Clara Souza, uma corinthiana roxa, vive a paixão pelo seu time e pelo seu namorado, o camisa 10 do Corinthians. A vida de Clara parece perfeita até que, em um Derby emocionante, seu destino muda radicalmente com a chegada de Richard Ríos, um quase a...
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Clara Souza Acordo cedo e decido ir tomar café na casa da minha mãe. Faz tempo que não a vejo e, sinceramente, preciso comprar uma roupa para a despedida do Endrick, que será amanhã. Essa semana vai ser corrida pra caramba: além da despedida, em duas semanas já é o casamento da Isabella e eu ainda não consegui achar um vestido. Tenho que resolver isso logo.
Depois de deixar o Lucca na escola, Richard vai para o CT e eu sigo para a casa da minha mãe. Ao chegar, ela me recebe com um sorriso e logo me serve um pedaço de bolo.
— Tô te achando mais cheinha, meu amor — ela comenta, observando-me com um olhar maternal.
— Cheinha? Como assim? Tá me chamando de gorda, mãe? — brinco, mas com uma pontada de preocupação.
— Claro que não! E me conta como anda a convivência com seu filho e seu namorado.
— Ele não é meu marido, ele é meu namorado, mãe.
— Na minha época, quem morava junto já era considerado marido e mulher.
— As coisas mudaram, mãe — respondo, lembrando como a dinâmica dos relacionamentos evoluiu. — Nossa convivência não tá nada boa, a gente chegou naquela fase em que o que um faz irrita o outro, sabe?
— Entendo. Já passei por isso três vezes, durante a gravidez dos seus irmãos e a sua. Você acredita que eu comia sem parar e uma vez quase espanquei seu pai?
Rimos juntas, mas a lembrança de como minha mãe lidou com as emoções na gravidez me faz refletir. Eu estou do mesmo jeito que ela estava naquela época? Será que essa instabilidade emocional é um sinal de algo mais?
— Mãe, sua menstruação atrasou também? — pergunto, um pouco hesitante.
— Sim — ela responde, mas logo percebe a implicação do que acabei de dizer. — Por que? Você também tá do mesmo jeito que eu??
— Não sei, mas estou me sentindo diferente esses dias.
— Filha, será que você tá grávida?? — a preocupação dela é palpável.
— Não, mãe, claro que não. É só a pressão do dia a dia, e… talvez um pouco de estresse.
Ela me observa, como se tentasse decifrar o que realmente estou sentindo.
— Filha, não esquece que você pode sempre contar comigo. Esses sentimentos podem ser confusos, mas você vai encontrar uma maneira de lidar com tudo isso.
A presença da minha mãe é reconfortante, mas não posso deixar de sentir que há algo mais profundo acontecendo dentro de mim. Ao menos por enquanto, vou focar nas próximas semanas: na despedida do Endrick e no casamento da Isabella. E, claro, na busca de um vestido que me faça sentir bem.
[Quebra de tempo] A noite
Hoje era um dia carregado de sentimentos mistos. A despedida do Endrick me fez sentir uma ponta de tristeza, sabendo que ele partiria para Madrid em apenas uma semana junto com minha amiga. Fiquei ainda refletindo sobre a conversa que tive com minha mãe hoje mais cedo. O que ela disse ecoava na minha mente: a dúvida sobre uma possível gravidez.
