51. Show de horrores, parte 2

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Santiago

Porque ela continua com essa expressão no rosto?

É obvio que estou com a vantagem aqui.

Seu lumeny não vai sobreviver. Consegui vantagens machucando-a primeiro e quando ele se for a dor em seu coração será tão grande que não conseguira continuar lutando. Calculei muito bem a situação.

Depois de perceber que ela tinha seu próprio circo de horrores, criando lobos com grandes capacidades, fiquei ainda mais satisfeito em trazer as minhas, entretanto, continuei perdendo por eles evoluírem tão drasticamente durante uma luta.

Falei sobre não querer muitos dos lobos da Esto, mas se houverem muitos mais com as capacidades de evoluir que os seus escolhidos mostraram eu obterei muito mais poder.

Luna pode odiar como eu faço as coisas, mas uma coisa é certa: ela sabe que força é a única coisa que não pode ser discutida em nosso mundo. Por conta disso fez com que eles atingissem esse nível de força.

Todo o sangue sujando o seu corpo me lembra de como a encontrei do lado de fora da casa do sujeito que tentou violar sua mãe. Na tenra idade exibiu como podia aproveitar cada um dos seus impulsos para eliminar os seus alvos. Eu sabia que era muito boa nisso, mas naquele dia assisti os requintes de crueldade com o qual poderia presentear seus inimigos.

Fiquei fascinado.

Mas também me preocupei pelo que poderia acontecer se continuasse agindo daquela maneira somente quando quisesse. Precisava daquela força sempre. Tive sorte. Ela só agia daquele modo se sua mãe ficasse me risco. Era uma vantagem obvia para usar da sua força. Todos na alcateia mantinham distancia delas, afinal, ninguém queria morrer por esbarrar na mãe dela.

Foi aí que comecei a articular um plano incrível.

Se eu pudesse fazer com que ela precisasse usar a sua sede de sangue continuamente ninguém jamais se atreveria a se aproximar dos Nocturs sabendo que o cachorro raivoso que a protege não pode ser parado.

Mas para conseguir fazer com que Luna chegasse naquele estado de novo seria preciso enche-la de desespero e raiva. Quanto mais disso houvesse em seu peito, mas próxima de seu despertar sangrento ela estaria.

Foi complicado criar as peças ideais para o meu jogo e ela, cautelosa, costumava cortar as ervas daninhas antes delas crescerem. Desse modo escolhi por colocar um alvo nas costas de sua mãe, porém, no final, ela também tentou dar um jeito nisso escapando de nós.

Fui benevolente, deixei que saíssem, afinal, o que eu queria é que ela voltasse, implorando para que ajudasse em sua vingança. Com isso ganharia uma parte de sua lealdade que nunca tive. Porém, no fim, foi o oposto que recebi.

Mesmo com a morte de sua mãe ela nunca retornou para alcateia. Ao invés disso começou a criar sua vida em outro lugar e encontrou alguém que não poderia abandonar. Meus planos tinham falhado, mas nunca deixei de ter meus olhos nela.

Sabia que aquela Luna voltaria a se mostrar.

Aproveitei-me das notícias circulando sobre a Esto entrar em uma briga com os Carniceiros. Seria a possibilidade perfeita para vê-la despertando aquela crueldade de novo. Exporia o seu monstro e os membros da Esto, assustados, a chutariam para fora, porque ela não tinha mais o apoio de seu luparck.

A situação se desenrolou de um modo diferente do esperado.

Entretanto, o que importa é que cheguei aqui.

Me surpreendi por ela ter realmente um lumeny, no entanto, em minhas considerações só tive que incluir a variável da morte dele, e pronto, tudo correria de acordo com o esperado.

Céu escarlate - Série Lobos de Ayvalle | Livro 4 | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora