44. Híbridos, parte 1

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Luna

Fico feliz de não ser a única que não entende como Júpiter está lidando com Spity, no entanto, há muitas pessoas buscando entender o que está ocorrendo, visto que ele sequer toca nela quando a impede de fazer seus movimentos.

O que a ira ainda mais, dado que nem tem tempo para tentar se safar.

Tudo acontece fora do seu controle.

Apesar da minha própria confusão, fico orgulhosa por o ver lidar com ela tão facilmente. Notar Santiago irado por não poder lidar com o que acontece diante dos seus olhos me deixa animada.

Quanto mais ele sofrer, melhor para nós.

Só espero que não perca a cabeça. Quando lutarmos quero que veja todos os segundos que levarei para tirar a sua vida. Desejo que assista a cada um desses momentos com preocupação.

— É dessa maneira que você quer lutar? — Pergunta Spity e tudo o que meu irmão faz é sorrir. — Pense em como vão enxergar a sua vitória.

— Está tentando me convencer a lutar de outra forma? — Questiona Júpiter. — Não gaste suas últimas palavras desse jeito — pede, com sua convicção muito clara em suas ações. Ninguém pode impedir que aja dessa maneira. — Continue tentando me alcançar, é mais divertido.

— Se eu chegar a você abrirei a sua garganta em duas partes — ameaça Spity, mas na verdade, nem consegue piscar por conta própria e é nítido que está tentando. É possível ver a tensão de seu corpo para tentar ir contra o que o impede.

Suas veias ficam salientes, os vincos em sua testa exibem-se com mais facilidade e muitas partes dela passam a se tencionarem com tanta força que por um momento penso que seus músculos podem explodir.

De uma coisa ninguém pode acusa-la: desistir.

Seu esforço leva o seu corpo a continuar persistindo, porém, por mais que a sua mente insista nisso o restante não pode acompanhar o seu desejo. Ver a sua lutadora tão incapacitada revolta Santiago.

Demonstra muito mais da sua raiva do que nas duas primeiras mortes.

Achava que ainda havia uma maneira de reverter a situação, deixou seus lutadores mais fortes para o final, entretanto, uma luta tão desproporcional declara para ele que os seus planos foram mal feitos.

A confiança começará a desmoronar, dado que Spity sequer conseguiu tocar em Júpiter para causar algum estrago. Isso é uma brincadeira para ele. Sua vitória é garantida, por conta disso pede que ela se esforce para que o combate tenha um pouco mais de emoção.

Apesar de acreditar que ele quer que o contrário ocorra, pois assim pode mostrar que os Nocturs não têm a força que tanto gostam de falar. Claro, eu sei que eles são fortes, estive entre eles, o ponto aqui é que Júpiter tinha uma carta na manga que ninguém esperava.

Pelo menos eu não.

Olho para Zeus e ele me encara de volta, como se soubesse que eu buscaria respostas nele. Esse cara já devia saber sobre isso. Por conta disso, mesmo que não concordasse, deixou que Júpiter fizesse a sua escolha.

— É muito sem graça se você não lutar — avisa Júpiter. — Vamos lá, faça força. Pode ser que algumas de suas veias estourem, mas há a possibilidade de dar alguns passos — zomba e Spity, furiosa, força todo o seu corpo, mas diferente do que meu irmão previa, não era para caminhar até ele.

Spity está tentado tomar a sua forma animal, deve considerar que obterá alguma vantagem devido a boca enorme, além do seu tamanho ser grande comparado a outros lobos. Contudo, a sua tentativa é parada no meio do caminho, pois, embora ouça o som dos ossos se quebrando, a transformação não ocorre.

Céu escarlate - Série Lobos de Ayvalle | Livro 4 | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora