O silêncio que seguiu o confronto não foi de alívio, mas de alerta. Riquele e Yoongi sabiam que aquilo fora apenas um recado, um aviso de que estavam sendo observados e, pior ainda, vulneráveis.
Após o beijo, Yoongi a segurou por mais um instante, mas já com o olhar focado em outro lugar, sua mente trabalhando em mil possibilidades. Ele olhou para os homens caídos e, com um tom sério e um toque frio, disse:
— Precisamos sair daqui. Agora.
Ele segurou a mão dela e a conduziu para fora do galpão, os dois ofegantes e cheios de uma energia inquieta. Riquele sentia que a cada passo que dava ao lado de Yoongi, estava sendo levada cada vez mais fundo em um mundo onde as regras que conhecia não existiam. E, no entanto, não conseguia resistir a ele.
De volta ao apartamento de Yoongi, o clima era tenso, quase sufocante. Ele cuidava dos próprios ferimentos com calma e precisão, como se a dor fosse algo comum em sua rotina. Riquele o observava em silêncio, percebendo o quão solitário ele parecia naquele momento, mesmo com ela ao seu lado.Ela se aproximou, pegando o algodão que ele usava para limpar o corte em sua bochecha.
— Me deixe ajudar, Yoongi.
Ele hesitou, mas não recuou. Seus olhos, sempre duros e controlados, pareciam mais suaves agora, como se ele estivesse finalmente permitindo que alguém visse além da sua fachada. Riquele limpou o ferimento com cuidado, suas mãos gentis e precisas, mas seu coração batia rápido com a proximidade dele.
— Por que você continua? — ele perguntou de repente, a voz baixa e rouca. — Esse mundo é cruel, Riquele. Eu... não sou o homem certo para você. Ela parou por um instante, encarando-o, determinada.
— Eu não escolhi me apaixonar, Yoongi. Mas agora que aconteceu, não vou desistir tão facilmente. Se você acha que me proteger significa me afastar, está enganado. Ele suspirou, e um pequeno sorriso, cheio de tristeza, surgiu em seus lábios.— Isso me assusta. — Ele pegou a mão dela, segurando-a firmemente. — Porque você já é a única coisa que eu não posso perder.
Antes que pudesse responder, o celular de Yoongi tocou. Ele olhou para a tela e seu rosto endureceu. Era um dos seus homens de confiança, e, pelo tom grave, ele soube que a ligação trazia más notícias.
— Precisamos ir ao porto agora, — disse ele, já se levantando. — Há algo que você precisa ver.
No porto, um grupo de homens aguardava. Assim que Yoongi e Riquele chegaram, um deles se aproximou, visivelmente nervoso.
—Senhor, encontramos isto perto do contêiner principal — disse ele, entregando uma carta amassada nas mãos de Yoongi.Ele abriu o envelope e, ao ler o bilhete, sua expressão ficou sombria. "Ela é sua fraqueza, SUGA. Cuidado, ou será sua ruína."Riquele, que observava de perto, percebeu o impacto das palavras. Era um aviso claro de que ela estava no alvo, usada como peça em um jogo perigoso e sombrio que ela mal começava a entender.
Yoongi olhou para ela, e naquele momento Riquele percebeu a profundidade da ameaça que enfrentavam. Ele a protegeria com tudo o que tinha, mas ela sabia que precisaria ser forte para sobreviver ao lado dele. E, juntos, perceberam que, apesar de estarem à beira de um abismo, iriam até o fim para encontrar uma forma de vencer o jogo.
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Sombras de Seoul
FanfictionRiquele, uma jovem brasileira de espírito livre e determinada, é transferida para Seoul para uma nova fase de sua vida. Logo, ela se vê envolvida no mundo perigoso de Min Yoongi, um mafioso frio e calculista, também conhecido como Suga. Em um mundo...