034 | choque rei + lesão

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Richard Ríos
Hoje era dia de Choque-Rei, e a expectativa estava nas alturas. O clima no estádio era eletrizante, mas eu não conseguia me concentrar em nada. Não trombei com Clara nem ontem nem hoje, e isso só
aumentava a tensão dentro de mim. A verdade é que minha mente estava em outro lugar.

O estádio estava repleto, as arquibancadas pulsando com a energia de uma torcida fervorosa. Era dia de Choque-Rei, e Richard estava determinado a mostrar seu valor em campo. A rivalidade entre seu time e o São Paulo sempre o deixava em chamas, mas, naquele dia, havia algo a mais. A briga com Clara o consumia, e o ódio que sentia não se limitava apenas aos adversários.

Ele se lembrava da discussão que tiveram na noite anterior. As palavras cortantes de Clara ainda ecoavam em sua mente, e a ausência dela no estádio parecia um peso a mais. Richard sabia que estava jogando por eles, mas sua frustração se transformava em combustível, transformando sua raiva em uma força quase incontrolável.

O apito inicial soou, e o jogo começou. Richard se lançou para frente com uma intensidade feroz. Cada drible e cada corrida eram movidos pela ira que sentia. Ele estava ali para vencer, não apenas por seu time, mas para provar a si mesmo que ainda tinha o controle da situação.

Os minutos se passaram e, a cada lance, sua raiva aumentava. O São Paulo não era um adversário fácil, mas Richard se sentia invencível. Ele driblava, desferia passes, e atacava com uma fúria quase cega.

Aos 30 minutos do primeiro tempo, o clima estava eletricamente tenso. Richard se posicionou na lateral, tentando avançar pela esquerda. Um jogador do São Paulo se aproximou, e Richard, com a mente cheia de frustração, decidiu que não iria ceder. Ele acelerou, buscando um espaço para passar, mas quando ia fazer o movimento, tudo aconteceu em um segundo.

O zagueiro adversário saltou, e Richard, em uma tentativa desesperada de evitar o impacto, girou o corpo de forma abrupta. Ele ouviu um estalo e, em um piscar de olhos, caiu ao chão, sentindo a dor aguda do tornozelo torcido. A raiva que antes o impulsionava agora se transformava em desespero.

— Merda! — gritou, segurando o tornozelo, enquanto os colegas de equipe se aproximavam, preocupados. Ele não conseguia conter a frustração, não apenas pela dor, mas pela situação em que se encontrava.

Os médicos correram até ele, mas Richard só queria se levantar e voltar ao jogo. Ele não queria que a dor o parasse.

— Richard, fique tranquilo! — um dos médicos disse, tentando avaliá-lo.

Mas Richard estava em um turbilhão de emoções. O estádio parecia girar ao seu redor, e a raiva só aumentava. Ele estava longe de Clara, e a sensação de impotência o consumia. Ela sempre foi sua motivação, mas agora ele se sentia abandonado, como se a briga tivesse se estendido até o campo.

Enquanto o médico o examinava, Richard podia ouvir a torcida gritar do lado de fora, mas as vozes não eram suficientes para abafar o tumulto dentro de sua mente. Ele se sentiu isolado, cercado por seus companheiros que tentavam confortá-lo, mas que não conseguiam entender a profundidade de sua frustração.

A Namorada Do Rival - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora