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A inauguração da galeria própria do recém-estreado artista plástico Han Jisung despertava um enorme interesse nos críticos de arte da grande Seul.

O jovem de apenas vinte e dois anos que havia acabado de se graduar, apesar da pouca idade, já havia conseguido conquistar seu espaço no competitivo mundo das artes, devido ao excelente estágio que conseguiu em uma das mais renomadas galerias do país, onde teve a oportunidade única de poder expor uma de suas obras, conquistando assim o coração dos críticos com a habilidade nata de suas mãos delicadas que foram as responsáveis por criar a linda estátua do deus Eros, o deus do amor e do erotismo, esta a qual com certeza estaria exposta em sua nova galeria como símbolo de seu maior feito.

Han não conseguia conter o orgulho que sentia de si mesmo todas as vezes em que parava para admirar a beleza daquela peça de gesso, esculpida a mão.

Como conseguiu conciliar os estudos com alguns trabalhos de meio período, acabou não sendo muito difícil para si juntar um dinheiro em sua poupança, visto que não possuía maiores despesas, uma vez que continuou morando com seus pais durante todos os períodos de sua faculdade.

Portanto, agora, havia conseguido alugar um excelente lugar, com uma ótima localização, bem amplo e moderno, ao mesmo tempo que possuía uma pegada de construção industrial, com um mezanino, do jeitinho que Han sempre sonhou.

Como um bônus, por se tratar de um lote comercial de dois andares, faria do segundo andar, a sua morada, pois achava que já estava na hora de alçar voo e sair de debaixo das asas de seus queridos pais. Ainda assim, seria sempre extremamente grato à ambos.

Já se passavam das três da matina quando Han finalmente conseguiu finalizar a peça na qual estava trabalhando já há alguns meses.

Como desde sempre possuía grande interesse e admiração pela mitologia grega sem qualquer explicação, sua primeira peça certamente não poderia ter sido sobre outra coisa. E com sua segunda peça, não seria diferente.

A imagem esculpida do busto de Psiquê, a divindade que na mitologia grega representava a personificação da alma. Em suas costas, lindas asas de borboletas, como era descrito em seu mito. Asas essas que apesar de terem dado ao jovem artista muitas dores de cabeça ao longo da construção da peça, agora era simplesmente o maior orgulho de Han.

Se lhe perguntassem, Jisung não saberia dizer o porquê era tão fascinado pela figura daquela donzela com asas de borboleta ou por sua história. Ele simplesmente era.

De uma forma estranhamente instintiva, Han se sentia conectado com aquela figura. Talvez até lhe parecesse um pouco... familiar. Coincidentemente, Jisung acreditava fielmente em vidas passadas, portanto, chegava até mesmo a cogitar a ideia louca de que talvez aquela mulher tenha sido a casca de sua alma em algum tempo distante de um passado muito passado.

Não precisou pesquisar muito sobre mitologia grega para descobrir que Psiquê e Eros eram um casal. A história dos dois não era das mais lindas e encantadoras, mas ainda assim, era uma história de amor fascinante e Han simplesmente amava histórias de amor.

A verdade é que Jisung sempre fora um romântico incurável, do tipo que sonhava sim com o seu príncipe alado chegando para lhe roubar o coração, e assim, viverem felizes para sempre, bem como deveria ser um belo conto de fadas dos mais clichês.

Com muita cautela, o artista posicionou o carinho metálico de transporte de cargas embaixo do pedestal da peça de gesso, levando a imagem de Psiquê para a parte da frente da galeria, onde a posicionaria estrategicamente bem ao lado da estátua de Eros.

— Perfeito! — Bateu as palmas para livrar-se de todo o pó de suas mãos esbranquiçadas, antes de posicioná-las em sua cintura, enquanto admirava o lindo casal de gesso em sua frente, com um sorriso gigante adornando os seus lábios.

A Queda de Eros | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora