Lúcifer. Este é o apelido pelo qual todos me chamam às minhas costas.
O anjo caído. Um filho que se voltou contra o próprio pai.
A alcunha me serve tão bem quanto uma luva, já que meu principal objetivo na vida é tirar meu pai do poder e assumir o i...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Por que o Lúcifer odeia tanto o pirralho?
Perguntei à minha mãe durante o jantar, na cozinha da mansão. Aquele era um dos poucos momentos que eu tinha livre da presença de Taehyung, pois o senhor e a senhora Jeon apreciavam as refeições em família, com mais privacidade.
Eu adorava a companhia do menino, já estava mais do que habituado a tê-lo como presença constante em minha vida, mas era reconfortante ter um tempo para explorar minha individualidade. Quanto mais velho ficava, mais eu prezava pelos momentos de liberdade.
Durante o ano letivo, meu horário escolar era parte das poucas horas que eu costumava ter livre, pois Taehyung possuía tutores em uma instituição de ensino super VIP e não precisava da minha presença por lá. Além disso, o senhor Jeon fazia questão que eu estudasse e fosse um dos melhores alunos, pois investia em minha educação. Eu não estudava na mesma escola que Taehyung, mas frequentava uma tão conceituada quanto.
Logo estaria iniciando o ensino médio e me preparando para a faculdade, embora ainda não tivesse muita certeza sobre meu futuro profissional.
Um guarda-costas precisa mesmo ir pra universidade?, essa era minha maior dúvida.
— Que sacrilégio, menino! Não chame o garoto assim.
Minha mãe me repreendeu com um tapa na mão, fazendo com que eu derrubasse o garfo de volta no prato.
— Se a Yeji te ouve chamando Taehyung de pirralho, ela vai me infernizar!
— O sacrilégio foi eu chamar Taehyung de pirralho e não o Jungkook de Lúcifer?
Encarei minha mãe com espanto e então comecei a rir. Ela deu de ombros, fazendo uma careta de desagrado.
— Aquele lá é mesmo o diabo em pessoa, então…
Eu não conseguia entender por que todos na mansão Jeon pareciam detestar Jungkook, inclusive o próprio pai e madrasta.
Tudo bem que ele não era um exemplo de cordialidade, mas desde que o conheci nunca o vi ser grosseiro com qualquer funcionário, e ainda assim todos pareciam querer manter o máximo de distância possível. Sua personalidade fria e introspectiva não ajudava em nada a mudar a péssima reputação que ele tinha com o pessoal que trabalhava por ali.
Na verdade, a única pessoa que Jungkook realmente parecia desprezar era o próprio irmão, isso se eu desconsiderasse o fato de ele evitar estar na presença de seu pai e dona Yeji.
Papai nunca me deu abertura para perguntar nada, e sabendo o quanto era próximo do senhor JungSung, eu nem me atrevia a tentar descobrir qualquer coisa através dele. Já mamãe, chamava a senhora Jeon de Yeji, pouco se importando com o nível de hierarquia, mas quando se tratava de Jungkook, ela o chamava de senhor, sempre impondo distância e deixando claro o quanto a presença dele naquela casa a perturbava.
