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— Aqui... — Estendeu um conjunto de casaco e calça de moletom dobradinho para o ruivo. — É meio velhinho, mas é o mais largo que eu tenho. Espero que caiba.

O homem nu assentiu, aceitando de bom grado as peças entregues.

— Mas... não são feitas de seda? — Indagou ao sentir o tecido grosso tocar a palma de suas mãos.

Ah... — Han coçou a cabeça descontraidamente, sorrindo ladino. — Quanto à seda, eu vou ficar te devendo, viu... — Ia completar a frase com o nome do outro, até perceber que ainda não tinha conhecimento sobre tal informação. — Qual é o mesmo o seu nome?

O ruivo que estava agora analisando as peças concedidas, tentando entender a logística daquelas vestimentas, parou por um breve momento para fitar o moreno, piscando letargicamente seus olhos amendoados.

— Lino. — Respondeu simplista.

— Lindo? — Han arqueou uma sobrancelha, confuso.

— Eu sei que sou, obrigado. — O ruivo sorriu confiante. — Não haveria como ser diferente, afinal de contas, a minha mãe é a deusa da beleza. — Explicou contente pela – suposta – reafirmação do outro.

Lino amava ter seu ego alimentado sempre que possível, principalmente por outras pessoas, que não fosse a si mesmo ou sua mãe.

— Não, garoto. — Revirou os olhos. — Eu perguntei se o seu nome é Lindo.

— Aí seria narcisismo demais até mesmo para mim, não concorda? — Sorriu brincalhão.

Han cruzou os braços ao peito, arqueando as sobrancelhas.

— Ah, claro... Então, eu realmente não entendi o que você disse antes.

— Eu disse Li-no. — Sibilou lentamente desta vez, separando as sílabas para melhor compreensão do outro.

— Ah, sim. Lino. — Remendou, assentindo. — Isso é mesmo um nome? Nunca conheci ninguém que se chamasse assim antes.

— E como poderia se ele é meu? Vocês humanos são mesmo peculiares, não é? — Sorriu ladino. — De onde eu venho, só existe um nome para cada ser existente e não pode existir outro, pois nossos nomes são especiais e únicos, escolhidos a dedos.

— Que lugar estranho! Eu mesmo já conheci muitos Jisung's por aí, principalmente na faculdade. É realmente comum encontrar xarás aqui na Coréia, ou em qualquer lugar do mundo. — Deu de ombros.

— Eu não faço ideia do que seja um "xará", mas voltando à sua pergunta inicial, não. Lino não é o meu nome. É apenas como algumas pessoas costumam me chamar vez ou outra.

— Ah, entendi. Então Lino é o seu apelido. — Concluiu.

— Também não sei o que é isso, mas você parece ser um humano bem entendido das coisas, então vou apenas concordar. — Forçou um sorriso estranhamente contagiante ao moreno, que acabou imitando o gesto.

— Tá, mas então qual é o seu nome mesmo?

— O meu nome é Eros, deus do amor e do erotismo, filho de Afrodite, deusa do amor, da beleza e do desejo.

Han arqueou a sobrancelha mais uma vez, confuso.

Nada do que saia da boca alheia parecia fazer sentido algum para si, a não ser, claro, que o ruivo tivesse escapado de algum Centro de Atenção Psicossocial, ou algo do tipo.

— Eros? — Soltou uma risadinha frouxa. — Como o cupido? Da mitologia grega?

— Ora, não existe nada de mitológico em mim, querido. Só coisas que não existem podem ser consideradas um mito, e como você, privilegiadamente, pôde observar... — Gesticulou com as mãos indicando a si mesmo, extremamente orgulhoso. — Eu sou bem real.

A Queda de Eros | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora