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Enquanto Han desenrolava as várias camadas de gaze e alguns pedaços de esparadrapos que foram colocados por si mesmo em seu braço ferido, após sair às pressas do hotel depois de brigar com Changbin e passar na primeira farmácia que encontrou pela frente, antes de ir até à casa de Felix, Lino estava sentado ao seu lado, ambos no sofá-cama, na casa de Jisung, no qual o ruivo costumava dormir as noites.

— Você prefere me contar o que aconteceu agora ou daqui a cinco minutinhos? — Lino perguntou, cruzando os braços ao peito, enquanto fitava com atenção os movimentos do Han, movimentos esses que foram imediatamente cessados ao fim da fala do ruivo, pois o artista pôs-se a soltar uma risada soprada.

— Você está tentando usar criação positiva comigo? — Perguntou divertido.

Lino deu de ombros.

— Eu vi uma freira fazer isso com uma criança lá no orfanato e deu certo. Pensei que talvez pudesse funcionar com você também.

Han voltou a desenrolar a gaze, balançando a cabeça em negativa, mas com um sorriso emoldurado em seus lábios.

— Eu não sou uma criança, Lino.

— Isso é óbvio, Hannie.

Han levantou o olhar para fitar o ruivo nos olhos, com uma sobrancelha arqueada.

— O que quer dizer com isso? Tá me chamando de velho?

Lino semicerrou um de seus olhos, com a boca levemente entreaberta. Estava confuso. 

— Quis dizer que não se parece com uma criança, ué. E sim, estou dizendo que você é mais velho. Mais velho do que uma criança.

Han riu, tirou de uma vez a gaze de seu braço e se levantou para jogar na pequena lixeirinha que tinha ao lado de sua escrivaninha. Se encaminhou até o banheiro e após ligar a torneira da pia, enfiou o braço com vários pequenos ferimentos embaixo da água, soltando um gemido mudo e fazendo uma careta pelo leve incômodo que a ardência da água em contato com seus machucados causava.

— Como conseguiu tantos machucados assim? — Uma voz grave soou ao pé do ouvido de Han, o assustando.

Lino observava com desgosto a água transparente que saia da torneira, se tornar vermelha ao cair na pia em direção ao ralo, após passar pelo braço do moreno.

Haviam vários pequenos cortes no braço de Jisung. Alguns pareciam mais profundos do que outros. Alguns ainda pareciam ter fragmentos de...

Argh! Droga! — Han gemeu, após retirar com uma pinça o pequeno pedacinho de vidro que infelizmente não tinha conseguido tirar na pressa, dentro da própria farmácia. 

— Isso é... vidro? — Lino perguntou, sua fala soando com uma mistura entre surpresa e horror.

Han assentiu, passando um pouco de sabonete neutro nas feridas.

— Você pode pegar o vidrinho de álcool 70 na última gaveta? — Pediu, indicando que falava do móvel abaixo da pia.

Lino não respondeu, apenas se agachou imediatamente, puxando a última gaveta do gabinete e encontrando o frasco pedido.

— Aqui. — Estendeu ao Han, após se levantar.

— Você... pode jogar aqui em cima pra mim? Eu não vou conseguir fazer isso sozinho. — Indicou o braço, já lavado da espuma do sabão. Seus olhos brilhando por causa das lágrimas que continha.

Lino pensou por alguns segundos, ponderando se deveria de fato, pois o Han parecia sentir medo, por alguma razão que o ruivo desconhecia.

— Por favor... — Sibilou baixinho, com a voz levemente embargada e chorosa, como a de quem tem um bolo na garganta.

A Queda de Eros | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora