A faixa cobrindo os seus olhos lhe impossibilitavam de enxergar e também de entender para aonde estavam lhe levando. Tudo o que conseguia ouvir era o barulho do carro em movimento e duas vozes conversando através de cochichos como se discutissem algo.
Em certo momento, conseguiu entender quando uma das vozes perguntou o que fariam consigo e para aonde lhe levariam. E então, a segunda voz, a que era bem mais grave e tremendamente assustadora, respondeu: "Para a minha casa!"
Tal resposta lhe fez tremer no banco de trás do carro daqueles dois desconhecidos que o pegaram totalmente desprevenido, no estacionamento do subsolo de seu prédio, enquanto se dirigia até o seu carro, pois tinha uma mala para entregar e um pedido de desculpas para ser feito.
— Chegamos, mané. — A voz menos grave soou alta, quando sentiu um dedo lhe cutucar o braço.
Ele ouviu quando as portas da frente do veículo se abriram e os dois homens saíram. Ouviu também a porta de trás ser aberta logo em seguida, o que lhe fez ter a certeza de que só lhe restavam alguns poucos minutos de vida.
Se sentia tão jovem para morrer. Estava no auge de sua carreira e ainda nem tinha feito um filho para honrar e continuar com o legado de seu sobrenome. Definitivamente não era assim que havia imaginado ou até mesmo planejado o seu fim.
Após ser retirado do carro e ter sido obrigado a andar alguns metros no completo escuro, devido a faixa não ter sido retirada de seus olhos em momento nenhum, subiu e desceu alguns degraus, até ser colocado para se sentar em uma cadeira, que aparentava ser feita de madeira, e então, finalmente, fez-se a luz.
Primeiramente, apertou os olhos incomodados pela forte luz, que só depois de um tempo, até se acostumar, conseguiu entender que vinha da ring light que estava direcionada com o foco bem em seu rosto, quase lhe cegando com a fortíssima luz branca que emitia. Em seguida, olhou ao redor, buscando entender aonde estava.
Aparentemente, era o porão de uma casa. Diferentemente do que imaginou, não se parecia nada com um cativeiro. Não tinham goteiras, nem infiltração nas paredes com lodo verde e muito menos uma gaiola. Era um porão normal, de uma casa normal, de padrão mediano. Tinha uma lavanderia mais ao fundo com uma lava e seca de última geração e até mesmo uma sala de tv, com um projetor direcionado para a única parede que era branca e lisa por ali, sem nada pendurado.
Após o fim de sua análise minuciosa em seu possível provável cativeiro, finalmente parou o olhar nos dois homens parados em sua frente. Eles usavam máscaras de Dalí, como na séria La Casa De Papel, cobrindo os seus rostos. "Clichê!", ele pensou. Obviamente, aqueles dois não eram criminosos, e também não pareciam lá muito perigosos. O que só aumentou ainda mais a sua curiosidade. O que diabos queriam consigo? Seriam fãs?
— Quem são vocês e o que querem comigo? — Foi direto, sentindo incômodo pela corda que prendia suas mãos amarradas para trás.
— Eu quero explicações, querido. Apenas isso. — O homem que tinha a voz mais grava foi quem lhe respondeu, com os braços cruzados ao peito.
— Solzinho, não acha que está exagerando? O que estamos fazendo é crime. — O outro rapaz se manifestou preocupado, sussurrando a última parte, como se o sequestrado não pudesse ouvir mesmo assim. — Eu sou muito bonito pra ser preso. Seria um tremendo desperdício. Sem contar as atrocidades que os presidiários provavelmente fariam comigo. — Chacoalhou a cabeça. — Ui, não gosto nem de pensar nisso...
— Larga de ser ridículo, Hyun... Ops! — Levou a mão até a boca da máscara em um ato falho, como se repreendesse a si mesmo.
O outro rapaz cruzou os braços em indignação.
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A Queda de Eros | Minsung
FanfictionEros, o cupido, cuja existência era proveniente do poder inestimável do amor, já não acreditava mais que tal força existisse dentro de si, uma vez que suas flechas já não surtiam mais o efeito que deveriam. Quando as madeixas douradas e cintilantes...