Lúcifer. Este é o apelido pelo qual todos me chamam às minhas costas.
O anjo caído. Um filho que se voltou contra o próprio pai.
A alcunha me serve tão bem quanto uma luva, já que meu principal objetivo na vida é tirar meu pai do poder e assumir o i...
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— Quem é o cabeludo bonitão? — Puxei assunto com Momo, tentando me distrair do fato de que, naquele exato momento, meu namorado estava na companhia de Taehyung em uma mesa rodeada por mulheres.
Havia dois dias que o caçula tinha voltado e eu já contava os segundos para ele ir embora. Aparentemente, o filho de Yeji continuava o garoto mimado e mulherengo de sempre. Mas se ele achava que ia arrastar Jimin para acompanhá-lo em suas merdas inconsequentes, estava muito enganado. Em breve eu cortaria suas asinhas. Minha paciência tinha limites e com Taehyung ela extrapolava rápido.
— Ei, tira o olho! — resmungou Momo numa falsa reprimenda. — Aquele ali é pra ser meu.
O homem era maior do que eu, tanto em altura quanto no porte físico. Os cabelos em um tom moreno, chegavam até seus ombros largos e a barba no mesmo tom lhe davam um aspecto rude, o que somado à expressão séria, passava a impressão de ser um cara fechado, de poucos amigos. E se tornava contraditório, pois estava acompanhado de outros três rapazes, dois deles podiam ser gêmeos e o terceiro, se não estivesse enganado, era o irmão de Momo.
— Não estou interessado, sou um homem comprometido e cegamente fiel, como sabe. Mas percebi que não tira o olho daquela mesa, então quis te provocar um pouco.
Ela riu, mas não pareceu feliz. Escorando-se no balcão do bar, a proprietária do Alcapone’s se aproximou com o intuito de me confidenciar algo, mas para o olhar de outra pessoa, certamente daria a entender que estávamos em um momento de flerte. Considerando o quanto eu me sentia puto por causa do meu irmão caçula, e sabendo que Jimin confiava em mim o suficiente para não ter ciúmes de Momo, ignorei que, talvez a morena tivesse feito de propósito para despertar alguma reação do outro cara.
— Ele já foi o meu melhor amigo. — Olhou de esguelha na direção dele. — Agora meio que foge de mim como o diabo foge da cruz.
— Analogia interessante. — Cruzei os braços em cima do balcão, imitando-a, e aproximei meu rosto do seu, nossas testas quase se tocando.
— O que houve?
— Não sei exatamente. — Fez uma careta, mas logo continuou. — Nascemos no mesmo dia, sabia? Claro que não! Nossas famílias se conhecem há muito tempo e crescemos juntos. Até que na noite em que completamos vinte anos, eu fiz uma besteira e ele foi embora.
— Aquele lance da virgindade? — Lembrei-me de ela já ter contado a história.
— É. — Sua expressão tornou-se envergonhada e Momo cortou o contato visual, voltando a focar na mesa onde o tal ex-melhor amigo estava.
Se era para fazer uma cena, eu poderia ajudar minha amiga a arrancar dele qualquer reação significativa.
— E o que ele tem a ver com essa história? — Propositadamente, toquei o queixo de Momo com o dedo indicador e a fiz focar sua atenção em mim outra vez.