A Namorada Do Rival - Richard Rios

083. | Teste de gravidez

Richard Ríos
[Quebra de tempo]
Acordei no meio da noite com a Clara passando mal, vomitando no banheiro. Ela passou a noite se revirando na cama, parecia preocupada com algo.

- Tem certeza que não quer ir ao médico? - pergunto, segurando-a com cuidado e ajudando-a a voltar para a cama.

- Tenho - responde, claramente exausta.

Essas mudanças me fazem lembrar da gravidez da minha cunhada. Ela também passou meses com enjoo, mudanças de humor... Mas eu não queria falar sobre isso com a Clara agora, já que ela anda tão insegura com o corpo.

- Amor - digo, tentando ser cuidadoso. - Pode ser por causa da menstruação que tá pra vir.

- Já era pra ter vindo, Richard. Faz tempo - ela diz, baixando o olhar.

- Então você acha que pode estar grávida? - pergunto, sentindo um misto de ansiedade e esperança.

- Acho que é possível - ela responde, ainda olhando para baixo.

- Quer fazer o teste?

Ela apenas faz um sinal de sim com a cabeça, sem falar nada. Pego a chave do carro e saio rapidamente.

Ser pai sempre foi meu sonho, mas saber desde o início, acompanhar tudo de perto, a gravidez, os ultrassons, o nascimento, os primeiros passos, seria incrível. Só que agora, algo me diz que a Clara pode não estar tão entusiasmada com essa possibilidade quanto eu.

Vou precisar ser paciente. Seja qual for o resultado, vou estar ao lado dela.

Enquanto eu dirijo em silêncio, as palavras da Clara ecoam na minha cabeça. "Já era pra ter vindo". O atraso, os enjoos, as mudanças de humor... tudo isso me faz lembrar da gravidez da minha cunhada, que foi bem difícil no início. Eu não queria pressionar Clara ou colocar ainda mais peso em cima dela, mas a possibilidade de ela estar grávida mexe comigo.

Meu sonho sempre foi ser pai, mas a situação é diferente agora. Já temos o Lucca, e a Clara está passando por tanta coisa. Não sei se ela está pronta para mais essa mudança.

Quando chego na farmácia, pego o teste e volto o mais rápido possível. Tento não pensar muito, mas é inevitável. A ideia de acompanhar uma gravidez desde o início, ver os ultrassons, o nascimento, os primeiros passos... tudo isso me enche de expectativa. Mas ao mesmo tempo, não posso esquecer o que Clara pode estar sentindo.

Ao chegar em casa, ela está deitada, com o rosto preocupado. Entrego o teste a ela, e enquanto esperamos, tento manter a calma, mesmo com minha cabeça a mil.

Ela entra no banheiro em silêncio, e os minutos que se seguem parecem uma eternidade. Quando finalmente sai, está com o teste nas mãos, as lágrimas já rolando pelo rosto. Desesperada.

- O que deu? - pergunto, levantando rápido da cama, o coração disparado.

Ela me entrega o teste, as mãos trêmulas. Eu olho, vejo os dois tracinhos, mas estou um pouco confuso.