O restaurante tinha uma iluminação amarela, romântica, um lugar com a arquitetura mais rústica, muito bonito. A mulher de coque nos guiou até nossa mesa, a mesa que escolhi era na parede, o assento tipo booth, que se conecta na parede, afinal não achei que seria interessante ficarmos de frente uma para outra, e assim é confortável, temos privacidade pela separação dos assentos dos outros casais, podemos ficar muito próximas, ou mais distanciadas, depende da quantidade de vinho que irei tomar. Brincadeira, preciso estar sóbria, estou dirigindo.
— Grazie — Falei para a moça.
Nos sentamos, Gabi sorria estranho e eu a encaro confusa.
— Tá rindo do que?
— Você falando italiano — Ela diz e eu arqueio a sobrancelha — É atraente — Ela completa e eu nego sorrindo.
— Obrigado — Disse e ela sorriu — A propósito, como está o seu italiano? — Perguntei e ela fez careta.
Nessa brincadeira começamos a rir, troquei de idioma e comecei a falar apenas a língua local, Gabi as vezes parecia confusa mas desenrolava bem. Durante o meio tempo em que rimos falando em italiano, acabamos fazendo nossos pedidos. Deixei ela se aventurar e pedir para nós duas, acho que entendo o que ela dizer quando disse que era atraente eu falar no outro idioma.
— Tá, eu contei uma curiosidade sobre mim no carro, agora sua vez! — Falei bebendo meu drink de água tônica sem álcool.
— Ai deus, não sei, Léo!
— Gabriela, por favor né?! — Digo e ela resmunga e pensa.
— Eu adoro escrever diários, com colagens, desde adolescente — Ela diz e eu sorrio.
— Nossa, eu posso ver?
— Aham, quando formos para a casa da minha mãe te mostro, os da minha adolescência são os melhores, meus anos no Pitágoras, comecei esse hobby antes mesmo do vôlei — Ela diz e eu fico confusa.
— Pitágoras?
— É, o colégio que estudei no ensino médio — Ela diz simples e eu franzo as sobrancelhas.
— Eu estudei no Pitágoras! — Disse ela me olhou confusa.
— Mentira!
— Porra, para de duvidar do que eu falo — Soltei brincando e ela ri.
— Quando?
— No meio de 2008, quando me mudei para Belo Horizonte — Expliquei — Eu já estudava em uma das redes em Ouro Preto, aí minha mãe só decidiu me transferir — Contei e ela começou a me fazer perguntas sobre, estudamos na mesma unidade, já devemos ter nos visto pelos corredores, ou até mesmo interagido, mas não sabíamos quem éramos. Que loucura — Eu era bem conhecida na escola, todo mundo sabia quem era a minha mãe, então meio que eu tinha amizade com muitas pessoas mais velhas, mesmo estando na sexta série — Disse e ela riu.
— E a gente nunca se viu, que maluquice — Ela diz e eu rio afirmando.
— Eu acho que realmente a gente não teve grandes contatos, porque eu não era muito chegada no pessoal que era do vôlei, eu era mais da galera da música e algumas pessoas do time de basquete — Pontuei e ela revirou os olhos.
— Eu tinha uma "amiga" do basquete — Ela solta fazendo aspas no ar — Se eu não me engano ela também fazia música — Ela diz bebendo seu suco.
— Nome?
— Maria Eduarda, mais conhecida como Maduz — Ela diz e eu arregalei o olho. Não, não pode ser.
— Não me diga que era uma loira, com franja de lado, que tinha um side cut. — Arrisquei e ela abriu os olhos surpresa.
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A Resiliência da Alquimia | Gabi Guimarães
Fiksi Penggemar"A resiliência da alquimia" refere-se à capacidade de enfrentar e superar desafios com uma transformação profunda e adaptativa, semelhante ao processo de transformação na alquimia. Significa a habilidade de transformar dificuldades em oportunidades...