"DejaCu": Se caracteriza como a sensação de que você já tomou no cu numa situação semelhante, e que de repente vai tomar de novo.
Era exatamente assim que Jisung se sentia naquele exato momento, obrigado a estar novamente na companhia de Seo Changbin.
Depois de ter tido que passar todo o percurso até o hotel cinco estrelas, escutando o homem falar mais de si do que sobre qualquer outra coisa, enfim haviam chegado. O hotel, obviamente, era nada menos do que divino, bem típico dos demais daquela classe. Afinal, os valores eram exorbitantemente ridículos.
Mas o Seo não pouparia esforços – nem sua carteira –, pois estava mesmo super disposto e empenhado a fazer tudo que estivesse ao seu alcance para impressionar o Han.
Plot twist: Han não estava impressionado.
Nem mesmo todo o luxo daquele lugar seria capaz de ofuscar ou sequer amenizar a presença extremamente incômoda de Changbin para si.
Emburrado, de braços cruzados ao peito, mala pendurada no braço e óculos escuros que felizmente – ou não –, impediam que o vissem revirar os olhos mais vezes do que piscava, era como estava Han; de pé, na frente do hotel, esperando que o mensageiro retirasse as malas do Seo do porta-malas do carro, enquanto o manobrista se preocupava em recolher a chave do veículo com o seu dono.
— Posso saber o que se passa dentro dessa sua cabecinha bonita? — Perguntou galanteador, aproximando-se sorrateiramente de Jisung, como um leão de sua presa, já passando o braço ao redor do pescoço alheio.
— E eu posso saber o porquê de tanta mala para passar só dois dias? — Devolveu a pergunta, retirando o braço recém posto ao redor de si, com seu lábio superior levemente arqueado em desgosto.
— Trouxe apenas o básico, bebê. — Explicou-se com um sorriso convencido. —O básico pra te impressionar. — Complementou.
E mais uma vez, Jisung havia sido salvo pelas lentes escuras de seus óculos.
— Changbin, nem o básico, nem o extravagante. Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva, queridão. — Deu dois tapinhas de leves no ombro forte do homem mais baixo e saiu, o deixando para trás, e adentrando no saguão do bendito hotel.
Divino. Como já era de se esperar. Mas não era o suficiente para arrancar de si o mau-humor por estar sendo obrigado a fazer algo que não queria.
Jisung odiava ser obrigado a algo.
Sentia-se de volta ao passado, quando seus pais, principalmente sua mãe, lhe obrigavam a fazer algo que não queria fazer ou que estava simplesmente procrastinando, mas que em algum momento mais oportuno para si faria, pois sabia que devia.
Mas Han, definitivamente, não gostava de ser forçado a nada. Gostava que as coisas fossem no seu tempo e no seu ritmo. Talvez isso pudesse acabar lhe categorizando como um tremendo de um mimado? Talvez. Mas Han não se importava.
Um grande e infeliz exemplo disso para si, era a lembrança das incontáveis vezes em que sua mãe lhe obrigou a sair de dentro de seu quarto, só para cumprimentar os parentes insuportáveis e inconvenientes, que simplesmente apareciam de visita em sua casa, sem avisar e sem hora para ir embora.
E caso o Han não fizesse a vontade de sua mãe, a mulher levava todo mundo para lhe ver. Ah, como Jisung odiava lembrar disso... Principalmente da vez em que estava confortável, somente de cueca, jogando videogame no conforto de seu quarto, o lugar onde costumava pensar ser o mais seguro entre todos no mundo, e sua tia entrou de repente no cômodo acompanhada de sua mãe.
E se por algum acaso, estivesse fazendo coisas que muito provavelmente seriam consideradas impróprias perante as duas mulheres, mais que para um adolescente passando pela puberdade, com os hormônios a flor da pele, era deveras comum?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Queda de Eros | Minsung
FanfictionEros, o cupido, cuja existência era proveniente do poder inestimável do amor, já não acreditava mais que tal força existisse dentro de si, uma vez que suas flechas já não surtiam mais o efeito que deveriam. Quando as madeixas douradas e cintilantes...