cap19

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Lorran Lucas

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Lorran Lucas











A noite no sofá de Jaíne foi tudo, menos tranquila. Mesmo pegando no sono em algum momento, o clima de tensão parecia não me deixar descansar. Cada vez que olhava para ela, tentava me convencer de que era só uma situação temporária, que logo tudo voltaria ao normal. Mas a verdade era que eu sentia um peso nas costas por envolvê-la nisso.

Quando acordei, vi que ela já estava se mexendo, tentando manter uma postura tranquila, mas eu sabia que não era fácil para ela.

— Bom dia. Dormiu bem?
Perguntei, meio sem jeito, vendo ela se levantar para preparar o café.

— Querendo ou não… dormi, né? 
Ela respondeu, o tom impassível, mas dava para notar o cansaço no rosto dela.

Me aproximei, pegando uma xícara e me sentindo um pouco deslocado. Eu queria fazer alguma coisa, qualquer coisa, para que ela se sentisse segura, mesmo que fosse difícil.

— Vou te levar ao CT hoje
decidi dizer, sem pensar muito nas consequências.

Ela me olhou, surpresa, e riu de leve, talvez achando que era uma ideia sem sentido.

— Não acha que isso vai só aumentar as fofocas, não?
Ela levantou uma sobrancelha, mas eu só dei de ombros.

— Que falem o que quiserem. Não tô nem aí. O importante é que você esteja segura, Jaíne.

_Muito obrigada Lorran.

E, por mais que eu quisesse evitar uma situação dessas, sabia que não conseguiria relaxar se ela estivesse sozinha.

Dirigir até o CT foi uma mistura de alívio e desconforto. Tentava fingir que nada estava acontecendo, mas não conseguia ignorar a tensão no ar. Chegar ao clube e ver o Wesley logo na entrada só piorou o clima. Como sempre, ele não deixou passar a oportunidade de soltar uma brincadeira.

— Opa, casal chegando junto? É isso mesmo?

Senti Jaíne se encolher ao meu lado, claramente desconfortável. Antes que ela pudesse reagir, cortei Wesley com um sorriso:

— Dá um tempo, cara. Vai treinar que o técnico já tá de olho.

Ele riu e saiu, mas o olhar de curiosidade nos jogadores já era o suficiente para me deixar inquieto. Eu sabia que as fofocas iam rolar, e que isso podia incomodar Jaíne mais do que ela deixava transparecer.

Depois de falar com a segurança, mandei uma mensagem rápida para ela. Sabia que ela estava ocupada e não queria incomodá-la, mas precisava garantir que ela soubesse que a segurança estava alerta.

"Conversei com a segurança. Disseram que vão reforçar a vigilância e monitorar qualquer coisa suspeita."

Logo ela respondeu, agradecendo de um jeito simples, mas direto.

"Muito obrigada Lorran, espero que eles consigam resolver"

Não sabia ao certo como ela estava se sentindo, mas torcia para que se sentisse mais tranquila, pelo menos um pouco.

"Vai resolver. Qualquer coisa, tô por aqui."

Enviei, esperando que a mensagem a ajudasse. Apesar de todo o barulho ao redor, sentia que minha mente só conseguia focar em uma coisa: proteger Jaíne. Mesmo que ela não quisesse se envolver em nada disso, não podia simplesmente ignorar a situação.

Quando finalmente comecei o treino, tentei manter o foco, mas minha cabeça estava a mil. A cada intervalo, olhava em direção ao prédio onde ficava a sala dela, tentando disfarçar, mas os outros já estavam reparando. Matheus se aproximou e deu uma risadinha.

— Tá parecendo preocupado demais, Lorran.

Revirei os olhos, tentando manter a calma.

— É só que… sabe como é. Situação complicada. Só quero ter certeza de que tá tudo bem.

Ele riu, mas, no fundo, sabia que ele entendia. Desde que Jaíne chegou, as coisas tinham mudado, mas eu ainda tentava lidar com tudo de forma racional. Eu não podia deixar que as fofocas ou as ameaças nos atrapalhassem.

E assim, entre uma jogada e outra, prometi a mim mesmo que faria o possível para manter a Jaíne segura, mesmo que fosse preciso enfrentar todos os olhares e comentários no CT.

Aproveitei a pausa me joguei no banco e tirei meu celular do short para conferir o celular, e logo vi uma mensagem dela.

"Tá tudo certo por aí? Muita correria no campo?"

Sorri, imaginando o tom direto dela.

"Tudo tranquilo. E aí, tá sobrevivendo aí com o pessoal?"

perguntei, tentando desviar o foco das últimas horas tensas.

Ela respondeu logo em seguida:

"Tentando, né? Se algum deles fizer muita besteira na alimentação, vai ouvir."

Dei uma risada curta. Típico dela: profissional, mas sem perder o humor.

"Boa, alguém tem que manter esses caras na linha."

Um “👍” apareceu na tela, simples e direto. Perfeito. Guardei o celular, sentindo uma leveza temporária. Era só uma troca rápida, mas já deixava o dia menos tenso e me fazia focar mais no que importava.

Nutri e jogador [ Lorran ]Onde histórias criam vida. Descubra agora