Fallen Angels

27 - Uma foda muito quente

"Então, aqui é onde o grande Bright da TBD cresceu, hein?"

Com as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans, Win caminha pela calçada que eu costumava andar de casa para a escola todos os dias e olha para as velhas casas de tijolo que ficam lado a lado, observando a vizinhança.

"Sim. Eu, Nani e, eventualmente, Mick."

Win olha para mim onde ando ao lado dele, minhas mãos nos bolsos da jaqueta de couro de motociclista.

"Eventualmente?"

"Sim, ele se mudou para cá de Nashville." d
Digo, olhando para a casa com a tinta fresca no corrimão da velha varanda.

Tenho um breve pensamento sobre minha conversa anterior com Nani sobre Mick, e o que ele pode estar fazendo agora. Mas assim que entra em minha mente, eu o coloco de lado. Prometi a Nani que tentaria não ter pensamentos de merda sobre Mick sempre que seu nome fosse mencionado, mas, ao mesmo tempo, não preciso pensar ativamente em bons pensamentos sobre ele. Especialmente não esta noite.

"Hã. Não sabia disso."

"Você é meio que um stalker da TBD."
Falo, mirando um sorriso em sua direção, e quando o rosto de Win se ilumina com diversão, meu estômago faz aquele novo movimento que parece fazer a todo momento que ele fica satisfeito comigo.

"Bem, para ser justo, só escutava a música de vocês naquela época. Apenas recentemente eu me transformei em um stalker. Assistindo entrevistas, clipes de música e lendo artigos de revistas."
Win para de andar e corre os olhos para a minha boca.
"E tenho que confessar, nenhuma das vezes minha atenção se concentrou em Mick Knox."

"É melhor não, porra."

Win vem para mais perto de mim, e quando inclina o rosto para cima, a luz da rua ilumina sua linda pele e lança um brilho iridescente ao redor dele. Nunca em toda a minha vida quis tanto tocar uma pessoa, mas enquanto estamos aqui, me obrigo a manter as mãos onde estão, seguramente afastadas do homem à minha frente. Seguramente escondidas da tentação.

Se você gosta do cara, pare com esse negócio de "é só foda", ou vai perdê-lo. As palavras de Nani rastejam na periferia da minha mente, e mesmo que tenha negado na ocasião, sei que o que acontece com Win é mais do que isso. Que é algo que tem o potencial de acabar em desastre se não nos afastarmos. Se não pusermos um fim nisso, e logo. Mas isso é um problema para outro momento, não esta noite.

"Então, qual é a sua casa?"
Win pergunta enquanto arrasta os olhos para longe dos meus e dá um passo para trás.

Porra, como ele faz isso? Como sabe quando parar de me pressionar? Quando me dar o meu espaço? É como se visse claramente através de mim, e enquanto a maioria pressiona até eu explodir, Win parece ter um sexto sentido quando se trata de como lidar comigo.
Inclino a cabeça para o pequeno geminado na esquina da rua e começo a andar novamente, lembrando que isso não é diferente de trazer o resto dos caras para casa para conhecer minha mãe. Mas quando nos aproximamos da casa e minhas mãos começam a suar e meu pulso acelera, reconheço a mentira pelo que é. Estou nervoso e é isso que faz tudo diferente.
Totalmente diferente.

Como sempre, mamãe deixou a luz acesa para mim e, enquanto subimos as calçadas rachadas até os degraus que levam a varanda, Win fica alguns passos para trás, para eu mostrar o caminho. Quando meus pés atingem o patamar, a porta da frente se abre e mamãe abre a porta de segurança.
No começo desta manhã liguei para perguntar se estava tudo bem se trouxesse um "amigo" para jantar, para que não fosse pega em seu roupão e quisesse me matar, e quando ela pisa na varanda para nos cumprimentar, posso dizer que se vestiu para receber companhia. Enrolou o cabelo preto e lustroso e "fez o rosto", como ela diz, e usa uma calça preta de alfaiataria e um suéter de gola alta. Quando seus olhos encontram os meus, acendem com prazer quando coloca as mãos nos meus braços e me olha.