cap17

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Lorran Lucas

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Lorran Lucas








Eu não conseguia tirar da cabeça aquela conversa com a Jaíne. Nem o jeito que ela falou em se afastar, nem a porcaria da notícia que tinha começado com toda essa confusão. Estava no meu celular de novo, rolando os comentários na matéria que já tinha se espalhado feito fogo. Cada palavra parecia me irritar mais.

"Jogador com fama de pegador, óbvio que essa nutricionista tá na lista."

"Ele sempre tá com alguma por aí. Agora resolveu atacar dentro do próprio clube?"

"Vai que cola, né? Ele é novo, tá se divertindo, e ela deve tá aproveitando a situação."

Desliguei meu celular e joguei com força no sofá do vestiário. Aquela gente não sabia de nada. Falavam como se me conhecessem, como se entendessem o que estava acontecendo entre eu e Jaíne — ou melhor, o que nem tinha acontecido. Mal começamos a nos entender, e agora tudo estava virando um circo.

Suspirei, esfregando o rosto com as mãos. Era sempre assim, qualquer coisinha virava fofoca. Mas essa não era qualquer coisa. Era a Jaíne no meio, e eu não sabia até que ponto ela ia conseguir lidar com isso.

Estava perdido nesses pensamentos quando o meu celular vibrou de novo, mas dessa vez não era notificação de rede social. Uma mensagem de um dos assessores do clube:

“Braz quer falar com você. Sala da diretoria, agora.”

Meu estômago revirou. Sabia que isso ia acontecer. Levantei, peguei o celular e saí do vestiário, indo direto para a sala da diretoria. O caminho parecia mais longo do que o normal, e tudo o que eu conseguia pensar era no que eles iam dizer. A gente mal tinha começado, e já estavam me chamando pra dar explicações.

Quando cheguei, Braz já estava lá, com uma expressão que não deixava dúvidas de que ele não estava para brincadeira.

— Senta aí, Lorran

ele disse, sem levantar a cabeça dos papéis. Fiz o que ele mandou, sentindo o peso do silêncio na sala.

Ele finalmente levantou o olhar e me encarou por alguns segundos antes de falar:

— Vi a notícia, assim como todo mundo. E não é a primeira vez que você aparece envolvido em fofoca, mas dessa vez é diferente. Tá trazendo o clube pra dentro dessa bagunça.

Eu sabia que ele ia pegar pesado. Era o trabalho dele cuidar da imagem do Flamengo, e agora eu estava complicando as coisas.

— Não tem nada acontecendo, Braz 
eu comecei, tentando ser direto.
— A mídia tá inventando coisa onde não tem. Jaíne só tá fazendo o trabalho dela.

Ele me encarou por mais alguns segundos, como se estivesse avaliando o que eu disse, antes de soltar um suspiro.

— Eu sei como a mídia funciona, Lorran, mas você também sabe. Essas coisas só saem do controle se a gente deixar. E o que não pode acontecer é isso afetar o time. Estamos em uma fase importante, e eu preciso que você esteja focado no campo, não em fofoca de tabloide.

Assenti, ainda que por dentro eu estivesse lutando contra o que ele estava dizendo. Claro que eu estava focado no time, mas como é que eu podia ignorar o que estava acontecendo?

— Eu entendo, Braz 

respondi, tentando manter a calma.

— Vou resolver isso.

Ele assentiu, mas seu olhar ainda era de desconfiança.

— Espero que resolva mesmo. E rápido. Porque se isso continuar, pode apostar que a diretoria vai tomar uma posição.

_Tá liberado

Saí da sala pior que entrei, minha vida estava virando uma merda só por causa de uma notícia

💭:QUE DROGA!

Peguei o celular e, antes de pensar melhor, abri a conversa com a Jaíne. Precisava desabafar, mas sabia que qualquer palavra errada só pioraria tudo. Digitei rápido:

"Braz falou comigo. Parece que tá piorando."

Enviei a mensagem e me encostei na parede do corredor, esperando qualquer sinal dela. Mas o tempo passava, e nada.

Olhei de novo para a tela, como se isso fosse fazer ela responder mais rápido. Nada. Suspirei, guardando o celular no bolso e tentando me concentrar em qualquer outra coisa. Mas era impossível.

Depois de um tempo, o celular vibrou. Era ela.

"Isso tá saindo do controle. Eu não sei se consigo lidar com isso."

Li a mensagem e senti um nó no estômago. Pela primeira vez, me dei conta de que talvez estivesse mais preocupado com a minha própria imagem do que com o impacto disso nela. Ela estava claramente mais pressionada, mais assustada. E eu não tinha nem ideia de como ajudar.

Parei, olhando para a tela sem saber o que responder. O que eu podia dizer? Eu também estava perdido, mas agora parecia que ela estava afundando ainda mais rápido do que eu.

"A gente vai resolver isso. Não tá sozinha."

Enviei a mensagem, mas sabia que aquelas palavras não iam ser suficientes.

A resposta dela não demorou a chegar, e cada segundo parecia uma eternidade.

"Você acha que o Braz vai falar comigo também? Estou realmente assustada."

Aquilo me atingiu em cheio. Eu não queria que ela enfrentasse essa pressão sozinha. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas.

"Não sei, mas se ele falar, vai ficar tudo bem."

O silêncio na tela aumentava a tensão no meu peito. O que mais eu poderia fazer? Jaíne não merecia isso, e eu me sentia impotente. Precisava cuidar dela e proteger o que tínhamos antes que tudo se transformasse em um pesadelo.

"Vamos conversar quando puder"

escrevi, sabendo que essas palavras soavam vazias diante da gravidade da situação.





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Postei um capítulo logo cedo pra vocês💕

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Nutri e jogador [ Lorran ]Onde histórias criam vida. Descubra agora