Fallen Angels

16 - A manhã seguinte...

Porra. Me sinto incrível...
O som distante de ondas quebrando me acorda de uma das melhores noites de sono que tive em meses. É um som preguiçoso, relaxado, um contraste direto com os sons quentes como o inferno que vieram do Win na noite passada, quando estive profundamente dentro dele, fazendo-o gemer meu nome.

Me estico sob o emaranhado de lençóis, enterro o rosto no travesseiro e o cheiro do shampoo dele me atinge quando encosto no colchão. Esse cheiro faz o meu sangue zumbir nas minhas veias, enquanto meu corpo desperta para uma segunda rodada e, de repente, o colchão não é bom o suficiente. Quero Win debaixo de mim, quero as pernas dele em volta da minha cintura, e quero ver aquele rosto impecável quando gozarmos juntos. E com esse pensamento delicioso em mente, viro a cabeça e procuro pelo anjo que teceu um feitiço sobre meu pau.

O quarto está engolido por sombras, e quando atravesso a vasta extensão da cama king size para colocar minhas mãos de volta no corpo que o meu anseia, meu quadril para quando sinto o espaço vazio ao meu lado.
Colocando as mãos no colchão, me empurro para cima, para que possa olhar para o outro lado da cama, e quando a encontro vazia, olho por cima do ombro, para ver se ele está em algum outro lugar na casa de hóspedes. Quando tudo o que meus olhos encontram é a escuridão, xingo e me estico para a mesa de cabeceira, para que possa ligar o abajur. Estremeço contra o brilho quando me sento, e enquanto vasculho o quarto e vejo minhas malas e violão, fica claro que a única coisa que falta é o Win.

Que porra é essa? Ele saiu? Quando? Enfio os dedos pelo meu cabelo e pressiono a palma da mão contra o meu pau, tentando acalmá-lo agora que sei que não estou prestes a ter qualquer tipo de ação. Minha mente está lenta, tentando acompanhar, mas com a névoa do sono ainda persistente, acho difícil colocar dois e dois juntos.
Win saiu da minha cama. Fugiu durante a noite como a porra de um ladrão. Enquanto normalmente ficaria em êxtase se uma das minhas transas tomasse tal iniciativa, o fato dele ir embora e eu ainda não estar satisfeito com ele, me faz balançar as pernas sobre a borda do colchão.

Enquanto contorno o final da cama para as malas, vejo meu telefone em uma das poltronas reclináveis e vou direto para ele. Ao pegá-lo, verifico se Wim deixou uma mensagem de texto ou uma mensagem de voz e quando nada aparece, jogo de volta na almofada e pego um moletom da bolsa.
Depois de me vestir, pego o telefone de volta e o maço de cigarros na mesinha de centro. Vou até as portas francesas, destranco e abro, ainda tentando pensar em uma razão lógica a respeito de porque ele desapareceu.

Isso nunca aconteceu comigo antes, nunca. Normalmente é o contrário.
Planto a bunda em uma das cadeiras Adirondack, e olho para o meu telefone, tentando decidir o que diabos fazer a seguir, porque isso... Isso está tão longe do padrão para mim, que não tenho ideia do que é esperado de mim agora.
Foi alguma coisa que eu fiz?

Maldito Win. Juro, desde que ele apareceu sempre me deixa confuso pra caralho. Não sou do tipo inseguro, mas aqui estou eu, antes do amanhecer, olhando para o meu telefone como um otário e me perguntando se ele fugiu porque fiz algo para perturbá-lo.
Eu o machuquei? Não. Sei que ele se divertiu. Inferno, tive certeza que tivesse prazer antes mesmo que eu pensasse sobre isso, e quando ele gozou por toda a minha mão e sua bunda apertou em torno de mim, tive que me controlar para não gozar antes de dar o que ele pediu.

Mas fiz. Dei a ele exatamente o que pediu. Ele me usou, eu o usei, e não há razão para estar sentado aqui me sentindo... Merda, não sei o que sinto. Mas não é nada bom.
Abro uma nova janela no meu celular, e envio um texto rápido para ele. Correção, digito um texto rápido e direto.

Você está bem?

Não tenho certeza de quanto tempo olho para o telefone, três, cinco, dez minutos. Mas quando não obtenho resposta, balanço a cabeça e pego meu maço de cigarros. Quando acendo, olho para a espuma branca atingindo a areia e não posso impedir minha mente de repetir em detalhes vívidos as palavras, as imagens, a sensação sublime de finalmente ter Win na minha cama, e sei que estou ferrado. Uma vez não foi o suficiente para mim; acordei querendo o impensável... Mais. Mas a julgar pelo desaparecimento do anjo e meu pau insatisfeito, parece que uma vez é tudo o que vou ter.
Maldito Win...