cap31

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Jaíne Silqueira

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Jaíne Silqueira





Acordei devagar, e as lembranças da noite anterior ainda estavam na minha cabeça, os toques, os beijos, tudo...

Deitada ali, me peguei sorrindo sozinha, meio sem acreditar no que tinha acontecido. Quem diria que as coisas iriam evoluir tão rápido e ao mesmo tempo  tão natural assim.

Levantei, coloquei uma roupa confortável e fui em direção à cozinha, a procura de um lanche

Estava ali, concentrada no meu sanduíche, tentando decidir se colocava mais queijo ou não, quando de repente senti um abraço quente por trás. Me assustei um pouco, mas logo percebi quem era.

— Bom dia, minha gatinha
ele disse com uma voz suave e alegre, me fazendo sorrir instantaneamente.

Soltei uma risadinha, meio sem graça, tentando disfarçar o frio na barriga que aquele abraço sempre me dava.

— Bom dia, abusado
respondi, me virando um pouco pra encará-lo, mas sem sair dos braços dele.

— Dormiu bem?
perguntou, ainda me abraçando.

— Acho que nem preciso responder, né?
brinquei, tentando conter o sorriso, mas sem muito sucesso.

Ele soltou uma risada e deu um beijo leve na minha bochecha antes de me soltar.

Ele ficou ali me observando enquanto eu terminava o sanduíche, com aquele sorrisinho no rosto. Só o jeito como ele olhava já fazia meu coração acelerar.

— E aí, vai no jogo hoje?
ele perguntou, apoiando as mãos na bancada, todo descontraído.
— Vai ser às 16h.

Pensei por um segundo, mas a resposta já estava na ponta da língua.

— Acho que sim, né?
sorri de volta.
— Vou lá torcer por você, claro.

Ele abriu um sorriso satisfeito, mas logo emendou um “bom mesmo”, meio que tentando disfarçar o quanto isso o deixava feliz. A gente comeu o lanche ali, conversando sobre besteiras e dando risada, mas eu sabia que tinha algo mais que precisava dizer.

— Mas, Lorran…
comecei, um pouco hesitante, e vi que ele já ficou atento.
— Depois do jogo, vou ter que voltar pra minha casa. Amanhã volto a trabalhar e ainda preciso organizar umas coisas.

O sorriso dele deu uma leve murchada, e ele tentou disfarçar, mas não conseguiu esconder muito bem.

— Ah, entendi…
ele respondeu, balançando a cabeça devagar.
— Já estava me acostumando com você aqui, sabe?

Senti uma pontada no peito, vendo ele meio sem graça.

— Eu sei…
respondi, tocando de leve na mão dele.
— Mas a gente se vê. Não vou sumir, tá?

Ele assentiu, ainda um pouco sério, mas deu um meio sorriso.

— Vou sentir sua falta
disse, finalmente.

Eu sorri, meio sem jeito, e fiquei ali olhando pra ele, sabendo que também ia sentir falta de tudo aquilo.

Ele então se aproximou mais um pouco, com aquele olhar intenso.

— Você vai ter que me visitar mais vezes, sabia?
disse, quase como se estivesse fazendo uma promessa.

— Minha mãe amou você, e agora eu não vou aguentar só te ver no CT.

Eu ri um pouco, tentando esconder o quanto aquelas palavras me deixavam nervosa, mas ao mesmo tempo aqueciam meu coração.

— Ah, claro, vou passar por aqui mais vezes
falei, mais tranquila.
— E quem sabe a gente dá um jeito de se ver fora do CT também, né?

Ele sorriu mais uma vez, mais confiante agora, mas ainda com aquele ar de quem não queria me deixar ir.

— Eu vou esperar por isso
disse, com um sorriso no rosto

Aí ele deu uma olhada no relógio e deu um leve suspiro.

— Bom, preciso ir pro CT agora... Depois vou direto pro maraca com a galera, Até depois!
Ele deu um último beijo rápido

Eu dei um sorriso bobo, vendo ele sair. Fiquei ali por um tempo, me recuperando um pouco daquela sensação boa que ele sempre deixava.

Depois de um tempo, fui pro quarto de hóspedes organizar minhas coisas, as que trouxe de lá, só para deixar tudo arrumado. A ideia de voltar pro meu apartamento me deixou com aquele mix de sentimentos. Por um lado, era bom estar de volta, mas a verdade é que eu já tava me acostumando a estar ali, com ele.

Mais tarde, peguei meu celular e pedi um Uber para me levar de volta ao meu apartamento. Decidi levar algumas coisas que tinha trazido para a casa dele, só para dar uma organizadinha antes do jogo. Era engraçado como me acostumei tão rápido a estar ali, com ele, mas a verdade é que eu também estava ansiosa para voltar para o meu espaço.

Cheguei no meu apartamento e, antes de mais nada, já fui me arrumar. Nada muito chique, só uma blusa do Flamengo, calça confortável e o tênis, porque né, a vibe do jogo não exigia mais do que isso. Fui me ajeitando sem pressa, pensando na manhã que tinha sido e no quanto estava ficando difícil sair da casa dele. Já tava até me acostumando a estar ali com ele, mas, ao mesmo tempo, tava doida pra voltar pro meu cantinho.

Chamei um Uber e fui pro Maracanã. O trânsito tava horrível, mas eu nem me importei. A adrenalina de ver o jogo de perto me fazia esquecer de tudo.

Cheguei no estádio e, já no primeiro tempo, percebi que o jogo ia ser pegado. O Flamengo tava tentando, mas o Internacional também não estava pra brincadeira. O empate no final foi meio frustrante, mas eu sabia que o Lorran tava dando tudo de si, mesmo ficando no banco.

Depois do jogo, encontrei o Lorran, mas com aquele sorriso de sempre. A gente se despediu de todo mundo e ele me levou até o carro. Durante o caminho até meu apartamento, a gente ficou em silêncio, mas aquele silêncio confortável, sabe? Como se não precisasse de palavras.

Quando chegamos em frente ao meu prédio, ele parou o carro e me beijou antes de eu sair. Um beijo longo, daqueles que dá vontade de ficar ali o tempo todo. Depois, eu olhei pra ele e, com um sorriso bobo, perguntei:

— Até amanhã?

Ele sorriu de volta, meio brincando:

— Amanhã não tem treino. Só terça.

Eu ri, não sabia se ficava feliz por ele ter um tempinho livre ou se ficava com aquele gostinho de saudade já. Dei um último aceno e saí do carro.

— Tchau, Lorran
falei, sorrindo de volta, já com vontade de vê-lo de novo.

Ele acenou e, antes de ir embora, me olhou com aquele olhar que só ele tem.

Eu entrei no prédio e fui logo organizando umas coisas que tinha deixado de lado, precisava deixar algumas coisas prontas para amanhã, para voltar ao CT.

Depois de um tempo trabalhando, fui tomar um banho rápido, e olhei meu celular e vi que tinha mensagem do Lorran

"Tô com sdds já vida😭
Dorme bem🫶🏿"

Dei um sorriso e respondi

" Também tô, boa noite dorme bem preto💗"

Tava mais cansada do que pensei, então acabei deitando na cama e, logo depois, o sono me pegou.

Nutri e jogador [ Lorran ]Onde histórias criam vida. Descubra agora