Lorran Lucas
Acordei cedo, bem antes do despertador tocar. A casa tava num silêncio danado, mas minha cabeça não parava. Ainda lembrava da Jaíne ontem à noite, daquele jeito assustada... me deixou com um peso no peito que não saía.
Levantei, tentando esquecer. Hoje tinha treino e eu não podia chegar lá com a cabeça voando. Fui direto pro chuveiro, e a água gelada me deu um choque de realidade. Me arrumei rápido e, quando passei pela porta do quarto de hóspedes, parei por um segundo, ouvindo pra ver se tava tudo bem.
Na cozinha, fiz um café rápido e deixei um bilhete na mesa:
"Bom treino pra mim e bom descanso pra você. Qualquer coisa, só chamar."
Saí de casa ainda meio pensativo, mas falando pra mim mesmo que era hora de focar no treino.
No CT, durante o aquecimento, Matheus chegou perto de mim com aquela cara de quem já tinha sacado que algo tava errado.
— E aí, cara? O que tá pegando?
ele perguntou, olhando pra ver se alguém tava ouvindo.Respirei fundo e soltei, tentando não deixar a raiva aparecer.
— Foi minha ex, Matheus. Ela bateu na Jaíne.
eu disse, controlando a emoção.Matheus parou tudo, com os olhos arregalados.
— Sério? A sua ex fez isso com ela? No rosto?
Assenti, tentando manter a calma.
— Ela apareceu do nada e a Jaíne tá lá em casa agora porque ficou com medo. Não dava pra deixar ela sozinha, sabe?
Ele ficou quieto por um segundo, pensando.
— Você não pode deixar isso assim, mano. A Jaíne precisa se sentir segura, e sua ex não pode sair impune.
— Eu sei, mas não quero que a Jaíne se sinta ainda pior.
Matheus concordou, mas ainda parecia preocupado. Antes de voltar pro treino, ele me deu um tapinha nas costas.
— Qualquer coisa, tô aqui. E fica de olho nela, beleza?
O treino seguiu com uma intensidade que ajudou a aliviar um pouco a tensão, mas, no fundo, só pensava em voltar logo pra casa.
Enquanto guardava as chuteiras, me preparando pra sair, o Wesley chegou junto com mais alguns caras.
— E aí, Lorran, vai sair correndo? Deixa eu adivinhar… tem alguém especial te esperando?
Revirei os olhos, mas não consegui segurar a risada.
— Valeu, galera, mas tô indo nessa mesmo.
brinquei, me despedindo. A galera começou a me zoar, mas só acenei e saí, mantendo o ritmo.Assim que cheguei em casa, já ouvi risadas vindo da cozinha. Estranhei, porque sabia que tinha deixado a Jaíne sozinha. Fui devagar até lá e, ao abrir a porta, dei de cara com minha mãe e a Jaíne rindo, como se fossem velhas conhecidas.
— Oi, filho!
minha mãe me cumprimentou, com um sorriso grande no rosto.
— Já chegou do treino?— É... cheguei. Não sabia que a senhora vinha
respondi, ainda meio surpreso.Ela deu uma risadinha e fez um gesto em direção à Jaíne.
— Pois é! Resolvi dar uma passada e encontrei essa moça aqui sozinha. A gente foi se conhecendo, e, olha, já tô gostando dela!
Jaíne, meio sem jeito, me olhou com um sorriso tímido.
— Sua mãe chegou de surpresa e... bom, a gente acabou conversando um pouco
disse, encolhendo os ombros.Eu soltei um suspiro de alívio. Ver as duas se dando bem foi um alívio que eu nem sabia que precisava.
— Que bom que vocês se encontraram, então
sorri, me sentindo mais leve.A Jaíne olhou pra mim com um brilho no olhar e disse:
— Eu até fiz um almoço! Você quer?
— Ah, valeu, mas eu já comi no CT
respondi, tentando conter um sorriso.
O Matheus não deixou eu passar fome, não.Minha mãe deu uma risadinha.
— Então tá bom, mas você perdeu um almoço delicioso!
ela brincou, piscando o olho pra Jaíne.A Jaíne riu e, em seguida, disse:
— Fiquei um pouco nervosa, mas adorei a visita da sua mãe. Ela é superlegal!
— Que bom que você gostou! minha mãe respondeu, contente.
— Adoro conhecer as pessoas que fazem parte da vida do meu filho.Depois de mais alguns minutos de conversa, minha mãe se despediu.
— Então tá, filho. Vou indo. Qualquer coisa, me chama
disse, me dando um abraço.— E você, Jaíne, foi um prazer te conhecer!
— O prazer foi meu!
E volte mais vezes viu dona Marta?
Amei conversar com você!
Jaíne falou pra minha mãe sorrindo.— Claro que vou querida!
Ela respondeu abraçando-aApós a saída da minha mãe, a casa ficou em silêncio por alguns segundos. O clima tava leve, diferente da tensão de ontem à noite. Parecia que, de alguma forma, ela tava mais tranquila agora.
— Sua mãe é incrível
ela disse, quebrando o silêncio, com um sorriso no rosto.
— Me deixou super à vontade.— Ah, ela é um amor mesmo... respondi, meio envergonhado.
— E, pelo visto, ela gostou bastante de você.
Jaíne riu, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha, e me senti aliviado ao ver que aquele brilho no olhar dela tinha voltado. Era um sinal de que ela tava se sentindo um pouco melhor.
— Bom, se precisar de qualquer coisa, é só me falar, tá?
falei, tentando mostrar que tava por perto.— Pode deixar. E, obrigada... de verdade, por ontem e hoje
ela respondeu, sincera, me olhando direto nos olhos por um instante, antes de desviar o olhar.— Tamo junto, Jaíne. Só quero que você fique bem.
Ela assentiu, sorrindo mais uma vez, e foi em direção ao quarto de hóspedes. Eu fiquei ali na sala, pensando em como, sem querer, minha mãe tinha conseguido tirar um peso do ambiente.
E, enquanto a porta do quarto dela se fechava, me peguei desejando que ela continuasse ali, na minha vida.
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Esse capítulo não ficou muito bom desculpem
Vou tentar entregar mais no próximo
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Nutri e jogador [ Lorran ]
FanfictionJaíne uma jovem e profissional nutricionista contratada pelo flamengo Lorran um jogador talentoso e um cara muito carismático e engraçado que acaba percebendo que a nova nutricionista é uma linda moça O que aconteceria se Lorran se aproximasse da...