quebre, nesse caso, eu:

— Por que praticamente? - Pergunto.

— O que?

— Você disse que seria praticamente impossível que eu conseguisse lhe matar. Por que praticamente?

— Porque quando eu abrisse meus olhos e visse você em cima de mim, tentando me enforcar, existiria a possibilidade de eu perder-me completamente em sua beleza, apreciando cada parte de seu rosto que faz cada parte do meu corpo queimar como se eu tivesse voltado ao inferno de onde sai.- Diz, deixando-me extasiada. — E então eu morreria.

— E como pode ter tanta certeza que tentaria lhe matar asfixiado?

— Bom, caso algum dia tente me matar a facadas e, claro, consiga executar o trabalho, peço para que abra meu peito e pegue meu coração. Dou permissão para que faça o que quiser com ele, apenas não deixe com que meu cadáver apodreça ainda o tendo lá dentro. Pelo menos assim morrerei sabendo que tudo o que um dia já foi meu, agora será seu, inclusive meu coração, que foi seu assim que olhei em seus olhos pela primeira vez e o senti errar as batidas.- Diz, olhando em meus olhos. — Mas, caso opte por me matar a tiros, lhe dou permissão para dar vinte tiros em meu peito, assim você terá a certeza de que meu coração realmente parou de bater por você, que é o único motivo pelo qual ainda encontro-me respirando.

Sua normalidade ao dizer tais palavras é impressionante.

— Tenho permissão para fazer o que quiser com seu coração, inclusive enterrá-lo numa floresta?

— Contanto que esteja sob seus cuidados por breves minutos é o que realmente importa.- Fala.

O garoto então, se levanta do sofá, ficando em minha frente. Ergo minha cabeça para encará-lo devido aos seus dois metros de altura.

— Escolha com sabedoria, vampirinha. Apenas não se arrependa depois. - E assim, Withe dá as costas para mim, subindo as escadas novamente.

O que ele quis dizer com isso?

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