Lúcifer. Este é o apelido pelo qual todos me chamam às minhas costas.
O anjo caído. Um filho que se voltou contra o próprio pai.
A alcunha me serve tão bem quanto uma luva, já que meu principal objetivo na vida é tirar meu pai do poder e assumir o i...
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— Ei, vai com calma! — Esquivei-me do soco de direita proferido por Jungkook com a agilidade do bom lutador que ele era.
Estávamos na academia da mansão Jeon, após termos nos despedido dos meus pais. Sobrecarregado de emoção, Jungkook pediu que eu lhe acompanhasse para extravasar um pouco da adrenalina acumulada. Inicialmente, pensei ter sido uma desculpa para sexo, pois Jungkook já havia demonstrado certo fetiche por transar pela propriedade da família.
Durante os meses que se passaram desde que começamos a namorar, costumávamos nos aventurar pela área da piscina coberta, bem como o vestiário da academia e até mesmo a garagem. Sem contar o próprio quarto de Jungkook, do qual eu ainda possuía a chave, mantendo-a num cordão de prata pendurado secretamente em meu pescoço.
A madrugada era testemunha dos gemidos contidos e suores compartilhados, bem como dos fluidos trocados sem qualquer inibição.
Vergonha já não era uma palavra que pertencesse ao nosso vocabulário. Cada vez que sucumbíamos um ao outro, era como se ainda fosse novidade. Pensei que com o passar do tempo e a curiosidade sanada, o desejo pudesse se acalmar um pouco, mas acontecia exatamente o oposto: nos tornávamos cada vez melhores em saciar um ao outro, ambos desfrutando até a última gota de prazer ser jorrada.
Mas me equivoquei daquela vez, já que Jungkook estava realmente focado em me golpear sem folga.
Por sorte, o equipamento de proteção amenizava o impacto, pois vez ou outra eu abaixava a guarda, distraído pelo próprio desejo de me jogar nos braços do oponente tentador, o que resultou em alguns socos certeiros no meu rosto bonito.
— Estou puto demais pra pegar leve com você, desculpe! — justificou Jungkook, entre um soco de direita e outro cruzado de esquerda, que fui capaz de desviar e ainda tentar um contra-ataque sem sucesso. Por mais que eu tentasse, nunca seria páreo para ele. Jungkook era invicto.
— Mas eu não fiz nada! — argumentei, ainda sem entender o porquê meu namorado parecia tão furioso. — Meu pai até te deu as boas-vindas, Jungkook. Porra, não estou te entendendo, cara!
Jungkook se afastou de repente, dando passos para trás ao mesmo tempo em que retirava as luvas, deixando-as cair no tatame, para então desenrolar as faixas que envolviam suas mãos.
— Seu pai me aceitou e isso é realmente importante pra mim — revelou Jungkook, tentando disfarçar qualquer traço de emoção que denotasse vulnerabilidade. — Mas o fato de que nós precisamos continuar escondendo essa relação... é isso que me irrita pra caralho!
— Jungkook... — Livrei-me do par de manoplas, descartando-as no tatame assim como ele havia feito com o próprio equipamento, concentrando-me também em retirar as faixas.
— O fato de eu concordar com o pai, não significa que gosto da ideia. Detesto tanto quanto você. Não sinto vergonha alguma por te amar.
Jungkook deixou escapar um sorrisinho no canto dos lábios, mas não me passou despercebido.
