𝟢𝟦𝟢- 𝖠𝖫𝖡𝖠𝖳𝖱𝖮𝖲𝖲

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AW

JJ limpa suas mãos sujas no jeans de sua bermuda e entra na Kombi no mesmo instante, batendo a porta com força.

— Você não vem? — ele pergunta ansioso. Concordo com a cabeça e entro. JJ acelera rapidamente e começa a dirigir para um lugar desconhecido.

— Você pode ir devagar? — pergunto e ele me encara irritado, parece até revirar os olhos — O que foi, JJ? Eu só quero que você vá mais devagar.

— Eu 'tô muito nervoso, Alyssa. — ele faz uma curva com dificuldade — Eu preciso ver meu pai. Você imagina como eu 'tô agora?

— Você imagina como eu 'tô?! — ele me encara, mas logo se vira para frente. Coça o cabelo e finge me ignorar — JJ, eu odeio que você precise ver seu pai depois de tudo que aconteceu, e eu sei que ele é um homem ruim. — começo a falar e JJ morde os lábios — Ele tentou te matar uma vez, e agora a gente 'tá indo atrás dele? Por que você quer ir atrás dele, JJ? O que aconteceu?

— Eu te conto depois. — é o só isso que ele responde.

— Então para esse carro! — tanto tocar seu braço, mas ele não deixa. JJ perde o controle das mãos e passa para a contra mão. Um carro vem até nós, quase batemos, mas JJ é mais rápido que ele e consegue desviar. A Kombi para no acostamento e JJ bate contra o volante. Respiro fundo e tiro o cinto, buscando ficar mais confortável.

JJ não me encara, apenas enfia a cabeça entre os braços. Consigo ver sua respiração funda, então me lembro de muitos momentos. Do dia em que eu vi seu pai batendo nele e quase não consegui o ajudar, de todas as vezes que JJ chorou por sua culpa, do dia em que ele fugiu, quando ele comprou a banheira e só precisava de um pai...de todos os dias que JJ sofreu por sua causa e ele sequer curou as feridas.

— Você vai embora? — ele pergunta baixinho, ainda deitado em seus próprios braços. Olho para a janela e respiro fundo novamente. Sinto uma dor, provavelmente o machuquei, mas levo ele até o ombro de JJ. Ele levanta o rosto e me encara. Está vermelho, chorando muito — Eu odeio ele.

— Eu não vou embora. — falo com dificuldade e saio da Kombi. Vou para a janela de JJ e ele me olha com confusão quando abro a porta do motorista— Você não 'tá legal pra dirigir.

[...]

— Eu 'tô tentando achar o meu pai. — JJ fala pro "Barracuda" — Você por acaso sabe onde ele pode 'tá?

— A última vez que eu soube ele 'tava no sul de Belize. — o homem responde e me encara — JJ, seu pai é um homem procurado, e eu sou um cidadão cumpridor da lei. — JJ sorri debochado e tira o boné.

— Pena, porque eu tenho uma coisa que é dele e 'tô tentando vender. Pode valer uma graninha. — ele fala — Se ele der notícias me avisa, 'tá? É uma boa grana pra ele e pode sobrar um pouquinho pra você. — JJ se vira para mim e agarra minha mão.

— Espera. — o homem fala — Anota seu celular aí. Eu não vi, mas posso mandar uma mensagem pra ele.

— Obrigado. — JJ fala e anota.

— Que cachorro chato. — sussurro no ombro de JJ, mas o homem consegue escutar.

— Não fala do meu cachorro. — ele manda e eu me envergonho.

𝐋𝐀 𝐑𝐄𝐆𝐋𝐀 - 𝗃𝗃 𝗆𝖺𝗒𝖻𝖺𝗇𝗄Onde histórias criam vida. Descubra agora