Nutri e jogador [ Lorran ]

cap33

Lorran Lucas

— Ô, Matheus, passa a bola, véi! 
gritei do outro lado do campo, vendo ele enrolar com a bola no pé, como sempre.

— Pera, meu chapa, se controla aí! 
ele devolveu, rindo, mas finalmente tocou.

Peguei o passe, driblei dois cones e mandei a bola pro gol. Goleiro nem viu passar. Ouvi uns gritos de incentivo dos caras do lado, e o Wesley já chegou batendo nas minhas costas.

— Aí sim, hein, matador?

— Treinamento, né?
dei de ombros, como quem não tá nem aí, mas sabia que tinha mandado bem.

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Depois do treino, a gente foi direto pra academia, já sem perder o foco na preparação. Enquanto me ajeitava pra começar a série de exercícios, Matheus soltou um suspiro meio dramático.

— Mano, ainda não tô acreditando que o Gabi vai sair do Flamengo no final do ano.

Wesley, que tava sentado no banco ao lado, mexendo no celular, concordou.

— Pois é, cara. Parece até que ele chegou ontem e já virou ídolo. Vai fazer falta demais.

— Sei lá, né? Vai ser estranho ver ele de azul
comentei, ainda com um pouco de dificuldade em aceitar a ideia.

Matheus deu uma risada, balançando a cabeça.

— Vai ser bizarro. Mas o futebol é assim, né? Nada é eterno.

— É, mas vai fazer falta
Wesley completou, como quem já tava ruminando isso na cabeça.

— Mas, ô Lorran, mudando de assunto… Já viu a Jaíne hoje? Já deu aquele beijinho nela, não?
ele disse, com aquele sorriso sacana no rosto.

Eu ri sem graça, mas não podia negar que a expectativa estava lá.

— Não ainda, mano, mas tava quase indo atrás dela, sabe? Não vejo a hora de dar aquele abraço… e quem sabe mais, né?
falei brincando, tentando desviar das risadas deles.

— Vamos lá, rapaziada, hora de treinar! Nada de moleza, hein!
Filipe interrompeu nossa conversa

Aquela frase já era o suficiente pra gente se ajeitar, porque ele não gostava de enrolação. Matheus resmungou, se levantando do banco:

— O Filipinho é doido, véi. Ele não sabe o que é descanso.

— Ele acha que a gente é máquina, mano!
Wesley brincou, mas logo se levantou também.

A gente já sabia que, se o Filipe mandava, não tinha conversa. Rápido como sempre, a galera se espalhou pela academia, e, quando estava quase começando a série, o Filipe me chamou.

— Lorran!
ele gritou, se aproximando.

— Dá um pulo na sala de fisioterapia e pega aquela bola que tá lá.

— Pode deixar Mister!

Eu acenei e saí de lá rápido. A sala de fisioterapia não ficava tão longe, então eu sabia que ia ser tranquilo. No caminho, comecei a pensar nas próximas séries de treino.

Quando cheguei na porta da sala, vi a Jaíne, de costas, mexendo em uns papéis. Ela não me viu, então me aproximei e toquei no ombro dela. Quando ela se virou, aquele sorriso dela apareceu.

— E aí, Jaíne!
falei, sorrindo.

—Tava morrendo de saudades!

— Oii também tava!, e como tá sendo o treino?

— Tudo certo, só mais um dia de treino.

Antes que ela pudesse voltar ao que estava fazendo, eu a puxei pra mim e, sem pensar duas vezes, a beijei. O beijo foi intenso, e eu já estava completamente envolvido. Aquele momento parecia ser só nosso.

De repente, a porta da sala se abriu com um barulho alto, e o Filipe apareceu, parando na entrada. Ele nos encarou com um olhar fixo e uma expressão de incredulidade.

— Lorran!
ele gritou, com raiva.
— Eu mandei você ir pegar a bola, não beijar a nutricionista!

Eu fiquei sem reação, ainda com a Jaíne nos meus braços, tentando processar a situação. Filipe estava visivelmente irritado.

— Tá de sacanagem, né?
ele continuou, com a voz mais alta.

— Tava demorando tanto que fui atrás de você e me aparece isso aqui? Vai logo fazer o que te mandei!
ele deu um passo pra trás, ainda me encarando

— E nada de mais moleza, hein!

Eu só consegui acenar, sem saber o que dizer. Jaíne, ao meu lado, estava em silêncio, sem saber se ria ou ficava séria.

— Vou pegar a bola.
falei, tentando diminuir o clima

— Vamos então!
Filipe disse esperando na porta

Peguei a bola, e dei um rápido sorriso para Jaíne e saí da sala

Enquanto íamos até a academia, Filipe me olhou de canto de olho e fez uma pergunta que me pegou de surpresa.

— Vocês estão juntos?

Eu respirei fundo, sem saber o que responder na hora.

— Não, ainda não, mas... eu realmente gosto muito dela

Filipe soltou um suspiro e olhou pra frente, como quem escolhe bem as palavras antes de falar.

— Lorran, eu vou falar isso numa boa porque a gente já se conhece há um tempo...
começou ele, sério.

— Eu sei que cê é novo, e tá vivendo muita coisa ao mesmo tempo aqui. Mas, no trabalho, é bom saber separar as coisas, entende?

Eu sabia que ele tava certo, então só assenti, meio sem graça.

— E, olha, tô falando isso pra te ajudar
continuou ele.

— Se ela é alguém importante pra você, vai com calma, e mantém o foco aqui. Só assim você vai conseguir equilibrar as duas coisas sem se prejudicar.

— Eu entendo professor, Vou tentar focar mais, prometo.

Ele deu um leve sorriso, me deu um tapa amigável no ombro e falou:

— É isso aí. Aí, quem sabe, no fim, tudo dá certo. Agora bora lá terminar esse treino?

Voltei pra academia junto com ele, pensando nas palavras dele. Era bom saber que o Filipe me entendia e, ao mesmo tempo, dava aquele apoio pra eu não me perder.

Mais tarde, depois do treino, quando eu já tava no vestiário trocando de roupa, meu celular vibrou. Era uma mensagem da Jaíne:

“E aí? Ele te xingou muito? 😂”

Dei uma risada e respondi:

“Xingar, não... mas me deu uma boa chamada. Já era de esperar, né? 😂”

Ela respondeu com um emoji rindo e, em seguida, mandou outra mensagem:

“Tá vendo? Tem que focar!”

Escrevi de volta, brincando:

“Tô focado sim… mas você não facilita”

Ela respondeu com uma carinha rindo e então dei uma última olhada na mensagem dela, rindo sozinho, e guardei o celular no bolso. Respirei fundo, ainda com o conselho do Filipe na cabeça. Tinha que manter o foco mesmo… mas que culpa eu tinha se a Jaíne era tão difícil de ignorar?

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SOMOS PENTAAA 🥳❤️🖤

tava toda feliz comemorando mas aí o Gabi solta que vai sair...
Serio tô muito mal com isso eu realmente achei q ele fosse renovar🥹