Fúria Das Águas

Capítulo 4

Corri por cinco quilômetros floresta adentro. Nessa distância, eu já podia começar a procurar pela tal presença que detectaram. Olhei de um lado para o outro e continuei andando. Procurei por toda a parte por horas dentro do perímetro que Tohru me disse, mas não encontrei nada.

Já estava escurecendo, e entre as árvores daquela floresta tudo ficava pior. O vento começou a soprar mais forte, fazendo com que as árvores chacoalhassem, e isso formou uma chuva de folhas caindo pela floresta. Quando o vento passou por mim, juntamente com as folhas, senti até um arrepio. Me encolhi enquanto esfregava minhas mãos entre meus braços, tentando me aquecer. Olhei para cima e comecei a notar as estrelas. Eu adoro ficar olhando para elas; poderia fazer isso a noite inteira.

Enquanto eu as admirava, o vento parou, e eu ouvi o estalar de uma folha seca sendo pisoteada atrás de mim. Tomei um susto e me virei rapidamente, sacando minha espada. Fiquei com o corpo tenso quando vi um par de olhos vermelhos brilhando embaixo de uma árvore, me encarando fixamente. Aquilo me deixou assustada; minhas mãos começaram a tremer enquanto segurava a espada. Comecei a me perguntar como ele chegou ali tão perto sem que eu notasse sua presença. Será que eu me distraio tanto assim olhando para as estrelas? Segurei minha espada com as duas mãos, em forma defensiva, o encarando. Precisei me esforçar para manter uma expressão calma e séria. Flexionei um pouco meus joelhos, pensando em executar um ataque, porém ele deu um passo em minha direção.

- Olá! - disse ele.

No momento em que ele saiu de baixo daquela árvore, seus olhos não estavam vermelhos, e sim castanhos. Ele tinha a aparência de um humano comum: cabelos pretos, pele clara, vestia roupas escuras. Parecia ter minha idade, era um pouco mais alto e... era atraente. Mas mesmo ele parecendo um humano comum, eu tinha certeza de que vi os olhos dele sendo vermelhos e não castanhos.

- Quem é você? - perguntei, tentando manter a calma.

- Ninguém importante - respondeu ele com uma voz tranquila, mas ao mesmo tempo intimidadora.

- Ninguém? O que está fazendo aqui?

- Nada de mais, apenas procurando um lugar para morar. Fiquei sabendo que tem uma cidade aqui por perto. Você é de lá?

- Você só pode estar de brincadeira. Acha que vou deixar você chegar perto da cidade? - falei, ajeitando a espada, me preparando para atacar.

- Se acalme. Não quero lutar.

- Estou calma.

- Não parece. Você demonstra estar com medo de mim. Mas fica tranquila, não tenho más intenções.

- Até parece que eu tenho medo de você. E desde quando um Slayer tem boas intenções?

Ele me encarou por alguns segundos e então falou:

- Você percebeu?

- Claro que sim. Seus olhos estavam vermelhos.

- Demorei para ativar minha forma humana.

- Forma humana? - perguntei sem entender.

- Sim. Alguns Slayers podem se transformar, ficando com aparência de humanos. Poucos conseguem fazer isso. Chamamos de forma humana.

Fiquei surpresa em descobrir sobre isso. Não imaginava que Slayers poderiam ter essa tal forma humana, e Tohru nunca mencionou nada sobre isso. Será que ele também não sabe? Mas isso não importa, preciso acabar com este Slayer.

- Você até pode se parecer com um humano, mas não é um - falei, avançando contra ele.

Mirei minha espada diretamente em seu pescoço para acabar com a luta de uma forma rápida, porém ele simplesmente sumiu e eu não consegui ver para onde ele foi. Como ele consegue ser tão rápido assim? Fiquei em alerta; olhando de um lado para o outro, segurando minha espada com força e esperando que ele me atacasse de alguma forma. Em vez disso, ele simplesmente apareceu atrás de mim e disse: