Nutri e jogador [ Lorran ]

cap 23

Lorran Lucas

Depois que a Jaíne entregou o atestado no CT, fomos pro apartamento dela rapidinho pra pegar umas coisas. Não demorou muito, ela só queria umas roupas e itens de higiene

— Só não esquece o carregador  comentei, tentando descontrair enquanto ela guardava as coisas.

Ela deu risada, concordando.

—Ah é verdade, bem lembrado!
Ela disse pegando a bolsa.

E pronto, mochila nas costas, partimos pra minha casa.

Chegando lá, ela olhou ao redor e perguntou, meio sem jeito:

— Onde eu deixo minhas coisas?

— Pode ficar no quarto de hóspedes. Vai organizando aí que eu já te mostro a sala e a cozinha, fica à vontade  respondi, sorrindo.

Ela foi pro quarto e começou a ajeitar as coisas, e eu dei um tempo pra ela se acomodar, enquanto preparava algo pra gente lanchar. Depois, com tudo pronto, a chamei pra sala. A gente tava numa resenha tranquila, rindo e falando besteira. Quando meu celular tocou e vi que era o Matheus e Wesley em chamada de vídeo

— E aí, meu parceiro! Tamo esperando você aqui. Só falta o cara, pô!
Wesley soltou, e eu já imaginei a farra que tava rolando.

— Ah, cês tão de folga e já tão querendo arrastar todo mundo?  respondi, rindo.

Aí Matheus deu um jeito de falar do outro lado:

— E a nutricionista aí? Tá melhor? Ficamos sabendo da confusão...

Na hora, olhei pra Jaíne, que me deu um sorrisinho, meio sem graça, tentando disfarçar o constrangimento. Respondi pros caras:

— Tá bem, pô, só precisando de uns dias de descanso, nada demais.

Wesley, sempre na zoeira, soltou:

— Boa! Diz pra ela ficar tranquila, e vamo ver se melhora essa alimentação aí, né, Lorran? Que ela vai precisar ter paciência com a gente também.

— Eu comecei a seguir a dieta já vocês...
Falei rindo

— Por que será né?
Soltou o Wesley rindo

— Aí... aí... vocês são foda viu?

Desliguei a chamada, rindo sozinho das piadas do Wesley e do Matheus. Esses dois não perdem uma chance, sempre arrumando algum assunto pra zoar. Olhei pra Jaíne, que parecia mais à vontade, mas ainda com aquele jeito tímido.

— Esses caras são fogo, viu?  comentei, balançando a cabeça, tentando quebrar o clima.

Ela deu uma risadinha e ficou mexendo no cabelo, meio sem graça. A gente voltou a conversar sobre coisas mais aleatórias, rindo de umas histórias que eu contei de viagens e jogos, até que a campainha tocou.

— Deixa que eu atendo!
Falei levantando do sofá e indo até a porta

—AMANDA?
falei indignado ao dar de cara com minha ex

— Lorran! Achei que não ia mais te ver… vim te visitar!

Tentei manter a calma, mas a situação me irritou na hora. Tudo o que eu não queria era que a Jaíne achasse que eu tava com alguém.

— Olha, agora não é um bom momento 
falei, tentando ser claro.

— Ah, deixa disso, vai! Só quero passar um tempinho com você

Segurei a porta, tentando bloquear a entrada.

— De verdade, não posso agora. Melhor você ir
insisti, minha paciência já indo embora.

Ela riu e ignorou, tentando me puxar pra perto.

— Para com isso, Lorran! Custa nada me dar um pouco de atenção. Tô com saudades.

Minha irritação já tava clara, e eu resolvi ser mais direto.

— Olha, vai embora. Será que ainda não fui claro com você?
EU NAO TE AMO MAIS

Ela finalmente pareceu entender o recado, dando um passo pra trás com uma expressão contrariada.

— Tá bom.. tá bom so não me procura mais.

💭: Oxii, nunca fui atrás dessa piranha, ela que sempre vem atrás de mim

Fechei a porta com um suspiro pesado, tentando acalmar a raiva, respirei fundo e voltei pra sala, tentando deixar a irritação de lado. Só que, ao entrar, percebi que a Jaíne não estava mais ali. Olhei em volta, chamando por ela:

— Jaíne? Cadê você?

Nenhuma resposta. Dei uma volta pela sala, fui até a cozinha, nada. A casa tava em silêncio, o que só me deixou mais confuso e preocupado. Continuei procurando e, depois de alguns minutos, acabei encontrando-a no canto do corredor, meio escondida.

Ela tava com uma expressão assustada e, quando me aproximei, perguntei, confuso:

— O que aconteceu? Por que você tá aqui?

Ela respirou fundo antes de responder, a voz baixa e meio trêmula:

— Foi aquela mulher… foi ela que me bateu Lorran...