Lúcifer. Este é o apelido pelo qual todos me chamam às minhas costas.
O anjo caído. Um filho que se voltou contra o próprio pai.
A alcunha me serve tão bem quanto uma luva, já que meu principal objetivo na vida é tirar meu pai do poder e assumir o i...
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Cinco meses depois...
— Satisfeito? — Meu pai não poupou sarcasmo enquanto arrastava o punhado de papéis que acabara de assinar, do outro lado da mesa, na sala de reuniões do conglomerado, para que eu pudesse finalmente ter o que tanto desejava. — Se tornou um multimilionário antes dos trinta, um grande feito.
Sorri com desprezo, ignorando a presença dos advogados que nos observavam em silêncio enquanto sentiam a tensão palpável entre pai e filho.
Peguei a papelada e fiz questão de verificar página por página, o que certamente deixou o senhor Jeon Jungkook ainda mais irritado.
— Na verdade, não estou totalmente satisfeito — revidei, mantendo um tom indiferente. — Considerando que tudo isso já me pertencia, eu perdi a chance de multiplicar meu patrimônio e talvez tivesse conquistado o primeiro bilhão antes dos trinta. Mas ainda posso trabalhar pra fazer isso acontecer.
— Não nega que é mesmo o meu filho. — Deixou uma risada escapar.
— Acho que agora, sim, o senhor pode reconhecer o meu potencial. — Entreguei a papelada para um dos advogados ao meu lado e me pus de pé, abotoando o terno e verificando as horas no relógio de pulso. — Com licença, senhores, minha agenda está apertada hoje. Nos falamos em breve.
Saindo da sala de reuniões, saquei o celular do bolso e enviei uma mensagem ao meu namorado, comunicando que já estava livre de compromissos pelo restante do dia.
— Aonde vai com tanta pressa, meu jovem? — Bohyun me abordou ao me encontrar indo em direção aos elevadores.
Engoli em seco, tentando demonstrar a autoconfiança de sempre. Desde que Jimin e eu começamos a namorar, a questão que mais debatíamos era em relação a como contaríamos a Bohyun sobre sermos um casal.
Para MinYong não foi uma surpresa termos assumido um relacionamento, ainda que de forma discreta. Ela nos apoiava e torcia por nossa felicidade.
— Seu filho está lá embaixo — revelei, como se isso justificasse. — Saiu o resultado da seleção de estagiários, mas ele não quis contar por telefone. Estou curioso.
Desde que comecei a trabalhar no conglomerado, passamos a conviver mais e aos poucos nos tornamos próximos, sem que meu pai soubesse.
— Tenho certeza de que ele passou — comentou Bohyun, num tom de orgulho. — Jimin se preparou muito para isso. Obrigado por ajudá-lo a se manter confiante.
— Não fiz nada de mais. — Dei de ombros, aguardando a porta de um dos elevadores se abrir.
— Apareça lá em casa para o jantar esta noite. Precisamos conversar.
O tom de Bohyun era sério, deixando-me ligeiramente em alerta.
