Jisung acordou primeiro, sentindo o calor de Lino ainda o envolvendo. A luz suave da manhã invadiu o quarto, iluminando os contornos de seus corpos sob o lençol entrelaçado que cobria a nudez de ambos. Ele se virou para ficar de frente ao ruivo e ficou ali por alguns instantes, observando o rosto sereno de Lino, que ainda dormia, com a respiração calma e o peito subindo e descendo num ritmo que ele queria memorizar. Uma sensação de paz rara o envolvia, como se o mundo lá fora não pudesse alcançar aquele pequeno instante que agora dividiam.
Quando Lino abriu os olhos, encontrou Han já o encarando, com um sorriso que misturava alegria e um toque de incredulidade. Lino sorriu imediatamente em resposta, sentindo seu coração acelerar pelos flashs de memória da noite passada e que tinham como protagonista para si o lindo rosto inchadinho em sua frente.
Ainda sem dizer uma palavra, ele deslizou a mão pelo braço de Han, sentindo a textura da pele, cada linha e curva que agora lhe era tão conhecida.
— Você acordou primeiro... — Lino murmurou, a voz rouca do sono recente.
Han assentiu, passando os dedos pelos fios do cabelo desarrumado de Lino, afastando uma mecha que insistia em cair sobre seus olhos.
— Eu descobri que gosto de te ver dormir. Acho que poderia assistir isso todos os dias da minha vida. — Respondeu, com um sorriso tímido, como se admitisse que isso fosse um segredo guardado só para aquele momento.
Lino riu suavemente, e o quarto se encheu com a leveza daquele som, ecoando a intimidade de uma manhã sem pressa, sem planos. Ele se aproximou e selou os lábios contra o ombro de Han, num gesto silencioso de afeto, e ficou assim, em um abraço que dizia tudo o que as palavras jamais conseguiriam dizer.
Depois de um instante de silêncio, Lino suspirou e sussurrou:
— Vamos levantar? Não sabemos que horas são, os meninos e os seus pais devem estar preocupados.
Mas os olhos de Han ainda carregavam um brilho de malícia, por isso, o artista pousou as mãos sobre os ombros fortes do ruivo e aproveitou-se disso para puxá-lo para si e selar demoradamente seus lábios.
— Ou... a gente pode ficar aqui e deixar o mundo lá fora. — Sugeriu com um sorrisinho sapeca.
— Nós passamos bem mais do que apenas sete minutos aqui. — Lino estava preocupado. — Não acha que...
— Namora comigo? — Han soltou de uma vez, direto e reto, sem hesitar. Seus lábios se abriram ainda mais em um sorrisão cheio de expectativas. Estava certo do que queria.
E Lino também o queria. Lino queria tudo com o Han. Lino queria Han. E ele iria responder em uma sentença completamente afirmativa, se não fosse a dor dilacerante que de repente atingiu-lhe o peito, o obrigando a levar as duas mãos até o peito esquerdo em um reflexo, enquanto grunhia de dor, com o cenho franzido e os olhos fechados em um aperto intenso.
Han assustou-se e desesperou-se.
— O que foi? O que foi? — Em um pulo, se pôs de joelhos no colchão, mantendo as mãos suspensas no ar, como se quisesse fazer algo, mas ao mesmo tempo não soubesse o que fazer. — O que está acontecendo, Lino? Fala comigo...!
— Arrgh! E-Eu não sei. Dói. — O ruivo começou a se revirar entre os lençóis. Sua testa minava suor em seu rosto completamente avermelhado.
— Aí, meu Deus! Eu vou chamar alguém! Espera aí!
O Han pulou para fora da cama, procurando por sua bermuda e vestindo-a quando encontrou. Correu para fora do quarto e saiu correndo da casinha até a mansão principal, gritando por ajuda.
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A Queda de Eros | Minsung
FanfictionEros, o cupido, cuja existência era proveniente do poder inestimável do amor, já não acreditava mais que tal força existisse dentro de si, uma vez que suas flechas já não surtiam mais o efeito que deveriam. Quando as madeixas douradas e cintilantes...