Clara Souza, uma corinthiana roxa, vive a paixão pelo seu time e pelo seu namorado, o camisa 10 do Corinthians. A vida de Clara parece perfeita até que, em um Derby emocionante, seu destino muda radicalmente com a chegada de Richard Ríos, um quase a...
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Clara Souza
No mesmo dia, após minha mãe sair com o Lucca de casa, fiquei jogada no enorme sofá de Richard, mexendo no celular e assistindo vídeos no TikTok. De repente, vi um daqueles vídeos de skin care de casal e me deu vontade de usá-lo como cobaia.
— Richard, vem cá — gritei da sala, e ele veio do quarto.
— Juro que não fui eu — disse ele, ao longe, enquanto chegava.
— Vem cá — falei, apontando para ele se sentar no sofá.
Ele se sentou, e eu coloquei uma daquelas faixas de cabelo para maquiagem, de cor rosa, que combinava perfeitamente com ele. Richard ficou quieto, tentando entender o que eu estava fazendo.
— Daqui a dez minutos eu tiro.
— O que é isso? — perguntou ele, tocando no rosto.
— Máscara facial — respondi.
— Virei mulher agora?
— Não é só mulher que usa isso, Richard. Olha o machismo — falei, rindo, enquanto ele revirava os olhos.
— Vou te mostrar o que é machismo, isso sim.
Sentei-me de volta no sofá e coloquei uma almofada no meu colo. Richard se deitou, com a cabeça sobre a almofada, e começou a mexer no celular, enquanto eu tentava ajeitar a faixa em seu cabelo.
— Já deu o tempo?
— Não, Richard, se acalma — respondi.
Dez minutos se passaram.
— Melhor tirar essa máscara no banheiro — falo, levantando do sofá.
Fomos em direção ao banheiro. Começo a tirar a máscara, mas, enquanto Richard fazia várias expressões engraçadas, eu começo a rir, e ele me encara.
— Não tem graça — ele diz, erguendo a sobrancelha.
— Claro que tem, você não consegue tirar uma máscara — falo, tampando a boca para tentar não rir.
Após eu retirar a máscara do rosto dele, o clima ficou tenso. Eu não sabia o que dizer, e Richard não parava de olhar nos meus olhos. Senti sua mão passando pelo meu rosto até nossos corpos se juntarem de uma vez, e selamos nossos lábios. Foi um beijo com química, desejado, mas com um pouco de culpa. Era como cinco anos atrás. A falta de ar nos impediu de continuar, então me afastei.
— Isso não deveria ter acontecido — falo, séria.
— Claro que deveria. Eu te desejo há tempos — ele responde, e eu ergo a sobrancelha.
— Richard, acabei de terminar um relacionamento de anos, e isso tudo é por causa do nosso filho — falo, percebendo a besteira que acabei de dizer.
— Faz o que você quiser, Maria Clara — ele sai do banheiro, encostando a porta.
